sábado, 14 de dezembro de 2019


PERGUNTA 34. Que é adoção?
R. Adoção é um ato de livre graça de Deus, pelo qual somos recebidos no número dos filhos de Deus, e temos direito a todos os seus privilégios.
Ref. 1Jo 3.1; Jo 1.12; Rm 8.14-17.
Nosso Comentário: Outra das grandes bênçãos que Deus graciosamente concede ao crente em Cristo é a adoção. Adoção, segundo se entende do escopo geral da doutrina cristã, é a manifestação da livre graça de Deus em que Ele recebe como filhos aquelas pessoas que creem em Cristo. Nessa adoção todos os direitos de um filho natural é conferido aos filhos adotivos de Deus. “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo” Gl 4.4-7. Olhando para a carta aos Efésios, Paulo nos diz que essa adoção faz parte do programa redentor, e que ela foi planejada na eternidade: “como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” Ef 1.4,5. Escrevendo aos Romanos sobre o assunto, Paulo disse: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai... E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; ...” Rm 8.15-17. A adoção nos dá direito de herdarmos de todas as bênçãos que Deus tem reservadas para os seus. Além das bênçãos espirituais, os filhos de Deus gozam também de proteção, cuidado, livramentos e provisões da parte do Pai Celestial. Essa bênção é tão grande que João, apóstolo, disse: “Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus”. 1 Jo 3.1.   
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                                                                  


PERGUNTA 33. Que é justificação?
R. Justificação é um ato da livre graça de Deus, no qual Ele perdoa todos os nossos pecados, e nos aceita como justos diante de Si, somente por causa da justiça de Cristo a nós imputada, e recebida só pela fé.
Ref. Ef 1.7; 2Co 5.21; Rm 4.6; 5.18; Gl 2.16.
Nosso Comentário: na resposta à pergunta anterior do Breve Catecismo, são identificadas algumas das bênçãos que acompanham a vida daquela pessoa eficazmente chamada pelo Espirito Santo para pertencer a Cristo, dentre elas a benção da justificação. A justificação é um livre ato da graça de Deus, no qual Ele perdoa todos os pecados da pessoa que crê em Cristo, e a aceita como justo diante de Si, graças a justiça de Cristo conseguida na cruz, que é imputada ao pecador pela fé. “o qual (Jesus Cristo) por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação” Rm 4.25. Ainda escrevendo aos Romanos Paulo disse que o crente em Cristo foi justificado pela fé. “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” Rm 5.1. Adão quando pecou atraiu sobre si e sobre a sua descendência a culpa pelo pecado cometido, bem como a corrupção da natureza humana. O homem já nasce morto em delitos e pecados e afastado de Deus. É considerado, portanto, um injusto, um ímpio. O sacrifício de Cristo na cruz do Calvário em favor do pecador satisfez plenamente a justiça divina ultrajada pelo pecado do homem. Quando Cristo morreu e ressuscitou, levando a culpa do homem, Ele, Cristo, tornou-se o justificador do seu povo diante de Deus. Os méritos conquistados por Cristo na cruz são imputados ao pecador que, arrependido, crê nele, justificando-o diante de Deus. “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” Rm 3.24-26. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti  


PERGUNTA 32. Que bênçãos gozam nesta vida aqueles que são eficazmente chamados? R. Aqueles que são eficazmente chamados, gozam, nesta vida, da justificação, adoção e santificação, e das diversas bênçãos que acompanham estas graças ou delas procedem.
Ref. Rm 8.30; Ef 1.5; 1Co 1.30.
Nosso Comentário: na pergunta 32 do Breve Catecismo a questão enfocada são as bênçãos espirituais que acompanham a fé em Cristo. Escrevendo aos efésios Paulo disse que Deus já abençoou o crente em Cristo com toda a sorte de bênçãos espirituais (Ef 1.3). Na sua 2ª carta, Pedro corrobora as palavras de Paulo, dizendo: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude, pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo” 2 Pe 1.3.4. Detalhando a questão, as bênçãos identificadas na pergunta são: justificação, adoção e santificação. Com a sua obra redentora realizada na cruz, Cristo proporciona para os crentes a benção da justificação, ou seja, o crente é declarado justo diante de Deus, como se nunca tivesse pecado. A segunda bênção é a adoção, ou seja, Deus graciosamente resolveu adotar como filhos, com todos os privilégios que o caso requer, aqueles que creram em Cristo e, por fim, a bênção da santificação, que envolve duas áreas: a santificação posicional e a santificação experimental, sendo a primeira no momento da conversão a Cristo, quando o crente foi purificado de todo o pecado e separado para uso exclusivo de Deus, e a outra, a experimental, que se dará ao longo da vida do cristão, na medida em vive aos pés do Senhor em oração e em constante contato com a Palavra de Deus, e no engajamento na obra do Senhor. O Espirito Santo usando esses meios de graça levará o crente a esse processo constante de santificação experimental. “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” Pv 4.18.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


PERGUNTA 31. Que é vocação eficaz?
R. Vocação eficaz é a obra do Espírito Santo, pela qual, convencendo-nos do nosso pecado, e da nossa miséria, iluminando nossos entendimentos pelo conhecimento de Cristo, e renovando a nossa vontade, nos persuade e habilita a abraçar Jesus Cristo, que nos é oferecido de graça no Evangelho.
Ref. 1Ts 2.13; At 2.37; 26.18; Ez 36.25-27; 2Tm 1.9; Fp 2.13; Jo 6.37, 44-45.
Nosso Comentário: o Senhor Jesus Cristo na cruz realizou a grande obra redentora, que foi autenticada pela sua gloriosa ressurreição. A Igreja recebeu do Seu Senhor a comissão para pregar o Evangelho a todas as pessoas no mundo inteiro. É sabido pela Bíblia que o homem nasce morto em seu delitos e pecados (Ef 2.1), e estando morto espiritualmente não tem condições de, por si mesmo, dá resposta positiva ao apelo do Evangelho. No programa redentor é o Espirito Santo o encarregado de convencer o ser humano do seu deplorável estado de miséria espiritual. Ele também inclina a vontade do homem persuadindo-o e o habilitando para aceitar pela fé a graça redentiva de Cristo através do Evangelho. Todo esse processo citado está incluso no grande tema da Vocação Eficaz. Todos os eleitos de Deus para a salvação experimentarão dessa graça em suas vidas, pois o programa é o mesmo. “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” Rm 8.29,30. Como a vocação é eficaz, isto quer dizer que, inexoravelmente, ocorrerá na vida dos escolhidos de Deus, pois o Senhor Jesus disse em certa ocasião: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último Dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim” Jo 6.44,45.  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                                                                                                                                                                                


