sexta-feira, 25 de outubro de 2019


                  Ananias e Safira (At 5.1-11)
1Entretanto, certo homem, chamado Ananias, com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade, 2mas, em acordo com sua mulher, reteve parte do preço e, levando o restante, depositou-o aos pés dos apóstolos.
3Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? 4Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus. 5Ouvindo estas palavras, Ananias caiu e expirou, sobrevindo grande temor a todos os ouvintes. 6Levantando-se os moços, cobriram-lhe o corpo e, levando-o, o sepultaram. 7Quase três horas depois, entrou a mulher de Ananias, não sabendo o que ocorrera. 8Então, Pedro, dirigindo-se a ela, perguntou-lhe: Dize-me, vendestes por tanto aquela terra? Ela respondeu: Sim, por tanto. 9Tornou-lhe Pedro: Por que entrastes em acordo para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e eles também te levarão. 10No mesmo instante, caiu ela aos pés de Pedro e expirou. Entrando os moços, acharam-na morta e, levando-a, sepultaram-na junto do marido. 11E sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouviram a notícia destes acontecimentos.

Nosso Comentário

Na efervescência do início da Igreja em Jerusalém, a liberalidade era uma nota dominante. Vimos no artigo anterior, que Barnabé tinha um terreno e o vendeu e entregou o valor integral aos apóstolos. No texto em apreço vemos um casal fazendo algo parecido. Ananias e sua mulher Safira resolveram vender um terreno e com o dinheiro da venda ofertar para a Igreja, só que uma parte do valor foi retido pelo casal e entregue a Igreja a outra parte. Quando o dinheiro foi trazido, na presença de todos, Pedro disse para Ananias estas pesadíssimas palavras: “... Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” At 5.3,4. Em seguida, o texto nos diz que Ananias ouvindo a sentença divina caiu fulminado por Deus e foi sepultado. Quase três horas depois, Safira chegou na Igreja e é arguida por Pedro sobre o valor da venda do terreno, e Safira confirmou a informação dada pelo marido, prova de que os dois estavam num mesmo propósito de enganar a Igreja de Cristo. Veja o que Pedro disse a ela: “... Dize-me, vendestes por tanto aquela herdade? E ela disse: Sim, por tanto. Então, Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos concertastes para tentar o Espírito do Senhor? Eis aí à porta os pés dos que sepultaram o teu marido, e também te levarão a ti” At 5.8,9. Safira, ao ouvir essas palavras, caiu fulminada e foi sepultada pelos mesmos que sepultaram o seu marido. O resultado desse juízo de Deus sobre dois membros da Igreja em Jerusalém foi que um grande temor se apoderou de todos.      
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti        


PERGUNTA 27. Em que consistiu a humilhação de Cristo?
R. A humilhação de Cristo consistiu em Ele nascer, e isso em condição baixa, feito sujeito à lei; em sofrer as misérias desta vida, a ira de Deus e amaldiçoada morte na cruz; em ser sepultado, e permanecer debaixo do poder da morte durante certo tempo.
Ref. Lc 2.7; Fp 2.6-8; Gl 4.4; 3.13; Is 53.3; Mt 27.43; 1Co 15.3-4. Nosso Comentário: no estudo da Cristologia encontramos os Estados de Cristo (Estado de Humilhação e Estado de Exaltação). A pergunta em questão trata do estado de Humilhação de Cristo. Nesse estado é enfocada a vida de Jesus como homem, ou seja, a Sua encarnação, os seus sofrimentos, a sua morte e o seu sepultamento. É sabido pelos evangelhos de Mateus, Lucas e João bem como pela carta de Paulo aos Gálatas, que o Logos divino, o Filho de Deus, encarnou por obra e graça do Espirito Santo no ventre da bendita virgem Maria. O Cristo pré-existente assumiu uma natureza humana limitada pelo tempo e pelo espaço, e veio tabernacular conosco, daí o seu nome Emanuel - Deus conosco. Os sofrimentos de Cristo são identificados nos Evangelhos e nas cartas apostólicas, culminando com a sua morte vicária na cruz do Calvário e o consequente sepultamento, que é o estágio final desse estado. O texto de Paulo aos Filipenses nos dá uma ideia clara sobre a vida dramática vivida por Jesus: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” Fp 2.5-8. O fato do todo-poderoso Filho Deus, igual ao Pai em essência e em atributos, decidir se esvaziar de Sua glória e vir a este mundo caído para viver entre nós e morrer na cruz por vontade da Santíssima Trindade, ser considerado maldito e receber sobre si a ira de Deus por causas dos pecados dos outros, é uma poderosa manifestação da bondade, misericórdia e amor de Deus dispensados a nós pecadores. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                                                                     



