sábado, 14 de dezembro de 2019


PERGUNTA 34. Que é adoção?
R. Adoção é um ato de livre graça de Deus, pelo qual somos recebidos no número dos filhos de Deus, e temos direito a todos os seus privilégios.
Ref. 1Jo 3.1; Jo 1.12; Rm 8.14-17.
Nosso Comentário: Outra das grandes bênçãos que Deus graciosamente concede ao crente em Cristo é a adoção. Adoção, segundo se entende do escopo geral da doutrina cristã, é a manifestação da livre graça de Deus em que Ele recebe como filhos aquelas pessoas que creem em Cristo. Nessa adoção todos os direitos de um filho natural é conferido aos filhos adotivos de Deus. “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo” Gl 4.4-7. Olhando para a carta aos Efésios, Paulo nos diz que essa adoção faz parte do programa redentor, e que ela foi planejada na eternidade: “como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” Ef 1.4,5. Escrevendo aos Romanos sobre o assunto, Paulo disse: “Porque não recebestes o espírito de escravidão, para, outra vez, estardes em temor, mas recebestes o espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai... E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; ...” Rm 8.15-17. A adoção nos dá direito de herdarmos de todas as bênçãos que Deus tem reservadas para os seus. Além das bênçãos espirituais, os filhos de Deus gozam também de proteção, cuidado, livramentos e provisões da parte do Pai Celestial. Essa bênção é tão grande que João, apóstolo, disse: “Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus”. 1 Jo 3.1.   
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                                                                  


PERGUNTA 33. Que é justificação?
R. Justificação é um ato da livre graça de Deus, no qual Ele perdoa todos os nossos pecados, e nos aceita como justos diante de Si, somente por causa da justiça de Cristo a nós imputada, e recebida só pela fé.
Ref. Ef 1.7; 2Co 5.21; Rm 4.6; 5.18; Gl 2.16.
Nosso Comentário: na resposta à pergunta anterior do Breve Catecismo, são identificadas algumas das bênçãos que acompanham a vida daquela pessoa eficazmente chamada pelo Espirito Santo para pertencer a Cristo, dentre elas a benção da justificação. A justificação é um livre ato da graça de Deus, no qual Ele perdoa todos os pecados da pessoa que crê em Cristo, e a aceita como justo diante de Si, graças a justiça de Cristo conseguida na cruz, que é imputada ao pecador pela fé. “o qual (Jesus Cristo) por nossos pecados foi entregue e ressuscitou para nossa justificação” Rm 4.25. Ainda escrevendo aos Romanos Paulo disse que o crente em Cristo foi justificado pela fé. “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo” Rm 5.1. Adão quando pecou atraiu sobre si e sobre a sua descendência a culpa pelo pecado cometido, bem como a corrupção da natureza humana. O homem já nasce morto em delitos e pecados e afastado de Deus. É considerado, portanto, um injusto, um ímpio. O sacrifício de Cristo na cruz do Calvário em favor do pecador satisfez plenamente a justiça divina ultrajada pelo pecado do homem. Quando Cristo morreu e ressuscitou, levando a culpa do homem, Ele, Cristo, tornou-se o justificador do seu povo diante de Deus. Os méritos conquistados por Cristo na cruz são imputados ao pecador que, arrependido, crê nele, justificando-o diante de Deus. “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” Rm 3.24-26. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti  