PERGUNTA 30. Como nos aplica o Espírito a redenção adquirida por Cristo?
R. O Espírito aplica-nos a redenção adquirida por Cristo, operando em nós a fé, e unindo-nos a Cristo por meio dela em nossa vocação eficaz.
Ref. Gl 2.20; Ef 2.8; 1Co 12.12-13.
Nosso Comentário: o Senhor Jesus Cristo na cruz realizou a grande obra redentora, que foi autenticada pela sua gloriosa ressurreição. A ordem do Senhor é que o Evangelho seja anunciado a todas as pessoas no mundo inteiro. É sabido pela Bíblia que o homem nasce morto em seu delitos e pecados (Ef 2.1), e estando morto espiritualmente não tem condições de, por si mesmo, dá resposta positiva ao apelo do Evangelho. Como, dentre os homens, Deus tem os seus eleitos para a salvação (Ef 1.4,5), na execução do programa redentor, o Espirito Santo realiza uma poderosa obra, convencendo o homem do pecado (Jo 16.8), gerando nele a fé salvadora (Rm 10.17) e o regenerando (Tt 3.3-7). Uma vez vinda esta fé da parte de Deus (Jd 3; Tt 1.1; 2 Ts 3.2) alcançando o pecador, ele é unido espiritualmente a Cristo, formando com os outros que experimentaram da mesma graça, o corpo místico de Cristo, a Igreja (Ef 2.17-22). A resposta dada pelos teólogos de Westminster a pergunta de número trinta do Breve Catecismo, ainda informa sobre a vocação eficaz, doutrina essa citada por Paulo em sua carta aos Romanos: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” Rm 8.29,30. Dentre as fases do programa redentor, encontramos a chamada eficaz, ou seja, os eleitos na eternidade são alcançados no tempo e chamados através da pregação do Evangelho. No tempo designado por Deus, o Espirito faz o eleito responder eficazmente a mensagem do Evangelho, para que creia nela e a aceite como verdade absoluta, e seja salvo pela graça divina. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti       



PERGUNTA 29. Como nos tornamos participantes da redenção adquirida por Cristo?
R. Tornamo-nos participantes da redenção adquirida por Cristo pela eficaz aplicação dela a nós pelo Seu Santo Espírito.
Ref. Jo 1.12; 3.5-6; Tt 3.5-6.
Nosso Comentário: O Evangelho está alicerçado em dois fatos históricos bem definidos: a morte e a ressurreição de Cristo. Essa mensagem de boas novas é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer. Sabemos pela Bíblia Sagrada que a culpa do pecado de Adão foi imputada a sua descendência de tal maneira que que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23). Diz-nos ainda a Bíblia que o homem está mortos em seu delitos e pecados, completamente inabilitado para as coisas de Deus mormente no que se refere a salvação em Cristo Jesus (Ef 2.1). O texto sagrado ainda nos revela que a obra de conversão do pecador a Cristo se dá pela poderosa ação do Espirito Santo. Ele é o encarregado de gerar, mediante o Evangelho, uma nova vida no homem que está morto espiritualmente.  O texto de João 1.12,13 diz que a aplicação dos méritos de Cristo na vida do pecador é uma obra de Deus: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus”. Ainda em João 3.5,6, encontramos que o novo nascimento é uma obra gerada pelo Espirito Santo. “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”. Escrevendo para Tito, Paulo esclarece mais essa questão: “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador” Tt 3.5,6. Um dos caso emblemático sobre o assunto é o de Lídia, relatado em At 16.13-15, quando se diz que Deus abriu o seu coração para crer em Cristo. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti  



PERGUNTA 28. Em que consiste a exaltação de Cristo? 
R. A exaltação de Cristo consiste em Ele ressurgir dos mortos no terceiro dia; em subir ao Céu e estar sentado à mão direita de Deus Pai, e em vir para julgar o mundo no último dia. 
Ref. 1Co 15.4; Ef 1.20-21; At 17.31. 
Nosso Comentário: no artigo anterior do Breve Catecismo tratou-se do Estado de Humilhação de Cristo, ou seja, da encarnação do Verbo, dos sofrimentos de Cristo, da morte e do sepultamento do Senhor Jesus Cristo. Nesta questão, o enfoque é dado no Estado de Exaltação de Cristo, que se compõe das seguintes etapas: a ressurreição de Cristo, a ascensão do Senhor, a entronização de Cristo e a Segunda Vinda do Senhor e o consequente desdobramento. No programa divino já estava previsto que o Cristo morto e sepultado iria ressurgir dentre os mortos. Essa profecia que se encontra no Salmo 16.8-10, é citada por Pedro no seu discurso no Dia de Pentecostes, referindo-se a Cristo (At 2.31,32). Ressurreto o Senhor, esteve com os seus discípulos quarenta dias falando-lhes acerca do Reino de Deus. “aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de Deus” At 1.3. Em seguida, o Senhor ascendeu aos Céus e lá foi entronizado como rei do Universo e Senhor da Igreja: “o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” 1 Pe 3.22 (Veja ainda Sl 110.1; Mc.16.19; At 2.33; Rm 8.34; Ef 1.20-23; Hb 1.3). Ainda no Estado de Exaltação de Cristo está prevista a segunda vinda do Senhor para buscar a Sua Igreja e estabelecer o seu reino eterno. A segunda vinda do Senhor será uma vinda pessoal (Jesus mesmo virá), física (com o corpo que ressuscitou dentre os mortos), visível (todo o olho o verá), gloriosa (acompanhado com os anjos do Céus), e repentina. Atrelado a segunda vinda do Senhor, como consequência natural, na visão reformada, está o arrebatamento da Igreja, a ressurreição dos         mortos e o consequente juízo final (Mt 24.29-31; 25.31-56).  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