PERGUNTA 26. Como exerce Cristo as funções de rei?
R. Cristo exerce as funções de rei, sujeitando-nos a si mesmo, governando-nos e protegendo-nos, contendo e subjugando todos os seus e os nossos inimigos.
Ref. Sl 110.3; At 2.36; 18.9-10; Is 9.6-7; 1Co 15.26-27.
Nosso Comentário: Deus graciosamente fez uma aliança com Davi, rei de Israel. A ocasião dessa aliança foi quando Davi intencionou construir um templo para Deus em Jerusalém, mas Deus não o permitiu, cabendo isso ao seu filho e sucessor Salomão. Nessa ocasião, Deus disse que o reino da casa de Davi, seria um reino com dimensão eterna. (2 Sm 7.8-17; 1 Cr 17.7-15). Ao falar isso, o Senhor usando o profeta Natã, disse que o reino da casa de Davi teria uma dimensão eterna, e evidentemente isso não poderia ser através de personagens meramente humanas, mas através de um de seus descendentes, Cristo, o Filho de Deus. O Senhor Jesus Cristo é descendente da casa real de Davi, portanto, tinha direito ao trono de Israel, conforme a sua ascendência. (Veja as duas genealogias de Jesus, em Mateus e Lucas). No livro de Daniel, encontramos uma profecia que trata de um personagem escatológico que governaria tudo e todos: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino, o único que não será destruído” Dn 7.13,14. O Cristo ressurreto, ascendeu aos céus e lá entronizado assumiu a função de Rei, Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16), e governa o universo e principalmente a Igreja, como seu Cabeça (Ef 1.20-23). “o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” 1 Pe 3.22. Jesus nos céus governa o universo e a Igreja. Nada acontece na vida do Seu povo sem uma autorização ou determinação Sua. Tudo está sob o Seu controle, e esse controle é absoluto (Sl 103.19; Ap 11.15). 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti      



A Oferta de Barnabé (At 4.36,37)
36José, a quem os apóstolos deram o sobrenome de Barnabé, que quer dizer filho de exortação, levita, natural de Chipre, 37como tivesse um campo, vendendo-o, trouxe o preço e o depositou aos pés dos apóstolos.
Nosso Comentário
Barnabé, que significa filho da consolação, alcunha essa dada pelos apóstolos do Senhor, cujo primeiro nome era José, era um judeu levita, crente em Cristo, natural de Chipre. Era um homem generoso. O texto acima nos fala de um ato de Barnabé movido pelo dom da misericórdia dado por Deus a ele, que fora a venda de um terreno seu, cujo valor integral foi trazido e depositado aos pés dos apóstolos como uma oferta ao Senhor, para ser utilizado na obra assistencial da Igreja em Jerusalém. Olhando um pouco para a biografia desse ilustre irmão, que é chamado também de apóstolo (At 14.14). (Se Barnabé era apóstolo, é porque preenchia os requisitos para tanto, ou seja, ter acompanhado o Senhor Jesus desde o batismo de João até a sua morte na cruz, e também ser testemunha da ressurreição e ascensão de Jesus - At 1.21,22, ou pelo menos ter visto a Cristo ressurreto, como foi o caso de Paulo). A seguir, o vemos comissionado pela Igreja de Jerusalém para examinar o crescimento do trabalho em Antioquia da Síria. Diz-nos At 11.23, que ao observar a manifestação da graça divina naquela cidade, contribuiu mais ainda para a consolidação daquela igreja. “Tendo ele chegado e, vendo a graça de Deus, alegrou-se e exortava a todos a que, com firmeza de coração permanecessem no Senhor”. O texto nos diz ainda que Barnabé era um homem bom e cheio do Espirito Santo (At 11.24). Na sequência do texto citado, nos é dito que foi Barnabé quem trouxe Saulo de Tarso para ministrar naquela cidade (At 11.25,26). Depois, vemos Barnabé compondo a liderança da Igreja em Antioquia e sendo separado com Paulo, pelo Espirito Santo, para a primeira viagem missionária do apóstolo aos gentios. O livro de Atos ainda nos revela a separação de Barnabé de Paulo devido a diferença de visão ministerial, mas sem abdicarem da obra do Senhor, mesmo que em direções diferentes. Tudo indica que Barnabé seja o obreiro que organizou a Igreja em Antioquia da Síria, onde os discípulos de Cristo foram chamados pela primeira vez de cristãos. Barnabé também é citado na carta de Paulo aos Gálatas, quando se afastou dos crentes gentios, seguindo o posicionamento de Pedro, o que foi repreendido por Paulo (Gl 2.12-14). Ainda se encontram referências positivas e elogiosas a esse obreiro nas cartas paulinas aos Gálatas, 1 Coríntios e Colossenses.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