PERGUNTA 32. Que bênçãos gozam nesta vida aqueles que são eficazmente chamados? R. Aqueles que são eficazmente chamados, gozam, nesta vida, da justificação, adoção e santificação, e das diversas bênçãos que acompanham estas graças ou delas procedem.
Ref. Rm 8.30; Ef 1.5; 1Co 1.30.
Nosso Comentário: na pergunta 32 do Breve Catecismo a questão enfocada são as bênçãos espirituais que acompanham a fé em Cristo. Escrevendo aos efésios Paulo disse que Deus já abençoou o crente em Cristo com toda a sorte de bênçãos espirituais (Ef 1.3). Na sua 2ª carta, Pedro corrobora as palavras de Paulo, dizendo: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude, pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo” 2 Pe 1.3.4. Detalhando a questão, as bênçãos identificadas na pergunta são: justificação, adoção e santificação. Com a sua obra redentora realizada na cruz, Cristo proporciona para os crentes a benção da justificação, ou seja, o crente é declarado justo diante de Deus, como se nunca tivesse pecado. A segunda bênção é a adoção, ou seja, Deus graciosamente resolveu adotar como filhos, com todos os privilégios que o caso requer, aqueles que creram em Cristo e, por fim, a bênção da santificação, que envolve duas áreas: a santificação posicional e a santificação experimental, sendo a primeira no momento da conversão a Cristo, quando o crente foi purificado de todo o pecado e separado para uso exclusivo de Deus, e a outra, a experimental, que se dará ao longo da vida do cristão, na medida em vive aos pés do Senhor em oração e em constante contato com a Palavra de Deus, e no engajamento na obra do Senhor. O Espirito Santo usando esses meios de graça levará o crente a esse processo constante de santificação experimental. “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” Pv 4.18.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


PERGUNTA 31. Que é vocação eficaz?
R. Vocação eficaz é a obra do Espírito Santo, pela qual, convencendo-nos do nosso pecado, e da nossa miséria, iluminando nossos entendimentos pelo conhecimento de Cristo, e renovando a nossa vontade, nos persuade e habilita a abraçar Jesus Cristo, que nos é oferecido de graça no Evangelho.
Ref. 1Ts 2.13; At 2.37; 26.18; Ez 36.25-27; 2Tm 1.9; Fp 2.13; Jo 6.37, 44-45.
Nosso Comentário: o Senhor Jesus Cristo na cruz realizou a grande obra redentora, que foi autenticada pela sua gloriosa ressurreição. A Igreja recebeu do Seu Senhor a comissão para pregar o Evangelho a todas as pessoas no mundo inteiro. É sabido pela Bíblia que o homem nasce morto em seu delitos e pecados (Ef 2.1), e estando morto espiritualmente não tem condições de, por si mesmo, dá resposta positiva ao apelo do Evangelho. No programa redentor é o Espirito Santo o encarregado de convencer o ser humano do seu deplorável estado de miséria espiritual. Ele também inclina a vontade do homem persuadindo-o e o habilitando para aceitar pela fé a graça redentiva de Cristo através do Evangelho. Todo esse processo citado está incluso no grande tema da Vocação Eficaz. Todos os eleitos de Deus para a salvação experimentarão dessa graça em suas vidas, pois o programa é o mesmo. “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” Rm 8.29,30. Como a vocação é eficaz, isto quer dizer que, inexoravelmente, ocorrerá na vida dos escolhidos de Deus, pois o Senhor Jesus disse em certa ocasião: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último Dia. Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que do Pai ouviu e aprendeu vem a mim” Jo 6.44,45.  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                                                                                                                                                                                


PERGUNTA 30. Como nos aplica o Espírito a redenção adquirida por Cristo?
R. O Espírito aplica-nos a redenção adquirida por Cristo, operando em nós a fé, e unindo-nos a Cristo por meio dela em nossa vocação eficaz.
Ref. Gl 2.20; Ef 2.8; 1Co 12.12-13.
Nosso Comentário: o Senhor Jesus Cristo na cruz realizou a grande obra redentora, que foi autenticada pela sua gloriosa ressurreição. A ordem do Senhor é que o Evangelho seja anunciado a todas as pessoas no mundo inteiro. É sabido pela Bíblia que o homem nasce morto em seu delitos e pecados (Ef 2.1), e estando morto espiritualmente não tem condições de, por si mesmo, dá resposta positiva ao apelo do Evangelho. Como, dentre os homens, Deus tem os seus eleitos para a salvação (Ef 1.4,5), na execução do programa redentor, o Espirito Santo realiza uma poderosa obra, convencendo o homem do pecado (Jo 16.8), gerando nele a fé salvadora (Rm 10.17) e o regenerando (Tt 3.3-7). Uma vez vinda esta fé da parte de Deus (Jd 3; Tt 1.1; 2 Ts 3.2) alcançando o pecador, ele é unido espiritualmente a Cristo, formando com os outros que experimentaram da mesma graça, o corpo místico de Cristo, a Igreja (Ef 2.17-22). A resposta dada pelos teólogos de Westminster a pergunta de número trinta do Breve Catecismo, ainda informa sobre a vocação eficaz, doutrina essa citada por Paulo em sua carta aos Romanos: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” Rm 8.29,30. Dentre as fases do programa redentor, encontramos a chamada eficaz, ou seja, os eleitos na eternidade são alcançados no tempo e chamados através da pregação do Evangelho. No tempo designado por Deus, o Espirito faz o eleito responder eficazmente a mensagem do Evangelho, para que creia nela e a aceite como verdade absoluta, e seja salvo pela graça divina. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti       



