terça-feira, 7 de janeiro de 2020


Simão, o mágico (At 8.9-13)

No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde Deus usando a Felipe estava fazendo uma obra extraordinária, conforme visto no artigo anterior, que era um mágico chamado Simão que aceitara o Evangelho e fora batizado. O espertalhão Simão, o mago, vaidoso, carismático tinha se insinuado no imaginário samaritano como um grande vulto, iludindo assim o povo samaritano que lhe dava ouvido, ou obedecia aos seus comandos, inclusive chamando-o de a grande virtude de Deus. “E estava ali um certo homem chamado Simão, que anteriormente exercera naquela cidade a arte mágica e tinha iludido a gente de Samaria, dizendo que era uma grande personagem; ao qual todos atendiam, desde o mais pequeno até ao maior, dizendo: Este é a grande virtude de Deus. E atendiam-no a ele, porque já desde muito tempo os havia iludido com artes mágicas” (At 8.9-11).  Simão, o mago, tinha muitos adeptos naquela cidade, iludida com as mágicas praticadas por ele, mas esse povo entrando em conato com a poderosa mensagem do Evangelho abandonara a mágica e aceitara a Cristo e eram batizados, inclusive o próprio Simão aceitara a fé e fora batizado. “Mas, como cressem em Filipe, que lhes pregava acerca do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, se batizavam, tanto homens como mulheres. E creu até o próprio Simão; e, sendo batizado, ficou, de contínuo, com Filipe e, vendo os sinais e as grandes maravilhas que se faziam, estava atônito.” At 8.12,13. Segundo o relato bíblico, Simão extasiado com o que estava vendo (curas, exorcismo e milagres) estava de continuo próximo do Evangelista Felipe que estava sendo poderosamente usado por Deus. Veremos no próximo artigo que a conversão de Simão não foi genuína e que houve uma precipitação em relação ao seu batismo.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Filipe prega em Samaria (At 8.4-8)

A perseguição que desabara sobre a Igreja no início de sua existência, perseguição essa liderada por Saulo de Tarso, no lugar de ser uma tragédia para a Igreja, foi uma benção do ponto de vista espiritual, pois os irmãos dispersos, segundo o texto em apreço, por onde quer que andavam, pregavam o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. “Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra” At 8.4. É importante observar a abundante graça de Deus sobre aqueles irmãos perseguidos, pois mesmos perdendo os seus lares, empregos, negócios, etc, no lugar de se lamuriarem, reclamarem, encheram-se de entusiasmos por Cristo e pela Sua obra. Uma pergunta que não quer calar é que por que aquela perseguição se a Igreja estava andando sob a direção do Espirito Santo? Penso eu que a perseguição foi ocasionada pela letargia ou demora da Igreja em cumprir integralmente a ordem de Cristo conforme explicitada em At 1.8. “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. Na perseguição, um Diácono se destacou com o dom ministerial de evangelista que Deus lhe dera, Filipe um dos sete separados no início da Igreja. O ministério de Filipe concentrou-se na cidade de Samaria, capital da região central da Palestina, onde uma poderosa obra do Espírito Santo foi realizada (conversão, cura de enfermidades e expulsão de demônios), conforme texto a seguir: “Filipe, descendo à cidade de Samaria, anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos foram curados. E houve grande alegria naquela cidade” At 8.5-8.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                           

(At 8.1-3) A primeira perseguição à igreja
O capitulo 8 de Atos começa com a informação de que um jovem fariseu chamado Saulo de Tarso dera o seu voto a favor da condenação de Estevão à morte. Em seguida, o texto nos informa que no dia da morte de Estevão começou uma grande perseguição contra a Igreja em Jerusalém, de tão forte essa perseguição que todos os que professavam a fé em Cristo fugiram daquela cidade à exceção dos apóstolos do Senhor (Alguns estudiosos dizem que os dispersos foram judeus prosélitos convertidos ao Cristianismo e não os crentes judeus genuínos). Os dispersos foram para as regiões da Judéia e Samaria. Depois o texto nos fala do sepultamento de Estevão que foi feito por alguns homens piedosos, que fizeram também um grande pranto sobre ele. Em seguida o texto volta a falar sobre Saulo de Tarso, que cheio de ressentimento e ódio contra a Igreja de Cristo entrava nas casas suspeitas de terem cristãos nelas e arrastava homens e mulheres e os encerrava no cárcere. Certamente que Saulo era um dos membros do Sinédrio israelita, que tinha controle religioso sobre os habitantes de Jerusalém, e fora comissionado por ele para isso. Em relação aos expulsos da cidade e dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria, eles eram prosélitos do judaísmo, ou seja, estrangeiros convertidos ao judaísmo que aceitaram a fé cristã no início da Igreja em Jerusalém.  Lembrando que a oposição à Estevão foi feita pelos que faziam parte da sinagoga chamada dos Libertos, e de pessoas convertidas ao judaísmo das regiões de Cirene, de Alexandria, da Cilicia e da Ásia. Em relação a perseguição de cristãos é bom lembrar que é uma vocação da Igreja sofrer por causa de Cristo. “Porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele” Fp 1.29. (Veja ainda 1 Ts 3.3; 1 Pe 2.19-21).  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti    
PERGUNTA 37. Quais são as bênçãos que os fiéis recebem de Cristo na hora da morte? R. As almas dos fiéis na hora da morte são aperfeiçoadas em santidade, e imediatamente entram na glória; e os corpos que continuam unidos a Cristo, descansam na sepultura até a ressurreição. Ref. Ap 14.13; Lc 23.43; At 7.55, 59; Fp 1.23; 1Ts 4.14; Jo 5.28-29; 14.2-3; Hb 12.22-23. Nosso Comentário: o ser humano é uma dicotomia, compõe-se de uma parte material e outra espiritual. Por ocasião da morte física há uma separação. A parte física, o corpo, é depositada na sepultura para se desfazer em pó como determinado por Deus por ocasião da entrada do pecado no mundo: Tu és pó e em pó te tornarás (Gn 3.19). A parte espiritual, a alma chamada também de espirito, é projetada na eternidade para um dos lugares determinados por Deus para elas - o paraíso (a presença de Deus), ou para um lugar afastado de Deus, o inferno, dependendo o destino eterno da pessoa da decisão que tomou, em vida, em relação a fé em Cristo. A pergunta e a resposta de nº 37 do Breve Catecismo tratam do destino da alma redimida, salva pelo poder do sangue de Cristo derramado na cruz. Essas almas são aperfeiçoadas em santidade e estão descansando no Céu. “Mas chegastes... à universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados”. Hb 12.22,23. “Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é consolado, e tu, atormentado” Lc 16.25. O corpo do crente em Cristo, depositado na sepultura, mesmo desfeito no pó da terra, está sob a promessa de Deus de que quando da segunda vinda de Cristo ressuscitará em glória, para o gozo pleno (a pessoa integral) das beatitudes do Evangelho.         
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