PERGUNTA 25. Como exerce Cristo as funções de sacerdote?
R. Cristo exerce as funções de sacerdote, oferecendo-se a si mesmo uma vez em sacrifício, para satisfazer a justiça divina, reconciliar-nos com Deus e fazendo contínua intercessão por nós.
Ref. Hb 9.28; Rm 3.24-26; 10.4; Hb 2.17; 7.25; Is 53.12.
Nosso Comentário: No judaísmo antigo encontramos uma categoria de pessoas que foi constituída por Deus como sacerdotes – os levitas da casa de Arão. Eles eram encarregados de oferecer os sacrifícios no santuário, intercedendo pelo povo de Deus. Com a Nova Aliança, o sacerdócio arônico caducou, e em seu lugar foi instituído outro sacerdócio, melhor e mais duradouro, que é o sacerdócio de Cristo, da ordem de Melquisedeque.  Na carta aos Hebreus nos é dito que essa profecia (Sl 110.4) se cumpriu em Cristo, conforme capitulo 7 dessa carta. Veja uma parte desse capitulo: “E, visto como não é sem prestar juramento (porque certamente aqueles, sem juramento, foram feitos sacerdotes, mas este, com juramento, por aquele que lhe disse: Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.); de tanto melhor concerto Jesus foi feito fiador” Hb 7.20-22. Como sumo-sacerdote da nossa confissão, da ordem de Melquisedeque, Cristo ofereceu um único sacrifício pelos pecados e através desse sacrifício satisfez plenamente a justiça divina, reconciliando os pecadores com Deus, e dando aos que creem nele uma eterna salvação. “... mas agora, na consumação dos séculos, uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. ... Assim também Cristo, oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação” Hb 9.26-28. Além de ter intercedido pelo seu povo na cruz, hoje, Jesus nos céus, intercede continuamente pela sua igreja. “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” Hb 7.25. A intercessão de Cristo nos céus pela Igreja é tratada também em Romanos 8.34 e 1 João 2.1,2.    
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


                            A Comunidade cristã (At 4.32-35)
32Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. 33Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. 34Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes 35e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade.

Nosso Comentário
Depois do relato sobre a ameaça das autoridades religiosas de Israel aos apóstolos, da oração da Igreja e da consequente infusão do poder do Espirito Santo sobre os presentes, e a continuidade da pregação por eles com intrepidez, o presente texto nos revela uma faceta do viver da Igreja de Jerusalém, que estava sob a poderosa influência do Espirito de Deus - a liberalidade. É-nos dito que ninguém considerava propriamente seu nada do que possuía, pois o que tinham era compartilhado entre os que não tinham, sendo tudo a eles em comum. Essa atitude era a consequência natural de uma vida cheia do Espirito Santo, que sensibilizava a quem tinha recursos a ajudar os mais necessitados, a ponto do texto dizer que tudo lhes era comum. “Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade” At 4.34,35. É importante observar que uma das primeiras atitudes de uma pessoa convertida, é abrir o bolso para ofertar para a casa do Senhor. Diz o texto também que os apóstolos, cheios do Espirito Santo e da graça divina, pregando davam testemunho da ressurreição de Cristo, pois para isso foram chamados por Deus, para serem testemunhas da ressurreição de Cristo; isto vemos na escolha de Matias para substituir Judas Iscariotes no colégio apostólico. “É necessário, pois, que, dos varões que conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição” At 1.21,22.        
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

PERGUNTA 24. Como exerce Cristo as funções de profeta?
R. Cristo exerce as funções de profeta, revelando-nos, pela sua Palavra e pelo seu Espírito, a vontade de Deus para a nossa salvação.
Ref. Jo 1.18; Hb 1.1-2; Jo 14.26; 16.13.
Nosso Comentário: No livro de Deuteronômio encontramos uma profecia que Deus iria levantar, num futuro distante de Moisés, um profeta semelhante a ele. “Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar. E será que qualquer que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, eu o requererei dele”. Dt 18.18,19. Essa profecia cumpriu-se em nosso Senhor Jesus Cristo, O Senhor Jesus cumpriu todos os pré-requisitos de um profeta bíblico: foi ungido pelo Espírito Santo quando do seu batismo por João Batista “E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” Mt 3.16,17. Jesus recebia as palavras do próprio Deus e as anunciava ao povo. “Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do Homem, então, conhecereis quem eu sou e que nada faço por mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou” Jo 8.28. Um profeta bíblico falava em nome de Deus, representava Deus diante do Seu povo. Temos na Bíblia duas categorias de profetas: os profetas da palavra ou não escritores (Elias, Eliseu, Natã, Micaías, etc); os profetas escritores, os que escreveram livros canônicos (Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel, etc). O Senhor Jesus se encaixava na categoria de profetas da palavra, pois não deixou nenhum livro escrito. Os evangelhos, que são os relatos da vida e obra de Jesus, foram escritos por outros (Mateus, Marcos, Lucas e João). Outra questão importante é que os profetas bíblicos vaticinavam ou prediziam coisas que iriam acontecer. O Senhor Jesus vaticinou muitas coisas, dentre elas a destruição do templo de Jerusalém o que aconteceu no ano 70 da era cristã, bem como outras coisas que estão para acontecer. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti    