A morte de Estevão


A morte de Estevão (At 7.54-8.1)
O resultado do longo sermão de Estevão foi do ponto de vista humano altamente negativo, pois não houve arrependimento nem conversão, muito pelo contrário, os ouvintes, os membros do Sinédrio, umas setenta pessoas, ficaram enfurecidos e rilhavam os dentre contra ele. Contrário ao coração furioso daqueles homens, o coração de Estevão estava cheio da graça de Deus e ele testifica para eles uma visão que Deus lhe estava dando: “Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus” At 7.55,56. Com essa declaração Estevão assinou a sua sentença de morte, pois dizer perante o Sinédrio israelita que o Jesus que vivera entre eles, estava vivo e a direita de Deus (a direita de Deus é a prestigiosa posição de autoridade ocupada por Jesus nos Céus) era uma blasfêmia aos olhos daqueles incrédulos judeus. (A condenação de Estevão foi similar à do Senhor Jesus – pretenso pecado de blasfêmia). O texto nos diz que eles furiosos expulsaram Estevão do recinto, e levando-o para fora de Jerusalém o apedrejaram.  Enquanto as pedras choviam sobre Estevão ele, ensanguentado, invocava o nome do Senhor Jesus pedindo que Ele recebesse o seu espirito nos Céus. Nessa oração Estevão, como um cristão genuíno que era, pediu a Deus que perdoasse o pecado de seus algozes e, dizendo isto, morreu. Em seguida o texto nos revela que um tal de Saulo, que mais tarde ouviremos falar muito dele, consentia com a morte de Estevão.   
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                   

A defesa de Estevão

A defesa de Estevão (At 7.1-53)
Diante do tribunal judaico, Estevão quando interrogado pelo sumo sacerdote israelita fez a sua defesa, e nessa defesa faz uma digressão da história do povo de Deus a partir do seu fundador Abraão. Depois ele faz menção aos patriarcas detendo-se um pouco no relato sobre José e a provisão que Deus fizera para a família patriarcal quando da terrível fome que se abateu pelo mundo de então. Em seguida Estevão, na sua digressão, enfatiza a vida de Moisés e os seus feitos no meio do povo de Deus, inclusive do fracasso de Israel em adorar o bezerro de ouro. Seguindo as Escrituras no seu relato histórico chega ao rei Davi, que tinha a pretensão de construir um santuário para Deus em Jerusalém, o que foi feito por Salomão seu filho. Em seguida, Estevão questiona a exclusividade do templo em Jerusalém como o lugar de adoração a Deus. “mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura, não fez a minha mão todas estas coisas?” At 7.48-50. Depois Estevão passa de acusado para acusador, chamando a liderança religiosa de Israel de homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, e de sempre resistirem ao Espirito Santo de Deus como fizeram os seus pais, quando não deram ouvido a voz profética de Deus em Israel, quando esses profetas anunciavam a vinda do justo (o Messias). Por fim Estevão os acusa de terem traído e assassinado o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti   




Estevão perante o Sinédrio


 Estevão perante o Sinédrio (At 6.8-15)
O texto em apreço enfoca o ministério do Diácono Estevão que se destacava no ministério da Palavra. Diz-nos também o texto que através de Estevão, Deus fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Em Jerusalém na época tinha uma sinagoga chamada de Sinagoga dos Libertos composta de judeus e prosélitos vindo da Cilicia, de Alexandria e de Cirene, os quais discutiam com Estevão, ou melhor, se opunham a ele, mas não conseguiam prevalecer contra ele, pois Estevão estava cheio do Espirito Santo e firmado na verdade da Palavra de Deus. Os opositores de Estevão não podendo vencê-lo através de argumentos, usaram de um expediente doloso que foi contratar testemunhas que depuseram contra ele. “Então, subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo com ele, o arrebataram e o levaram ao conselho. Apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu” At 6.11-14. A acusação contra Estevão diante do Sinédrio israelita foi que ouviram dizer que Jesus destruiria o templo de Jerusalém e mudaria o costume que Moisés lhes dera. O texto sagrado nos diz que os componentes do Sinédrio ao olharem para o rosto de Estevão viram que o mesmo brilhava como se fosse o rosto de um anjo de Deus.    
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
                        



A Instituição dos Diáconos

A Instituição dos Diáconos (At 6.1-7)

 Depois do conflito dos apóstolos com o Sinédrio israelita, que foi apaziguado pela intervenção do rabino Gamaliel, o livro de Atos registra a primeira dificuldade interna enfrentada pela comunidade de crentes: “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária”. At 6.1. Vemos no texto, que o primeiro problema interno na Igreja foi uma espécie de descriminação: um grupo estava sendo mais prestigiado do que o outro, isto na área da beneficência. Tal situação ensejou a intervenção dos apóstolos para a solução do problema, que foi a instituição do Diaconato, que seria escolhido pela Igreja em assembleia e consagrado para tomar conta desse importante assunto. Os doze apóstolos traçaram o perfil espiritual dessas pessoas, a saber: Homens de boa reputação, cheio do Espirito Santo e de sabedoria. Os sete homens com esse perfil, escolhidos pela Igreja, foram: “Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia”. At 6.5. Depois de escolhidos pela Igreja, esses homens foram consagrados ao ministério diaconal pela imposição das mãos dos apóstolos, que lhes conferiu autoridade espiritual para exercer o Diaconato. A instituição do Diaconato que iria gerenciar a beneficência da Igreja, permitiu que os apóstolos se dedicassem a oração e ao ministério da Palavra (At 6.4). Escrevendo a Timóteo (1 Tm 3.8-13), Paulo, pelo Espirito Santo, amplifica o perfil para o Diaconato, a saber:  Homens honestos, não de língua dobre, não dado ao vinho, não cobiçoso, marido de uma só mulher, que governe bem a seus filhos e a casa. O texto termina informando que a Igreja em Jerusalém estava na época em continuo crescimento.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