PERGUNTA 29. Como nos tornamos participantes da redenção adquirida por Cristo?
R. Tornamo-nos participantes da redenção adquirida por Cristo pela eficaz aplicação dela a nós pelo Seu Santo Espírito.
Ref. Jo 1.12; 3.5-6; Tt 3.5-6.
Nosso Comentário: O Evangelho está alicerçado em dois fatos históricos bem definidos: a morte e a ressurreição de Cristo. Essa mensagem de boas novas é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crer. Sabemos pela Bíblia Sagrada que a culpa do pecado de Adão foi imputada a sua descendência de tal maneira que que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus (Rm 3.23). Diz-nos ainda a Bíblia que o homem está mortos em seu delitos e pecados, completamente inabilitado para as coisas de Deus mormente no que se refere a salvação em Cristo Jesus (Ef 2.1). O texto sagrado ainda nos revela que a obra de conversão do pecador a Cristo se dá pela poderosa ação do Espirito Santo. Ele é o encarregado de gerar, mediante o Evangelho, uma nova vida no homem que está morto espiritualmente.  O texto de João 1.12,13 diz que a aplicação dos méritos de Cristo na vida do pecador é uma obra de Deus: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus”. Ainda em João 3.5,6, encontramos que o novo nascimento é uma obra gerada pelo Espirito Santo. “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”. Escrevendo para Tito, Paulo esclarece mais essa questão: “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo, nosso Salvador” Tt 3.5,6. Um dos caso emblemático sobre o assunto é o de Lídia, relatado em At 16.13-15, quando se diz que Deus abriu o seu coração para crer em Cristo. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti  



PERGUNTA 28. Em que consiste a exaltação de Cristo? 
R. A exaltação de Cristo consiste em Ele ressurgir dos mortos no terceiro dia; em subir ao Céu e estar sentado à mão direita de Deus Pai, e em vir para julgar o mundo no último dia. 
Ref. 1Co 15.4; Ef 1.20-21; At 17.31. 
Nosso Comentário: no artigo anterior do Breve Catecismo tratou-se do Estado de Humilhação de Cristo, ou seja, da encarnação do Verbo, dos sofrimentos de Cristo, da morte e do sepultamento do Senhor Jesus Cristo. Nesta questão, o enfoque é dado no Estado de Exaltação de Cristo, que se compõe das seguintes etapas: a ressurreição de Cristo, a ascensão do Senhor, a entronização de Cristo e a Segunda Vinda do Senhor e o consequente desdobramento. No programa divino já estava previsto que o Cristo morto e sepultado iria ressurgir dentre os mortos. Essa profecia que se encontra no Salmo 16.8-10, é citada por Pedro no seu discurso no Dia de Pentecostes, referindo-se a Cristo (At 2.31,32). Ressurreto o Senhor, esteve com os seus discípulos quarenta dias falando-lhes acerca do Reino de Deus. “aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias e falando do que respeita ao Reino de Deus” At 1.3. Em seguida, o Senhor ascendeu aos Céus e lá foi entronizado como rei do Universo e Senhor da Igreja: “o qual está à destra de Deus, tendo subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as potências” 1 Pe 3.22 (Veja ainda Sl 110.1; Mc.16.19; At 2.33; Rm 8.34; Ef 1.20-23; Hb 1.3). Ainda no Estado de Exaltação de Cristo está prevista a segunda vinda do Senhor para buscar a Sua Igreja e estabelecer o seu reino eterno. A segunda vinda do Senhor será uma vinda pessoal (Jesus mesmo virá), física (com o corpo que ressuscitou dentre os mortos), visível (todo o olho o verá), gloriosa (acompanhado com os anjos do Céus), e repentina. Atrelado a segunda vinda do Senhor, como consequência natural, na visão reformada, está o arrebatamento da Igreja, a ressurreição dos         mortos e o consequente juízo final (Mt 24.29-31; 25.31-56).  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