A Igreja em Oração (At 4.23-31)
23Uma vez soltos, procuraram os irmãos e lhes contaram quantas coisas lhes haviam dito os principais sacerdotes e os anciãos. 24Ouvindo isto, unânimes, levantaram a voz a Deus e disseram: Tu, Soberano Senhor, que fizeste o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há; 25que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai, teu servo:
Por que se enfureceram os gentios, e os povos imaginaram coisas vãs?
26Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido;
27porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, 28para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram; 29agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a tua palavra, 30enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus. 31Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus.

Nosso Comentário
Ameaçados pelas autoridades religiosas de Israel, os apóstolos Pedro e João procuraram a Igreja e relataram o ocorrido. Os irmãos, após ouvirem o relato dos apóstolos, levantaram unânimes a voz em oração a Deus. A oração feita por um deles foi registrada por Lucas, escritor de Atos. Nessa oração constatamos que a primeira coisa que fizeram foi exaltarem a Deus, reconhecendo-O como Senhor e Criador de todas as coisas. Em seguida, enfatizaram a palavra profética, mencionando o programa redentor através de nosso Senhor Jesus Cristo, e os fatos históricos a ele associados. É citado também na oração a trama montada pelos agentes humanos que culminou na morte de Cristo. Disseram também que a atitude tomada pelas autoridades religiosas e políticas da época fazia parte do misterioso programa divino, em que essas autoridades foram usadas por Deus para a realização do propósito redentor. Em seguida, a igreja faz a sua petição. Eles pediram poder para anunciar com intrepidez a Palavra de Deus. A resposta divina foi que o lugar onde estavam reunidos foi atingido por um pequeno abalo sísmico, mas sem danos para as instalações e pessoas, e que todos foram cheios do Espirito Santo. Em seguida, o texto nos diz que a Igreja fortalecida pelo Espirito Santo, anunciava com intrepidez a Palavra de Deus. Observando esse episódio podemos enfatizar que o teor do pedido de oração deles (poder para testemunhar) é um pedido que está ausente no meio da Igreja da atualidade. Geralmente oramos pedindo a Deus solução para os problemas que enfrentamos.  Outra coisa a observar é a ênfase que é dada a palavra profética, as Sagradas Escrituras. O programa redentor através de Cristo Jesus é novamente enfatizado nessa oração. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti



PERGUNTA 23. Que funções exerce Cristo como nosso Redentor?
R. Cristo, como nosso Redentor, exerce as funções de profeta, sacerdote e rei, tanto no seu estado de humilhação como no de exaltação.
Ref. At 3.22; Hb 5.5-6; Sl 2.6; Jo 1.49.
Nosso Comentário: Na pergunta e resposta acima encontramos que o grande Redentor, o Senhor Jesus Cristo, exerceu e exerce algumas funções especificas que identificamos na Teologia Sistemática como Profeta, Sacerdote e Rei; Quanto aos Estados de Cristo, são dois apontados pela Cristologia: 1) o Estado de Humilhação; 2) e o Estado de Exaltação. Antes do Cristo exaltado encontramos o Cristo humilhado. O Estado de Humilhação compõe-se das seguintes etapas: A encarnação, os sofrimentos, a morte e o sepultamento de Cristo. No Estado de Exaltação encontramos as etapas a seguir: a ressurreição, a ascensão, a entronização e a segunda vinda de Cristo. O Senhor Jesus como Profeta representou Deus diante do povo, falava em nome de Deus (Jo 7.17; 8.26,28,38; 12.50); Quanto ao oficio de Sacerdote, Jesus intercedeu pelo seu povo morrendo na cruz por ele (2 Co 5.18,19), e continua nos Céus intercedendo pela sua Igreja junto ao Pai (Rm 8.34; Hb 7.25; 1 Jo 2.1,2); Quanto ao oficio de Rei, Jesus entronizado governa o universo e a sua Igreja (Ap 11.15; 17.14; 19.16; Ef 4.15). Tudo está sob o Seu controle, nada acontece sem a sua permissão ou ordem expressa Sua. No que se refere aos estados de Cristo, é sabido que Jesus encarnou, limitando-se numa forma humana, sofreu aqui, especialmente na cruz, morreu e foi sepultado. O Estado de Exaltação de Cristo começa com a Sua gloriosa ressurreição dentre os mortos com um corpo glorificado, seguida da ascensão do Senhor aos Céus donde viera, depois de viver conosco trinta e três anos; de Sua entronização quando chegou aos Céus e se assentou a direita de Deus Pai Todo Poderoso e governa tudo e todos; da segunda vinda do Senhor, que é uma promessa escatológica. Um dia Jesus virá acompanhado dos anjos dos Céus, com poder e grande glória para buscar a Sua amada Igreja e estabelecer o Seu reino eterno.  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Pedro e João perante o Sinédrio
(At 4.5-22)
5No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos e os escribas 6com o sumo sacerdote Anás, Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem do sumo sacerdote; 7e, pondo-os perante eles, os arguiram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? 8Então, Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e anciãos, 9visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um homem enfermo e do modo por que foi curado, 10tomai conhecimento, vós todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós. 11Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. 12E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. 13Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus. 14Vendo com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário. 15E, mandando-os sair do Sinédrio, consultavam entre si, 16dizendo: Que faremos com estes homens? Pois, na verdade, é manifesto a todos os habitantes de Jerusalém que um sinal notório foi feito por eles, e não o podemos negar; 17mas, para que não haja maior divulgação entre o povo, ameacemo-los para não mais falarem neste nome a quem quer que seja. 18Chamando-os, ordenaram-lhes que absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus. 19Mas Pedro e João lhes responderam: Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; 20pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos. 21Depois, ameaçando-os mais ainda, os soltaram, não tendo achado como os castigar, por causa do povo, porque todos glorificavam a Deus pelo que acontecera. 22Ora, tinha mais de quarenta anos aquele em quem se operara essa cura milagrosa.

Nosso Comentário
No dia seguinte a prisão, os apóstolos Pedro e João foram apresentados as autoridades religiosas de Jerusalém (os anciãos, os escribas, os sumos sacerdotes Anás e Caifás, João, Alexandre e todos os que eram da linhagem do sumo sacerdote). A arguição feita aos dois apóstolos era para saber com que autoridade eles curaram o paralitico na porta Formosa do templo de Jerusalém. Pedro, cheio do Espirito Santo, disse a eles que o milagre realizado (a cura do paralítico) fora em nome de Jesus. Diz-nos o texto assim: “seja conhecido de vós todos e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós. Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posta por cabeça de esquina. E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. At 4.10-12.  Ao observarem a intrepidez com que Pedro e João falavam, as autoridades constataram que eles eram de fato discípulos de Jesus, e vendo ali o ex paralitico, não tinham nada a acrescentar. Após consultarem entre si, foram unânimes em ordenar a Pedro e João que não anunciassem mais a Jesus entre o povo, ao que Pedro e João perguntaram a eles se era justo diante de Deus que eles se calassem sobre aquilo de que eram testemunhas. Ameaçados mais ainda, foram libertados sem castigá-los, pois o povo glorificava a Deus pelo ocorrido. Na resposta dos apóstolos percebemos que o evangelho foi anunciado àquelas autoridades. Pedro enfatizou os dois pontos centrais do Evangelho (a morte e a ressurreição de Cristo). Pedro também voltou a acusar os líderes religiosos de Israel pelo crime de ter crucificado o Senhor Jesus Cristo. Disse também que o Jesus rejeitado por Israel, Deus o fizera a pedra principal, de esquina, do grande edifício espiritual que Deus estava levantando. Finalizando, Pedro disse a eles que Jesus Cristo era o único e exclusivo Salvador dos pecadores perdidos.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