PERGUNTA 36. Quais são as bênçãos que nesta vida acompanham a justificação, adoção e santificação ou delas procedem? R. As bênçãos que nesta vida acompanham a justificação, adoção e santificação, ou delas procedem, são: certeza do amor de Deus, paz de consciência, gozo no Espírito Santo, aumento de graça, e perseverança nela até ao fim. Ref. Rm 5.1-5; 14.17; Jo 1.16; Fp 1.6; 1Pe 1.5. Nosso Comentário: Escrevendo aos Efésios, Paulo no início de sua carta, nos diz que Deus já nos abençoou com toda a sorte de bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Ef 1.3). As bênçãos identificadas na pergunta acima têm como consequências naturais, ou práticas, para a vida da Igreja de Cristo, dentre outras as seguintes coisas: a) Convicção do amor dispensado por Deus a ela “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” Rm 5.8; b) Uma consciência purificada pelo sangue de Cristo que lhe concede tranquilidade no meio das tribulações. “Ora o fim do mandamento é a caridade de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida” (1 Tm 1.5); c) Gozo ou alegria no Espirito, que é uma das partes do fruto do Espirito Santo (Gl 5.22); d) A abundância do favor de Deus dispensado aos Seus filhos adotivos, tratando-os com graça e misericórdia (Rm 5.20); e) e a perseverança na fé até ao final da vida do cristão neste mundo. Os crentes genuínos perseverarão na fé até o último dia de suas vidas, pois a graça divina não os abandonará. “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” Jo 6.37.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
   


PERGUNTA 35. Que é santificação? R. É a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados em todo o nosso ser, segundo a imagem de Deus, e habilitados a morrer cada vez mais para o pecado e a viver para a retidão. Ref. 1Pe 1.2; Ef 4.20-24; Rm 6.6; 12.1-2. Nosso Comentário: Outra bênção que acompanha a pessoa eficazmente chamada é a santificação. Santificação é uma obra de purificação produzida pelo Espirito Santo na vida da pessoa que crer em Jesus Cristo. Essa purificação é feita pelo poder do sangue de Cristo derramado na cruz. Essa obra tem duas facetas. Uma, no ato da conversão a Cristo, quando todos pecados pregresso da pessoa são perdoados e seu coração purificado. É o que se chama em Teologia de Santificação Posicional. Essa faceta da Santificação envolve a purificação de todos os pecados do crente em Cristo (passados, presentes e futuros), por isso que ele é identificado na Bíblia como santos, santificados em Cristo Jesus (1 Co 1.2). Acontece que a obra de regeneração não extirpa a natureza pecaminosa da pessoa convertida. A regeneração infunde uma nova natureza, uma nova vida, mas não anula a natureza propensa ao pecado. Essa dualidade é comum a todos os crentes em Cristo. Ele é um santo pecador. Devido a exigência divina para que o crente viva uma vida de santidade (1 Ts 4.3,7), ou seja, viver aquilo que ele é Cristo, entra aí a outra faceta da santificação que é a Santificação Experimental. Essa faceta é uma obra também do Espirito Santo (1 Ts 5.23), mas que exige do crente uma atitude de confissão e abandono dos pecados cometidos após a conversão. Essa santificação experimental é uma batalha espiritual contínua envolvendo o próprio cristão. Paulo falou sobre a carne (a natureza pecaminosa) lutando contra o Espirito e o Espirito Santo lutando contra a carne (Gl 5.17). Essa luta é uma batalha em que o Espírito deve prevalecer, pois a Palavra de Deus diz onde abundou o pecado superabundou a graça de Deus, mas mesmo assim Deus conta com a participação dos crentes nesse processo, daí os mandamentos que tratam do assunto. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


Simão, o mágico (At 8.9-13) No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde De...