O parecer de Gamaliel (At 5.33-42)


O parecer de Gamaliel (At 5.33-42)
O texto em apreço, nos diz que as autoridades religiosas de Israel que inquiriram os apóstolos ficaram indignadas pela resposta dada por eles e resolveram matá-los, mas um dos ilustres componentes do Sinédrio, chamado Gamaliel, conceituadíssimo mestre em Israel, interveio e mandou retirar os apóstolos do recinto e advertiu ao restante do Sinédrio a ter mais cautela no tratamento da questão. Depois de tecer algumas considerações sobre distúrbios passados recente em Israel e as consequências funestas para a vida de seus líderes, ele disse estas célebres palavras: “Agora, vos digo: dai de mão a estes homens, deixai-os; porque, se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus” At 5.38,39. O resultado da intervenção de Gamaliel foi que todo o Sinédrio concordou com ele. Chamados novamente a presença das autoridades, os apóstolos foram açoitados e ordenados a não falar mais sobre o nome de Jesus Cristo. O texto nos diz que eles ficaram felizes pelo fato de ter tido o privilégio de sofrer afronta por causa do nome de Jesus. A proibição das autoridades não foi levada em consideração, pois eles já tinham dito que importava mais obedecer a Deus do que aos homens. “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo” At 5.42. O Senhor Jesus já tinha dito que sofrer por causa do Evangelho deve ser motivo de satisfação por parte dos cristãos (Mt 5.10-12). A mesma coisa foi dita por Paulo (Fp 1.29) e Pedro (1 Pe 2.21).  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


A Prisão dos Apóstolos


A prisão dos apóstolos (At 5.17-32)
Devido à grande quantidade de pessoas que buscavam a Igreja para ser curadas de seus males, o sumo-sacerdote e os saduceus, um dos segmentos do Sinédrio israelita, encheram-se de inveja e aprisionaram os apóstolos do Senhor.  Guardados na prisão pública de Jerusalém, os apóstolos receberam a visita de um anjo do Senhor que os libertou da prisão de forma miraculosa, e deu-lhes uma ordem de Deus que os apóstolos fossem ao templo e anunciassem o Evangelho de Cristo. Os guardas que foram buscar os apóstolos a mando do sumo sacerdote, expressaram-se assim: “Achamos o cárcere fechado com toda a segurança e as sentinelas nos seus postos junto as portas; mas, abrindo-as, a ninguém encontramos dentro.” At 5.23. Informados de que os apóstolos encontravam-se no templo, as autoridades religiosas mandaram buscá-los, mas sem violência para que não houvesse tumulto entre o povo. Quando na presença das autoridades, eles foram arguidos desta maneira: “Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem” At 5.28. Essa arguição ensejou a Pedro e os demais apóstolos dizerem que importava mais obedecer a Deus do que aos homens. Em seguida, eles anunciaram o Evangelho diante do Sinédrio, dizendo que o Cristo que morrera, Deus o ressuscitara e com o seu poder o exaltara como Príncipe e Salvador, para conceder a Israel o arrependimento e o perdão dos pecados. Em seguida, os apóstolos disseram que Deus os constituíra testemunhas do Evangelho, não só a eles, mas também a todos que recebessem o Espirito Santo no ato da conversão a Cristo.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

       Os apóstolos fazem muitos milagres (At 5.12-16)
Depois do juízo de Deus sobre o casal Ananias e Safira por ter mentido ao Espírito Santo no caso da oferta dada a Igreja, o texto sagrado nos fala sobre os prodígios feitos pelos apóstolos do Senhor Jesus em Jerusalém. No início de sua vivência, a Igreja de Cristo se reunia num alpendre chamado Pórtico de Salomão que era uma das áreas anexa ao templo de Jerusalém. É-nos digo que o povo que ia cultuar a Deus no templo tinha uma profunda admiração pela Igreja. É-nos dito também que o número de crentes em Cristo cada dia crescia mais. Em relação as maravilhas que Deus operava naqueles dias, o texto de Atos nos diz assim: “de sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados” At 5.15,16. O Senhor Jesus quando chamou os seus apóstolos deu-lhes poder para curar os enfermos e expulsar os demônios (Mt 10.1; Mc 16.17,18). No livro de Atos nos é dito que, quando da pregação do Evangelho nos dias apostólicos, o poder de Deus em curar os enfermos se manifestava. “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!” Mc 16.19,20. No caso especifico do texto em apreço nos é dito que muitas gente das cidades vizinhas traziam os doentes e endemoninhados para as reuniões da Igreja, e todos eram curados.   
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                 

sexta-feira, 25 de outubro de 2019


                  Ananias e Safira (At 5.1-11)
1Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade, 2mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos.
3Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? 4Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus. 5Ouvindo estas palavras, Ananias caiu e expirou, sobrevindo grande temor a todos os ouvintes. 6Levantando-se os moços, cobriram-lhe o corpo e, levando-o, o sepultaram. 7Quase três horas depois, entrou a mulher de Ananias, não sabendo o que ocorrera. 8Então, Pedro, dirigindo-se a ela, perguntou-lhe: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra? Ela respondeu: Sim, por tanto. 9Tornou-lhe Pedro: Por que entrastes em acordo para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e eles também te levarão. 10No mesmo instante, caiu ela aos pés de Pedro e expirou. Entrando os moços, acharam-na morta e, levando-a, sepultaram-na junto do marido. 11E sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouviram a notícia destes acontecimentos.