PERGUNTA 22. Como Cristo, sendo o Filho de Deus, se fez homem?
R. Cristo, o Filho de Deus, fez-se homem tomando um verdadeiro corpo, e uma alma racional, sendo concebido pelo poder do Espirito Santo no ventre da virgem Maria, e nascido dela, mas sem pecado.
Ref. Hb 2.14; Mt 26.38; Lc 2.52; 1.31, 35; Hb 4.15.
Nosso Comentário: Nessa pergunta e resposta encontramos a kenósis, ou seja, o esvaziamento e a encarnação do Verbo divino, conforme identificado em Mateus, Lucas, João e Filipenses. O Senhor Jesus Cristo sempre existiu como o eterno Filho de Deus. Como Filho de Deus e o restante da Deidade (Pai e Espirito Santo), Ele não possuía um corpo, uma forma aparente. No programa redentor se fazia necessário que um homem perfeito oferecesse a sua vida em sacrifício pelos pecados do homem a fim de satisfazer a justiça divina, ultrajada pelo pecado do homem. A Bíblia explica essa questão dizendo que Deus, através do Espirito Santo, gerou Jesus no ventre de uma virgem chamada Maria, cumprindo assim as profecias do Antigo Testamento sobre a vinda do Messias. (Gn 3.15, Is 7.14...). “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo” Mt 1.18. “... José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo” Mt 1.20. “E disse Maria ao anjo: Como se fará isso, visto que não conheço varão? E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” Lc 1.34,35. Na encarnação, Jesus recebeu do Pai uma alma racional que habitou um corpo mortal, gerado pelo Espirito Santo no ventre de Maria, preparado por Deus, conforme citação de Hb 10.5. O texto de Filipenses diz o seguinte: “... Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” Fp 2.5-8. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


                   Pedro e João presos (At 4.1-4)
1E, estando eles falando ao povo, sobrevieram os sacerdotes, e o capitão do templo, e os saduceus, 2doendo-se muito de que ensinassem o povo e anunciassem em Jesus a ressurreição dos mortos. 3E lançaram mão deles e os encerraram na prisão até ao dia seguinte, pois era já tarde. 4Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.
Nosso Comentário     
Depois de entregar ao povo que se aglomerara no pórtico de Salomão uma poderosa mensagem, por ocasião da cura do coxo que esmolava a porta Formosa do templo em Jerusalém, Pedro e João foram aprisionados pelos líderes religiosos de Israel acompanhados pelo capitão do templo e os saduceus, e recolhidos ao cárcere por ser tarde, para um julgamento no dia seguinte. A motivação da prisão foi que eles estavam cheios de ressentimentos porque os dois apóstolos tinham anunciado que o Senhor Jesus Cristo, sendo as primícias da ressurreição dentre os mortos, no devido tempo, iria chamá-los das sepulturas e trazê-los novamente a vida, através da ressurreição dos mortos. Em seguida, o texto sagrado nos relata o resultado da pregação de Pedro no pórtico de Salomão, que era um dos alpendres do templo em Jerusalém: quase dois mil homens, acrescendo assim ao número de discípulos em Jerusalém para cinco mil.  É significativo que entre o grupo que prendeu Pedro e João estivessem os saduceus, os componentes mais ilustres do Sinédrio israelita, pois eles eram racionalistas, não acreditavam na ressurreição dos mortos, nem em espirito, nem em anjos. “E Paulo, sabendo que uma parte era de saduceus, e outra, de fariseus, clamou no conselho: Varões irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseu! No tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado! E, havendo dito isto, houve dissensão entre os fariseus e saduceus; e a multidão se dividiu. Porque os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito; mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa” At 23.6-8. Esse é o primeiro relato de perseguição a Igreja de Cristo, no caso, a dois de seus representantes, os apóstolos Pedro e João.     
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

PERGUNTA 21. Quem é o Redentor dos escolhidos de Deus?
R. O único redentor dos escolhidos de Deus é o Senhor Jesus Cristo que, sendo o eterno Filho de Deus, se fez homem, e assim foi e continua a ser Deus e homem em duas naturezas distintas, e uma só pessoa, para sempre.
Ref. 1Tm 2.5; Jo 1.14; Rm 9.5; Cl 2.9; Hb 13.8.
Nosso Comentário:  Essa pergunta do Breve Catecismo e a consequente resposta enfocam a questão da solução apresentada por Deus para o drama do pecado e miséria do homem. Esse redentor é o próprio Filho de Deus que encarnara e assumira uma natureza humana que o habilitaria a morrer pelos pecados do homem. Esse redentor seria Deus e homem ao mesmo tempo, possuindo duas naturezas, uma divina e a outra humana, unidas, hipostaticamente, numa só pessoa (Cristo), ou seja, sem a perda das suas particularidades individuais de cada natureza. “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” Jo 1.1-3,14. Mais tarde, o apóstolo Paulo também enfatiza essa questão. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz” Fp 2.5-7. O Redentor Jesus é único, ou seja, somente por Ele o pecador pode ser reconciliado com Deus. Veja At 4.12; 1 Tm 2.5.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