A morte de Estevão


A morte de Estevão (At 7.54-8.1)
O resultado do longo sermão de Estevão foi do ponto de vista humano altamente negativo, pois não houve arrependimento nem conversão, muito pelo contrário, os ouvintes, os membros do Sinédrio, umas setenta pessoas, ficaram enfurecidos e rilhavam os dentre contra ele. Contrário ao coração furioso daqueles homens, o coração de Estevão estava cheio da graça de Deus e ele testifica para eles uma visão que Deus lhe estava dando: “Mas ele, estando cheio do Espírito Santo e fixando os olhos no céu, viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus, e disse: Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, que está em pé à mão direita de Deus” At 7.55,56. Com essa declaração Estevão assinou a sua sentença de morte, pois dizer perante o Sinédrio israelita que o Jesus que vivera entre eles, estava vivo e a direita de Deus (a direita de Deus é a prestigiosa posição de autoridade ocupada por Jesus nos Céus) era uma blasfêmia aos olhos daqueles incrédulos judeus. (A condenação de Estevão foi similar à do Senhor Jesus – pretenso pecado de blasfêmia). O texto nos diz que eles furiosos expulsaram Estevão do recinto, e levando-o para fora de Jerusalém o apedrejaram.  Enquanto as pedras choviam sobre Estevão ele, ensanguentado, invocava o nome do Senhor Jesus pedindo que Ele recebesse o seu espirito nos Céus. Nessa oração Estevão, como um cristão genuíno que era, pediu a Deus que perdoasse o pecado de seus algozes e, dizendo isto, morreu. Em seguida o texto nos revela que um tal de Saulo, que mais tarde ouviremos falar muito dele, consentia com a morte de Estevão.   
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                   

A defesa de Estevão

A defesa de Estevão (At 7.1-53)
Diante do tribunal judaico, Estevão quando interrogado pelo sumo sacerdote israelita fez a sua defesa, e nessa defesa faz uma digressão da história do povo de Deus a partir do seu fundador Abraão. Depois ele faz menção aos patriarcas detendo-se um pouco no relato sobre José e a provisão que Deus fizera para a família patriarcal quando da terrível fome que se abateu pelo mundo de então. Em seguida Estevão, na sua digressão, enfatiza a vida de Moisés e os seus feitos no meio do povo de Deus, inclusive do fracasso de Israel em adorar o bezerro de ouro. Seguindo as Escrituras no seu relato histórico chega ao rei Davi, que tinha a pretensão de construir um santuário para Deus em Jerusalém, o que foi feito por Salomão seu filho. Em seguida, Estevão questiona a exclusividade do templo em Jerusalém como o lugar de adoração a Deus. “mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como diz o profeta: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura, não fez a minha mão todas estas coisas?” At 7.48-50. Depois Estevão passa de acusado para acusador, chamando a liderança religiosa de Israel de homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, e de sempre resistirem ao Espirito Santo de Deus como fizeram os seus pais, quando não deram ouvido a voz profética de Deus em Israel, quando esses profetas anunciavam a vinda do justo (o Messias). Por fim Estevão os acusa de terem traído e assassinado o Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo. 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti   