Nosso Comentário

Na efervescência do início da Igreja em Jerusalém, a liberalidade era uma nota dominante. Vimos no artigo anterior, que Barnabé tinha um terreno e o vendeu e entregou o valor integral aos apóstolos. No texto em apreço vemos um casal fazendo algo parecido. Ananias e sua mulher Safira resolveram vender um terreno e com o dinheiro da venda ofertar para a Igreja, só que uma parte do valor foi retido pelo casal e entregue a Igreja a outra parte. Quando o dinheiro foi trazido, na presença de todos, Pedro disse para Ananias estas pesadíssimas palavras: “... Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” At 5.3,4. Em seguida, o texto nos diz que Ananias ouvindo a sentença divina caiu fulminado por Deus e foi sepultado. Quase três horas depois, Safira chegou na Igreja e é arguida por Pedro sobre o valor da venda do terreno, e Safira confirmou a informação dada pelo marido, prova de que os dois estavam num mesmo propósito de enganar a Igreja de Cristo. Veja o que Pedro disse a ela: “... Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. Então, Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti” At 5.8,9. Safira, ao ouvir essas palavras, caiu fulminada e foi sepultada pelos mesmos que sepultaram o seu marido. O resultado desse juízo de Deus sobre dois membros da Igreja em Jerusalém foi que um grande temor se apoderou de todos.      
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti        


PERGUNTA 27. Em que consistiu a humilhação de Cristo?
R. A humilhação de Cristo consistiu em Ele nascer, e isso em condição baixa, feito sujeito à lei; em sofrer as misérias desta vida, a ira de Deus e amaldiçoada morte na cruz; em ser sepultado, e permanecer debaixo do poder da morte durante certo tempo.
Ref. Lc 2.7; Fp 2.6-8; Gl 4.4; 3.13; Is 53.3; Mt 27.43; 1Co 15.3-4. Nosso Comentário: no estudo da Cristologia encontramos os Estados de Cristo (Estado de Humilhação e Estado de Exaltação). A pergunta em questão trata do estado de Humilhação de Cristo. Nesse estado é enfocada a vida de Jesus como homem, ou seja, a Sua encarnação, os seus sofrimentos, a sua morte e o seu sepultamento. É sabido pelos evangelhos de Mateus, Lucas e João bem como pela carta de Paulo aos Gálatas, que o Logos divino, o Filho de Deus, encarnou por obra e graça do Espirito Santo no ventre da bendita virgem Maria. O Cristo pré-existente assumiu uma natureza humana limitada pelo tempo e pelo espaço, e veio tabernacular conosco, daí o seu nome Emanuel - Deus conosco. Os sofrimentos de Cristo são identificados nos Evangelhos e nas cartas apostólicas, culminando com a sua morte vicária na cruz do Calvário e o consequente sepultamento, que é o estágio final desse estado. O texto de Paulo aos Filipenses nos dá uma ideia clara sobre a vida dramática vivida por Jesus: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” Fp 2.5-8. O fato do todo-poderoso Filho Deus, igual ao Pai em essência e em atributos, decidir se esvaziar de Sua glória e vir a este mundo caído para viver entre nós e morrer na cruz por vontade da Santíssima Trindade, ser considerado maldito e receber sobre si a ira de Deus por causas dos pecados dos outros, é uma poderosa manifestação da bondade, misericórdia e amor de Deus dispensados a nós pecadores. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                                                                     



PERGUNTA 26. Como exerce Cristo as funções de rei?
R. Cristo exerce as funções de rei, sujeitando-nos a si mesmo, governando-nos e protegendo-nos, contendo e subjugando todos os seus e os nossos inimigos.
Ref. Sl 110.3; At 2.36; 18.9-10; Is 9.6-7; 1Co 15.26-27.
Nosso Comentário: Deus graciosamente fez uma aliança com Davi, rei de Israel. A ocasião dessa aliança foi quando Davi intencionou construir um templo para Deus em Jerusalém, mas Deus não o permitiu, cabendo isso ao seu filho e sucessor Salomão. Nessa ocasião, Deus disse que o reino da casa de Davi, seria um reino com dimensão eterna. (2 Sm 7.8-17; 1 Cr 17.7-15). Ao falar isso, o Senhor usando o profeta Natã, disse que o reino da casa de Davi teria uma dimensão eterna, e evidentemente isso não poderia ser através de personagens meramente humanas, mas através de um de seus descendentes, Cristo, o Filho de Deus. O Senhor Jesus Cristo é descendente da casa real de Davi, portanto, tinha direito ao trono de Israel, conforme a sua ascendência. (Veja as duas genealogias de Jesus, em Mateus e Lucas). No livro de Daniel, encontramos uma profecia que trata de um personagem escatológico que governaria tudo e todos: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído” Dn 7.13,14. O Cristo ressurreto, ascendeu aos céus e lá entronizado assumiu a função de Rei, Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16), e governa o universo e principalmente a Igreja, como seu Cabeça (Ef 1.20-23). “o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” 1 Pe 3.22. Jesus nos céus governa o universo e a Igreja. Nada acontece na vida do Seu povo sem uma autorização ou determinação Sua. Tudo está sob o Seu controle, e esse controle é absoluto (Sl 103.19; Ap 11.15). 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti      