                                               O Discurso de Pedro          (At 3.11-26)
11E, apegando-se ele a Pedro e João, todo o povo correu atônito para junto deles no alpendre chamado de Salomão. 12E, quando Pedro viu isto, disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou, por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade fizéssemos andar este homem? 13O Deus de Abraão, e de Isaque, e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Filho Jesus, a quem vós entregastes e perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto. 14Mas vós negastes o Santo e o Justo e pedistes que se vos desse um homem homicida. 15E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós somos testemunhas. 16E, pela fé no seu nome, fez o seu nome fortalecer a este que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde. 17E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também os vossos príncipes. 18Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo havia de padecer. 19Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham, assim, os tempos do refrigério pela presença do Senhor. 20E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado, 21o qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. 22Porque Moisés disse: O Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. 23E acontecerá que toda alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo. 24E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias. 25Vós sois os filhos dos profetas e do concerto que Deus fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra. 26Ressuscitando Deus a seu Filho Jesus, primeiro o enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, e vos desviasse, a cada um, das vossas maldades.
           
Nosso Comentário


A cura do coxo que esmolava na Porta Formosa do templo em Jerusalém causou uma profunda admiração para quem tomara conhecimento do fato. O texto em apreço nos diz que o coxo que fora curado apegou-se a Pedro e João, e que o povo presente no templo afluiu ao Pórtico de Salomão onde a Igreja se reunia. A presença de muitos naquele lugar ensejou a Pedro pregar a Palavra de Deus. O sermão de Pedro, que começa no versículo 12 de Atos 3 se estende até o final desse capitulo, torna a enfatizar as boas novas de salvação através da morte e ressurreição de Cristo. Pedro começa dizendo que a cura do coxo não fora feita por ele e João e sim por Jesus, pela fé em seu nome. Ainda no seu sermão, Pedro acusa os judeus de terem traído e matado a Jesus através dos romanos, mas disse também que por trás da decisão das autoridades judaicas de ter condenado   Jesus à morte, estava a poderosa mão de Deus dando curso ao Seu programa redentor, definido por Ele na eternidade, e que os instrumentos humanos usados por Ele não estavam isentos da responsabilidade pelo ato praticado, por isso Pedro aproveita o ensejo e os convoca ao arrependimento. “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados”. Também no sermão, Pedro fala sobre o Cristo exaltado como aquele que traria refrigério para a alma perdida. Pedro ainda diz que Jesus Cristo era o profeta prometido em Dt 18.15-19, bem como que Ele era o cumprimento das profecias contidas nos livros proféticos do Antigo Testamento. Termina Pedro o seu sermão reportando a aliança que Deus fizera com Abraão, prometendo que na sua descendência (Cristo) seriam abençoadas todas as famílias da terra. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


PERGUNTA 20. Deixou Deus todo o gênero humano perecer no estado de pecado e miséria?
R. Tendo Deus, unicamente pela sua boa vontade desde toda a eternidade, escolhido alguns para a vida eterna, entrou com eles em um pacto de graça, para os livrar do estado de pecado e miséria, e trazer a um estado de salvação por meio de um Redentor.
Ref. Ef 1.4; Tt 1.2; 3.4-7; Jo 17.6.
Nosso Comentário: Por ocasião da queda, o homem e os seus descendentes ficaram num estado de pecado e miséria, mas Deus graciosamente fez com eles um pacto de graça, através de nosso Senhor Jesus Cristo, pacto esse inicialmente sinalizado com a promessa que da semente da mulher, nasceria aquele que esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.15). Esse pacto foi corroborado com a morte de animais, sangue foi derramado, vestes foram feitas da pele desses animais para cobrir a nudez do casal, tipificando o sacrifício do Cordeiro de Deus que seria imolado no futuro. Descobrimos, claramente, no Novo Testamento que essas pessoas que foram e serão contempladas nesse pacto de graça são objetos de uma escolha soberana de Deus para essa finalidade, escolha essa feita na eternidade. “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado” Ef 1.4-6. O Senhor Jesus Cristo, o grande Redentor, o fiador desse pacto, com a sua morte expiatória na cruz do Calvário, libertou os eleitos do estado de pecado e miséria em que caíram.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


A cura de um coxo
                                                       (At 3.1-10)
1Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. 2E era trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. 3Ele, vendo a Pedro e a João, que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. 4E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. 5E olhou para eles, esperando receber alguma coisa. 6E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. 7E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e tornozelos se firmaram. 8E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus. 9E todo o povo o viu andar e louvar a Deus; 10e conheciam-no, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à Porta Formosa do templo; e ficaram cheios de pasmo e assombro pelo que lhe acontecera.

