1º - Não terás outros deuses diante de
mim; 2º - Não farás para ti imagem de escultura; 3º - Não tomarás o nome do
Senhor teu Deus em vão; 4º - Lembra-te do dia do sábado, para o santificar; 5º - Honra
a teu pai e a tua mãe; 6º - Não matarás; 7º - Não adulterarás; 8º - Não furtarás; 9º - Não dirás falso testemunho;
10º - Não cobiçarás.
O oitavo
mandamento é uma ordem expressa de Deus para que o ser humano, especialmente
aqueles que são do seu povo, não se aproprie de nada que pertença a outrem, a
não ser com a autorização do proprietário.
Sabemos pelas Escrituras que tudo o que
existe pertence a Deus que tudo criou. “Do
Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” Sl
24.1. Deus graciosamente deu bens aos
seres humanos. De acordo com a sua soberana vontade a uns Ele deu muito e a
outros, pouco, mas tudo vem de Deus, assim diz a Bíblia. “João respondeu e disse: O homem não pode receber coisa alguma, se lhe
não for dada do céu” Jo 3.27.
Assim sendo, os seres humanos devem se
contentar com o que tem que, em suma, foi dado por Deus, desde que adquirido
licitamente. As pessoas que receberam pouco de Deus não devem viver sob a
síndrome da Gabriela, personagem do escritor baiano Jorge Amado: “Eu
nasci assim, vou viver assim, vou morrer assim, Gabriela”. O apóstolo Paulo
escrevendo aos Coríntios, disse aos escravos da época que se pudessem ser livres,
aproveitassem a ocasião. Entendemos com esta expressão paulina que a pessoa
pode e deve se esforçar para mudar socialmente de vida, de progredir
financeiramente. “Foste chamado sendo servo?
Não te dê cuidado; e, se ainda podes ser livre, aproveita a ocasião” 1 Co
7.21.
O direito a propriedade é sagrado e
reconhecido pelas sociedades organizadas. Ninguém tem o direito de meter a mão
naquilo que não lhe pertence, essa é a lei divina.
Furtar, segundo o dicionário de língua
portuguesa Aurélio, significa, dentre outras coisas, “Subtrair fraudulentamente (coisa
alheia); roubar. Fazer passar como
seu (trabalho, ideia, etc). Percebe-se pela significação da palavra que furtar
não é só se apropriar de um objeto pertencente a outrem. A questão é mais
profunda do que pensamos. Por exemplo, diz-se de Absalão filho de Davi, que ele
furtava o coração do povo (afeto) de seu pai, o rei de Israel. (Veja 2 Sm 15.6)
No Antigo Testamento a pena para o ladrão,
aquele que furtava, era ser obrigado a pagar quatro ou cinco vezes o valor do
que fora furtado, e se porventura fosse apanhado furtando de noite, e se o
proprietário o matasse, esse proprietário não seria culpado de crime de sangue.
“Se alguém furtar boi ou ovelha e o
degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois; e pela ovelha, quatro ovelhas.
Se o ladrão for achado a minar, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será
culpado do sangue” Ex 22.1,2. Se, porventura, o ladrão não tivesse com que
restituir o roubado conforme a Lei, seria
vendido como escravo. “... O
ladrão fará restituição total; e se não tiver com que pagar, será vendido por
seu furto” Ex 22.3. Na época de Salomão a pena pelo furto aumentou a
restituição para sete vezes.(Veja Pv 6.30,31).
A Bíblia diz que Deus odeia o roubo, que
para o Senhor é considerado iniquidade. “Porque
eu, o Senhor, amo o juízo e odeio a iniquidade do roubo;...”. Is 61.8.
O profeta Malaquias nos traz uma revelação
sobre o dízimo do Senhor, dizendo que reter o dízimo do Senhor e não entregá-lo
a quem Deus determinou que fosse entregue (Israel no passado e a Igreja no
presente) isso seria considerado um roubo. “Roubará
o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas” Ml 3.8. Continua o profeta dizendo que por causa
desse roubo o povo de Deus não tinha prosperidade. Depois de advertir ao povo, ele
revela a ordem de Deus: “Trazei todos os
dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me
nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não
derramar sobre vós bênção sem medida” Ml 3.10.
No Novo Testamento esse mandamento é
ratificado por Jesus e por seus apóstolos. Sobre o assunto Paulo disse: “Aquele que furtava não furte mais; antes,
trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que
acudir ao necessitado” Ef 4.28. Ainda na Bíblia é dito que o furto é uma
das obras da natureza pecaminosa do homem (Mc 7.21-23).
Pr. Eudes Lopes
Cavalcanti
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