A Oferta de Barnabé (At 4.36,37)
36José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que quer dizer filho de exortação, levita, natural de Chipre, 37como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos.
Nosso Comentário
Barnabé, que significa filho da consolação, alcunha essa dada pelos apóstolos do Senhor, cujo primeiro nome era José, era um judeu levita, crente em Cristo, natural de Chipre. Era um homem generoso. O texto acima nos fala de um ato de Barnabé movido pelo dom da misericórdia dado por Deus a ele, que fora a venda de um terreno seu, cujo valor integral foi trazido e depositado aos pés dos apóstolos como uma oferta ao Senhor, para ser utilizado na obra assistencial da Igreja em Jerusalém. Olhando um pouco para a biografia desse ilustre irmão, que é chamado também de apóstolo (At 14.14). (Se Barnabé era apóstolo, é porque preenchia os requisitos para tanto, ou seja, ter acompanhado o Senhor Jesus desde o batismo de João até a sua morte na cruz, e também ser testemunha da ressurreição e ascensão de Jesus - At 1.21,22, ou pelo menos ter visto a Cristo ressurreto, como foi o caso de Paulo). A seguir, o vemos comissionado pela Igreja de Jerusalém para examinar o crescimento do trabalho em Antioquia da Síria. Diz-nos At 11.23, que ao observar a manifestação da graça divina naquela cidade, contribuiu mais ainda para a consolidação daquela igreja. “Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração permanecessem no Senhor”. O texto nos diz ainda que Barnabé era um homem bom e cheio do Espirito Santo (At 11.24). Na sequência do texto citado, nos é dito que foi Barnabé quem trouxe Saulo de Tarso para ministrar naquela cidade (At 11.25,26). Depois, vemos Barnabé compondo a liderança da Igreja em Antioquia e sendo separado com Paulo, pelo Espirito Santo, para a primeira viagem missionária do apóstolo aos gentios. O livro de Atos ainda nos revela a separação de Barnabé de Paulo devido a diferença de visão ministerial, mas sem abdicarem da obra do Senhor, mesmo que em direções diferentes. Tudo indica que Barnabé seja o obreiro que organizou a Igreja em Antioquia da Síria, onde os discípulos de Cristo foram chamados pela primeira vez de cristãos. Barnabé também é citado na carta de Paulo aos Gálatas, quando se afastou dos crentes gentios, seguindo o posicionamento de Pedro, o que foi repreendido por Paulo (Gl 2.12-14). Ainda se encontram referências positivas e elogiosas a esse obreiro nas cartas paulinas aos Gálatas, 1 Coríntios e Colossenses.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


PERGUNTA 25. Como exerce Cristo as funções de sacerdote?
R. Cristo exerce as funções de sacerdote, oferecendo-se a si mesmo uma vez em sacrifício, para satisfazer a justiça divina, reconciliar-nos com Deus e fazendo contínua intercessão por nós.
Ref. Hb 9.28; Rm 3.24-26; 10.4; Hb 2.17; 7.25; Is 53.12.
Nosso Comentário: No judaísmo antigo encontramos uma categoria de pessoas que foi constituída por Deus como sacerdotes – os levitas da casa de Arão. Eles eram encarregados de oferecer os sacrifícios no santuário, intercedendo pelo povo de Deus. Com a Nova Aliança, o sacerdócio arônico caducou, e em seu lugar foi instituído outro sacerdócio, melhor e mais duradouro, que é o sacerdócio de Cristo, da ordem de Melquisedeque.  Na carta aos Hebreus nos é dito que essa profecia (Sl 110.4) se cumpriu em Cristo, conforme capitulo 7 dessa carta. Veja uma parte desse capitulo: “E, visto como não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.); de tanto melhor concerto Jesus foi feito fiador” Hb 7.20-22. Como sumo-sacerdote da nossa confissão, da ordem de Melquisedeque, Cristo ofereceu um único sacrifício pelos pecados e através desse sacrifício satisfez plenamente a justiça divina, reconciliando os pecadores com Deus, e dando aos que creem nele uma eterna salvação. “... mas agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. ... Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação” Hb 9.26-28. Além de ter intercedido pelo seu povo na cruz, hoje, Jesus nos céus, intercede continuamente pela sua igreja. “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” Hb 7.25. A intercessão de Cristo nos céus pela Igreja é tratada também em Romanos 8.34 e 1 João 2.1,2.    
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


                            A Comunidade cristã (At 4.32-35)
32Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. 33Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. 34Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes 35e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade.

Nosso Comentário
Depois do relato sobre a ameaça das autoridades religiosas de Israel aos apóstolos, da oração da Igreja e da consequente infusão do poder do Espirito Santo sobre os presentes, e a continuidade da pregação por eles com intrepidez, o presente texto nos revela uma faceta do viver da Igreja de Jerusalém, que estava sob a poderosa influência do Espirito de Deus - a liberalidade. É-nos dito que ninguém considerava propriamente seu nada do que possuía, pois o que tinham era compartilhado entre os que não tinham, sendo tudo a eles em comum. Essa atitude era a consequência natural de uma vida cheia do Espirito Santo, que sensibilizava a quem tinha recursos a ajudar os mais necessitados, a ponto do texto dizer que tudo lhes era comum. “Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade” At 4.34,35. É importante observar que uma das primeiras atitudes de uma pessoa convertida, é abrir o bolso para ofertar para a casa do Senhor. Diz o texto também que os apóstolos, cheios do Espirito Santo e da graça divina, pregando davam testemunho da ressurreição de Cristo, pois para isso foram chamados por Deus, para serem testemunhas da ressurreição de Cristo; isto vemos na escolha de Matias para substituir Judas Iscariotes no colégio apostólico. “É necessário, pois, que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição” At 1.21,22.        
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