 Nosso Comentário     
                     
Depois do discurso de Pedro no Dia de Pentecostes e da ação poderosa do Espirito Santo, levando a conversão à Cristo quase três mil pessoas, e do relato como vivia a Igreja Primitiva, Lucas, autor de Atos dos Apóstolos, relata um episódio que aconteceu naqueles dias. Pedro e João quando subiam ao templo de Jerusalém, para a oração da hora nona, encontraram um coxo que costumeiramente se assentava junto a uma entrada do templo (Porta Formosa) para esmolar, e que pedia a eles que lhe dessem alguma coisa.  Pedro e João ordenaram que ele olhassem para eles, e Pedro lhe disse: “... Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”. Logo em seguida, aconteceu o que se segue: “E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e tornozelos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou”. Em seguida, o homem curado entrou no templo saltando e louvando a Deus. O povo presente rompeu também em adoração a Deus, porque reconhecera que ele era o coxo que esmolava assentado próximo a Porta Formosa. Olhando o milagre realizado, é importante constatar que o mesmo foi uma clara obra divina, e que foi realizado em nome de Jesus Cristo. “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda”. Um nome no oriente médio, na época, representava uma pessoa com todos os seus dons e atributos de que era possuidora. O nome de Jesus é a grande credencial que a Igreja tem diante de Deus. Esse precioso nome está acima de todo o outro nome (Fp 2.9-11). O poder de Jesus é imenso, pois Ele é Deus. E ainda hoje esse poder é operante no mundo, pois Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


PERGUNTA 19. Qual é a miséria do estado em que o homem caiu?
R. Todo o gênero humano pela sua queda perdeu comunhão com Deus, está debaixo da sua ira e maldição, e assim sujeito a todas as misérias nesta vida, à morte e às penas do Inferno para sempre.
Ref. Gn 3.8, 24; Ef 2.3; Rm 6.23; Mt 25.41-46.
Nosso Comentário: Quando aconteceu a queda do homem no Éden, a sentença de morte proferida por Deus, atingiu o homem fazendo com que ele perdesse a comunhão com Deus, ficasse sob a ira divina, e ficasse também vulnerável a toda a espécie de males, e condenado ao inferno para sofrer eternamente. Essa sentença atingiu, não só ao primeiro casal, mas também a todos os seus descendentes, ou seja, a todos nós seres humanos, descendentes de Adão. Compartilhamos, desde o nosso nascimento, de todas as mazelas provocadas pelo pecado quando da queda do homem. “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” Rm 5.12. Ainda em Romanos 3.23, encontramos que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.  Paulo escrevendo aos coríntios disse que todos morrem em Adão (1 Co 15.22). Podemos resumir a questão assim: A sentença de morte no que se refere a morte espiritual aconteceu de imediato quando o casal pecou. A parte que se refere a morte física relacionada a Adão aconteceu 930 anos depois de criado. Em relação a morte de Eva, a Bíblia silencia sobre o assunto, quando e como aconteceu. A morte eterna, que era uma perspectiva em relação a Adão e Eva, foi comutada, devido eles terem crido (Gn 3.15) e aceitado a provisão feita por Deus para cobrir a nudez do casal (animais foram mortos, sangue derramado, vestes feitas por Deus – tipificavam a obra de Cristo). Gn 3.21.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


As primeiras conversões (At 2.37-47)
37Ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, varões irmãos? 38E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. 39Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar. 40E com muitas outras palavras isto testificava e os exortava, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. 41De sorte que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas.
42E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. 43Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. 44Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. 45Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. 46E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, 47louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

Nosso Comentário
As palavras proferidas por Pedro em seu sermão no Dia de Pentecostes causaram um impacto profundo na multidão que o ouvia. Compungidos pelo Espirito Santo, eles perguntaram o que deveriam fazer. E Pedro os orientou quanto ao arrependimento e a fé em Cristo, e que deveriam se submeter ao batismo com água. Pedro lhes garantiu que quem fosse por esse caminho receberiam o Espirito Santo. O texto sagrado nos diz que quase três pessoas aceitaram o Evangelho e foram batizadas. A seguir o texto nos revela como viviam os novos convertidos no início da Igreja: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações. Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” At 2.42-47. Nesse relato, podemos constatar que a perseverança na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão, na oração e na assistência diária aos cultos da Igreja era a nota dominante daquele comunidade. Diz-nos também que eles tinham o coração cheio de temor a Deus e que eram liberais no que se refere a assistência aos necessitados. Diz-nos ainda o texto sagrado que aquela alegria contagiante era espelhada no partir do pão de casa em casa, em louvor a Deus, e o resultado disso era que todos os dias pessoas eram salvas.  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Simão, o mágico (At 8.9-13) No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde De...