Estevão perante o Sinédrio


 Estevão perante o Sinédrio (At 6.8-15)
O texto em apreço enfoca o ministério do Diácono Estevão que se destacava no ministério da Palavra. Diz-nos também o texto que através de Estevão, Deus fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Em Jerusalém na época tinha uma sinagoga chamada de Sinagoga dos Libertos composta de judeus e prosélitos vindo da Cilicia, de Alexandria e de Cirene, os quais discutiam com Estevão, ou melhor, se opunham a ele, mas não conseguiam prevalecer contra ele, pois Estevão estava cheio do Espirito Santo e firmado na verdade da Palavra de Deus. Os opositores de Estevão não podendo vencê-lo através de argumentos, usaram de um expediente doloso que foi contratar testemunhas que depuseram contra ele. “Então, subornaram uns homens para que dissessem: Ouvimos-lhe proferir palavras blasfemas contra Moisés e contra Deus. E excitaram o povo, os anciãos e os escribas; e, investindo com ele, o arrebataram e o levaram ao conselho. Apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu” At 6.11-14. A acusação contra Estevão diante do Sinédrio israelita foi que ouviram dizer que Jesus destruiria o templo de Jerusalém e mudaria o costume que Moisés lhes dera. O texto sagrado nos diz que os componentes do Sinédrio ao olharem para o rosto de Estevão viram que o mesmo brilhava como se fosse o rosto de um anjo de Deus.    
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
                        



A Instituição dos Diáconos

A Instituição dos Diáconos (At 6.1-7)

 Depois do conflito dos apóstolos com o Sinédrio israelita, que foi apaziguado pela intervenção do rabino Gamaliel, o livro de Atos registra a primeira dificuldade interna enfrentada pela comunidade de crentes: “Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária”. At 6.1. Vemos no texto, que o primeiro problema interno na Igreja foi uma espécie de descriminação: um grupo estava sendo mais prestigiado do que o outro, isto na área da beneficência. Tal situação ensejou a intervenção dos apóstolos para a solução do problema, que foi a instituição do Diaconato, que seria escolhido pela Igreja em assembleia e consagrado para tomar conta desse importante assunto. Os doze apóstolos traçaram o perfil espiritual dessas pessoas, a saber: Homens de boa reputação, cheio do Espirito Santo e de sabedoria. Os sete homens com esse perfil, escolhidos pela Igreja, foram: “Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia”. At 6.5. Depois de escolhidos pela Igreja, esses homens foram consagrados ao ministério diaconal pela imposição das mãos dos apóstolos, que lhes conferiu autoridade espiritual para exercer o Diaconato. A instituição do Diaconato que iria gerenciar a beneficência da Igreja, permitiu que os apóstolos se dedicassem a oração e ao ministério da Palavra (At 6.4). Escrevendo a Timóteo (1 Tm 3.8-13), Paulo, pelo Espirito Santo, amplifica o perfil para o Diaconato, a saber:  Homens honestos, não de língua dobre, não dado ao vinho, não cobiçoso, marido de uma só mulher, que governe bem a seus filhos e a casa. O texto termina informando que a Igreja em Jerusalém estava na época em continuo crescimento.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

O parecer de Gamaliel (At 5.33-42)


O parecer de Gamaliel (At 5.33-42)
O texto em apreço, nos diz que as autoridades religiosas de Israel que inquiriram os apóstolos ficaram indignadas pela resposta dada por eles e resolveram matá-los, mas um dos ilustres componentes do Sinédrio, chamado Gamaliel, conceituadíssimo mestre em Israel, interveio e mandou retirar os apóstolos do recinto e advertiu ao restante do Sinédrio a ter mais cautela no tratamento da questão. Depois de tecer algumas considerações sobre distúrbios passados recente em Israel e as consequências funestas para a vida de seus líderes, ele disse estas célebres palavras: “Agora, vos digo: dai de mão a estes homens, deixai-os; porque, se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus” At 5.38,39. O resultado da intervenção de Gamaliel foi que todo o Sinédrio concordou com ele. Chamados novamente a presença das autoridades, os apóstolos foram açoitados e ordenados a não falar mais sobre o nome de Jesus Cristo. O texto nos diz que eles ficaram felizes pelo fato de ter tido o privilégio de sofrer afronta por causa do nome de Jesus. A proibição das autoridades não foi levada em consideração, pois eles já tinham dito que importava mais obedecer a Deus do que aos homens. “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo” At 5.42. O Senhor Jesus já tinha dito que sofrer por causa do Evangelho deve ser motivo de satisfação por parte dos cristãos (Mt 5.10-12). A mesma coisa foi dita por Paulo (Fp 1.29) e Pedro (1 Pe 2.21).  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti


A Prisão dos Apóstolos


A prisão dos apóstolos (At 5.17-32)
Devido à grande quantidade de pessoas que buscavam a Igreja para ser curadas de seus males, o sumo-sacerdote e os saduceus, um dos segmentos do Sinédrio israelita, encheram-se de inveja e aprisionaram os apóstolos do Senhor.  Guardados na prisão pública de Jerusalém, os apóstolos receberam a visita de um anjo do Senhor que os libertou da prisão de forma miraculosa, e deu-lhes uma ordem de Deus que os apóstolos fossem ao templo e anunciassem o Evangelho de Cristo. Os guardas que foram buscar os apóstolos a mando do sumo sacerdote, expressaram-se assim: “Achamos o cárcere fechado com toda a segurança e as sentinelas nos seus postos junto as portas; mas, abrindo-as, a ninguém encontramos dentro.” At 5.23. Informados de que os apóstolos encontravam-se no templo, as autoridades religiosas mandaram buscá-los, mas sem violência para que não houvesse tumulto entre o povo. Quando na presença das autoridades, eles foram arguidos desta maneira: “Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome; contudo enchestes Jerusalém de vossa doutrina; e quereis lançar sobre nós o sangue desse homem” At 5.28. Essa arguição ensejou a Pedro e os demais apóstolos dizerem que importava mais obedecer a Deus do que aos homens. Em seguida, eles anunciaram o Evangelho diante do Sinédrio, dizendo que o Cristo que morrera, Deus o ressuscitara e com o seu poder o exaltara como Príncipe e Salvador, para conceder a Israel o arrependimento e o perdão dos pecados. Em seguida, os apóstolos disseram que Deus os constituíra testemunhas do Evangelho, não só a eles, mas também a todos que recebessem o Espirito Santo no ato da conversão a Cristo.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

       Os apóstolos fazem muitos milagres (At 5.12-16)
Depois do juízo de Deus sobre o casal Ananias e Safira por ter mentido ao Espírito Santo no caso da oferta dada a Igreja, o texto sagrado nos fala sobre os prodígios feitos pelos apóstolos do Senhor Jesus em Jerusalém. No início de sua vivência, a Igreja de Cristo se reunia num alpendre chamado Pórtico de Salomão que era uma das áreas anexa ao templo de Jerusalém. É-nos digo que o povo que ia cultuar a Deus no templo tinha uma profunda admiração pela Igreja. É-nos dito também que o número de crentes em Cristo cada dia crescia mais. Em relação as maravilhas que Deus operava naqueles dias, o texto de Atos nos diz assim: “de sorte que transportavam os enfermos para as ruas e os punham em leitos e em camilhas, para que ao menos a sombra de Pedro, quando este passasse, cobrisse alguns deles. E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém, conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados” At 5.15,16. O Senhor Jesus quando chamou os seus apóstolos deu-lhes poder para curar os enfermos e expulsar os demônios (Mt 10.1; Mc 16.17,18). No livro de Atos nos é dito que, quando da pregação do Evangelho nos dias apostólicos, o poder de Deus em curar os enfermos se manifestava. “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e assentou-se à direita de Deus. E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém!” Mc 16.19,20. No caso especifico do texto em apreço nos é dito que muitas gente das cidades vizinhas traziam os doentes e endemoninhados para as reuniões da Igreja, e todos eram curados.   
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti                 

Simão, o mágico (At 8.9-13) No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde De...