PERGUNTA 24. Como exerce Cristo as funções de profeta?
R. Cristo exerce as funções de profeta, revelando-nos, pela sua Palavra e pelo seu Espírito, a vontade de Deus para a nossa salvação.
Ref. Jo 1.18; Hb 1.1-2; Jo 14.26; 16.13.
Nosso Comentário: No livro de Deuteronômio encontramos uma profecia que Deus iria levantar, num futuro distante de Moisés, um profeta semelhante a ele. “Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele”. Dt 18.18,19. Essa profecia cumpriu-se em nosso Senhor Jesus Cristo, O Senhor Jesus cumpriu todos os pré-requisitos de um profeta bíblico: foi ungido pelo Espírito Santo quando do seu batismo por João Batista “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” Mt 3.16,17. Jesus recebia as palavras do próprio Deus e as anunciava ao povo. “Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então, conhecereis quem eu sou e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou” Jo 8.28. Um profeta bíblico falava em nome de Deus, representava Deus diante do Seu povo. Temos na Bíblia duas categorias de profetas: os profetas da palavra ou não escritores (Elias, Eliseu, Natã, Micaías, etc); os profetas escritores, os que escreveram livros canônicos (Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, etc). O Senhor Jesus se encaixava na categoria de profetas da palavra, pois não deixou nenhum livro escrito. Os evangelhos, que são os relatos da vida e obra de Jesus, foram escritos por outros (Mateus, Marcos, Lucas e João). Outra questão importante é que os profetas bíblicos vaticinavam ou prediziam coisas que iriam acontecer. O Senhor Jesus vaticinou muitas coisas, dentre elas a destruição do templo de Jerusalém o que aconteceu no ano 70 da era cristã, bem como outras coisas que estão para acontecer. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti    


A Igreja em Oração (At 4.23-31)
23Uma vez soltos, procuraram os irmãos e lhes contaram quantas coisas lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos. 24Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; 25que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo:
Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs?
26Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido;
27porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, 28para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram; 29agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, 30enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus. 31Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.

Nosso Comentário
Ameaçados pelas autoridades religiosas de Israel, os apóstolos Pedro e João procuraram a Igreja e relataram o ocorrido. Os irmãos, após ouvirem o relato dos apóstolos, levantaram unânimes a voz em oração a Deus. A oração feita por um deles foi registrada por Lucas, escritor de Atos. Nessa oração constatamos que a primeira coisa que fizeram foi exaltarem a Deus, reconhecendo-O como Senhor e Criador de todas as coisas. Em seguida, enfatizaram a palavra profética, mencionando o programa redentor através de nosso Senhor Jesus Cristo, e os fatos históricos a ele associados. É citado também na oração a trama montada pelos agentes humanos que culminou na morte de Cristo. Disseram também que a atitude tomada pelas autoridades religiosas e políticas da época fazia parte do misterioso programa divino, em que essas autoridades foram usadas por Deus para a realização do propósito redentor. Em seguida, a igreja faz a sua petição. Eles pediram poder para anunciar com intrepidez a Palavra de Deus. A resposta divina foi que o lugar onde estavam reunidos foi atingido por um pequeno abalo sísmico, mas sem danos para as instalações e pessoas, e que todos foram cheios do Espirito Santo. Em seguida, o texto nos diz que a Igreja fortalecida pelo Espirito Santo, anunciava com intrepidez a Palavra de Deus. Observando esse episódio podemos enfatizar que o teor do pedido de oração deles (poder para testemunhar) é um pedido que está ausente no meio da Igreja da atualidade. Geralmente oramos pedindo a Deus solução para os problemas que enfrentamos.  Outra coisa a observar é a ênfase que é dada a palavra profética, as Sagradas Escrituras. O programa redentor através de Cristo Jesus é novamente enfatizado nessa oração. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti



PERGUNTA 23. Que funções exerce Cristo como nosso Redentor?
R. Cristo, como nosso Redentor, exerce as funções de profeta, sacerdote e rei, tanto no seu estado de humilhação como no de exaltação.
Ref. At 3.22; Hb 5.5-6; Sl 2.6; Jo 1.49.
Nosso Comentário: Na pergunta e resposta acima encontramos que o grande Redentor, o Senhor Jesus Cristo, exerceu e exerce algumas funções especificas que identificamos na Teologia Sistemática como Profeta, Sacerdote e Rei; Quanto aos Estados de Cristo, são dois apontados pela Cristologia: 1) o Estado de Humilhação; 2) e o Estado de Exaltação. Antes do Cristo exaltado encontramos o Cristo humilhado. O Estado de Humilhação compõe-se das seguintes etapas: A encarnação, os sofrimentos, a morte e o sepultamento de Cristo. No Estado de Exaltação encontramos as etapas a seguir: a ressurreição, a ascensão, a entronização e a segunda vinda de Cristo. O Senhor Jesus como Profeta representou Deus diante do povo, falava em nome de Deus (Jo 7.17; 8.26,28,38; 12.50); Quanto ao oficio de Sacerdote, Jesus intercedeu pelo seu povo morrendo na cruz por ele (2 Co 5.18,19), e continua nos Céus intercedendo pela sua Igreja junto ao Pai (Rm 8.34; Hb 7.25; 1 Jo 2.1,2); Quanto ao oficio de Rei, Jesus entronizado governa o universo e a sua Igreja (Ap 11.15; 17.14; 19.16; Ef 4.15). Tudo está sob o Seu controle, nada acontece sem a sua permissão ou ordem expressa Sua. No que se refere aos estados de Cristo, é sabido que Jesus encarnou, limitando-se numa forma humana, sofreu aqui, especialmente na cruz, morreu e foi sepultado. O Estado de Exaltação de Cristo começa com a Sua gloriosa ressurreição dentre os mortos com um corpo glorificado, seguida da ascensão do Senhor aos Céus donde viera, depois de viver conosco trinta e três anos; de Sua entronização quando chegou aos Céus e se assentou a direita de Deus Pai Todo Poderoso e governa tudo e todos; da segunda vinda do Senhor, que é uma promessa escatológica. Um dia Jesus virá acompanhado dos anjos dos Céus, com poder e grande glória para buscar a Sua amada Igreja e estabelecer o Seu reino eterno.  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Pedro e João perante o Sinédrio
(At 4.5-22)
5No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos e os escribas 6com o sumo sacerdote Anás, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem do sumo sacerdote; 7e, pondo-os perante eles, os arguiram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? 8Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e anciãos, 9visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem enfermo e do modo por que foi curado, 10tomai conhecimento, vós todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós. 11Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. 12E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. 13Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus. 14Vendo com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário. 15E, mandando-os sair do Sinédrio, consultavam entre si, 16dizendo: Que faremos com estes homens? Pois, na verdade, é manifesto a todos os habitantes de Jerusalém que um sinal notório foi feito por eles, e não o podemos negar; 17mas, para que não haja maior divulgação entre o povo, ameacemo-los para não mais falarem neste nome a quem quer que seja. 18Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus. 19Mas Pedro e João lhes responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; 20pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. 21Depois, ameaçando-os mais ainda, os soltaram, não tendo achado como os castigar, por causa do povo, porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera. 22Ora, tinha mais de quarenta anos aquele em quem se operara essa cura milagrosa.

Nosso Comentário
No dia seguinte a prisão, os apóstolos Pedro e João foram apresentados as autoridades religiosas de Jerusalém (os anciãos, os escribas, os sumos sacerdotes Anás e Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem do sumo sacerdote). A arguição feita aos dois apóstolos era para saber com que autoridade eles curaram o paralitico na porta Formosa do templo de Jerusalém. Pedro, cheio do Espirito Santo, disse a eles que o milagre realizado (a cura do paralítico) fora em nome de Jesus. Diz-nos o texto assim: “seja conhecido de vós todos e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. At 4.10-12.  Ao observarem a intrepidez com que Pedro e João falavam, as autoridades constataram que eles eram de fato discípulos de Jesus, e vendo ali o ex paralitico, não tinham nada a acrescentar. Após consultarem entre si, foram unânimes em ordenar a Pedro e João que não anunciassem mais a Jesus entre o povo, ao que Pedro e João perguntaram a eles se era justo diante de Deus que eles se calassem sobre aquilo de que eram testemunhas. Ameaçados mais ainda, foram libertados sem castigá-los, pois o povo glorificava a Deus pelo ocorrido. Na resposta dos apóstolos percebemos que o evangelho foi anunciado àquelas autoridades. Pedro enfatizou os dois pontos centrais do Evangelho (a morte e a ressurreição de Cristo). Pedro também voltou a acusar os líderes religiosos de Israel pelo crime de ter crucificado o Senhor Jesus Cristo. Disse também que o Jesus rejeitado por Israel, Deus o fizera a pedra principal, de esquina, do grande edifício espiritual que Deus estava levantando. Finalizando, Pedro disse a eles que Jesus Cristo era o único e exclusivo Salvador dos pecadores perdidos.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


PERGUNTA 22. Como Cristo, sendo o Filho de Deus, se fez homem?
R. Cristo, o Filho de Deus, fez-se homem tomando um verdadeiro corpo, e uma alma racional, sendo concebido pelo poder do Espirito Santo no ventre da virgem Maria, e nascido dela, mas sem pecado.
Ref. Hb 2.14; Mt 26.38; Lc 2.52; 1.31, 35; Hb 4.15.
Nosso Comentário: Nessa pergunta e resposta encontramos a kenósis, ou seja, o esvaziamento e a encarnação do Verbo divino, conforme identificado em Mateus, Lucas, João e Filipenses. O Senhor Jesus Cristo sempre existiu como o eterno Filho de Deus. Como Filho de Deus e o restante da Deidade (Pai e Espirito Santo), Ele não possuía um corpo, uma forma aparente. No programa redentor se fazia necessário que um homem perfeito oferecesse a sua vida em sacrifício pelos pecados do homem a fim de satisfazer a justiça divina, ultrajada pelo pecado do homem. A Bíblia explica essa questão dizendo que Deus, através do Espirito Santo, gerou Jesus no ventre de uma virgem chamada Maria, cumprindo assim as profecias do Antigo Testamento sobre a vinda do Messias. (Gn 3.15, Is 7.14...). “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo” Mt 1.18. “... José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo” Mt 1.20. “E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” Lc 1.34,35. Na encarnação, Jesus recebeu do Pai uma alma racional que habitou um corpo mortal, gerado pelo Espirito Santo no ventre de Maria, preparado por Deus, conforme citação de Hb 10.5. O texto de Filipenses diz o seguinte: “... Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” Fp 2.5-8. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


                   Pedro e João presos (At 4.1-4)
1E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus, 2doendo-se muito de que ensinassem o povo e anunciassem em Jesus a ressurreição dos mortos. 3E lançaram mão deles e os encerraram na prisão até ao dia seguinte, pois era já tarde. 4Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.
Nosso Comentário     
Depois de entregar ao povo que se aglomerara no pórtico de Salomão uma poderosa mensagem, por ocasião da cura do coxo que esmolava a porta Formosa do templo em Jerusalém, Pedro e João foram aprisionados pelos líderes religiosos de Israel acompanhados pelo capitão do templo e os saduceus, e recolhidos ao cárcere por ser tarde, para um julgamento no dia seguinte. A motivação da prisão foi que eles estavam cheios de ressentimentos porque os dois apóstolos tinham anunciado que o Senhor Jesus Cristo, sendo as primícias da ressurreição dentre os mortos, no devido tempo, iria chamá-los das sepulturas e trazê-los novamente a vida, através da ressurreição dos mortos. Em seguida, o texto sagrado nos relata o resultado da pregação de Pedro no pórtico de Salomão, que era um dos alpendres do templo em Jerusalém: quase dois mil homens, acrescendo assim ao número de discípulos em Jerusalém para cinco mil.  É significativo que entre o grupo que prendeu Pedro e João estivessem os saduceus, os componentes mais ilustres do Sinédrio israelita, pois eles eram racionalistas, não acreditavam na ressurreição dos mortos, nem em espirito, nem em anjos. “E Paulo, sabendo que uma parte era de saduceus, e outra, de fariseus, clamou no conselho: Varões irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu! No tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado! E, havendo dito isto, houve dissensão entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu. Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa” At 23.6-8. Esse é o primeiro relato de perseguição a Igreja de Cristo, no caso, a dois de seus representantes, os apóstolos Pedro e João.     
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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