sábado, 21 de agosto de 2010

A perseverança na oração

Perseverar, segundo o dicionário de Aurélio, é: Conservar-se firme e constante. Continuar a ser ou ficar; continuar, perdurar; permanecer sem mudar ou sem variar de intento.

Em diversas ocasiões na Bíblia encontramos o mandamento para perseverarmos na prática de algumas virtudes da vida cristã, inclusive para perseverarmos na oração. “... perseverai na oração” Rm 12.12. “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças” Cl 4.2. “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” Ef 6.18. O Salvador, que viveu uma vida de intensa oração, contou uma parábola para incentivar aos seus discípulos a perseverarem na oração. “E contou-lhes também uma parábola sobre o dever de orar sempre, e nunca desfalecer...” Lc 18.1-8.

Observa-se na vida dos crentes em geral que quando estão enfrentando alguma dificuldade dedicam-se a oração. As dificuldades os levam a subir a casa do Senhor e a freqüentarem os cultos de oração da Igreja e a orarem em particular. Atendida a necessidade, devagarzinho, vão deixando de perseverar em oração, pensando que a oração só deve ser praticada para solução de problemas. Essa atitude é uma atitude errada, pois, antes de ser um instrumento para a solução de problema a oração é uma forma de adorarmos a Deus.

A oração ainda é um instrumento para confissão

de pecados, para manifestação da nossa gratidão por todas as bênçãos que o Senhor nos tem concedido por graça e por misericórdia, além de ser um instrumento para afinar a nossa comunhão com o Senhor, pois no momento da oração estamos entrando na presença de Deus, graças à mediação de nosso Senhor Jesus Cristo. Estamos conversando “face a face” com Deus pela fé, e nos habilitando para Deus falar conosco. A oração constante e perseverante também atrai o poder de Deus para a vida do crente capacitando-o para fazer a obra de Deus de uma forma que Lhe seja agradável.

O salvo deve entender que a sua alma respira a oração, necessita da oração para viver uma vida de comunhão com Deus e para viver uma vida cristã frutífera. Era isso que os irmãos antigos entendiam, pois, estavam sempre se reunindo para orar a Deus. “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos” At 1.14. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” At 2.42

No reino espiritual não se consegue fazer muita coisa a não ser quando se vive uma vida de constante oração. O diabo sabe disso e faz tudo para tirar o crente do lugar da oração. Ele buzina nos ouvidos dos crentes amplificando o desânimo e o cansaço, fazendo com que seja um peso em suas vidas ou lhes apresenta coisas interessantes, bonitas, atraentes como um programa de televisão, um momento de lazer, etc. Há ainda aquelas situações em que nós mesmos colocamos sobre nós uma carga excessiva de trabalho quer se tratando de afazeres domésticos quer se tratando do nosso “ganha pão”, e dizemos que não temos tempo para estar aos pés de Jesus, juntos com os nossos irmãos, orando por nós mesmos, por nossas família, pela Igreja e pela salvação das almas perdidas.

Diante disso, amados, lutemos para perseverar em oração, independente de circunstâncias, pois há um poder extraordinário na súplica de um crente. (Veja Tg 5.16).

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Os Pecados dos Crentes

A Bíblia nos revela que todos os homens são pecadores aos olhos de Deus. "Porque todos pecaram e destituidos estão da gloria de Deus" Rm 3.23. Revelam ainda as Sagradas Escrituras que o Senhor Jesus veio a este mundo, segundo um plano estabelecido pela Santíssima Trindade na eternidade, para salvar aqueles a quem Deus escolheu segundo o beneplácito de Sua soberana vontade. “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fossemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado. Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” Ef 1.4-7.

A poderosa obra redentora realizada por Jesus na cruz do Calvário satisfez plenamente a justiça divina ultrajada pelo pecado do homem. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado, o que, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós” 1 Pe 1.18-20. Ainda de acordo com o plano estabelecido por Deus ficou definido que os méritos dessa obra seriam creditados aqueles que acreditassem em Jesus como o Filho de Deus e o recebessem como Salvador de suas vidas e o confessassem como Senhor. “... se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração e creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo. Visto que o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação” Rm 10.9,10. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” Ef 2.8. Assim sendo, quando uma pessoa arrependida aceita a Cristo como o seu Salvador todos os seus pecados lhe são perdoados, o passado é apagado e a pessoa renasce para uma nova vida pela instrumentalidade do Espírito Santo. “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados...” At 3.19. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no seu nome” Jo 1.12. “Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador” Tt 3.5,6.

Mas a obra redentora não só contempla os crentes com o perdão dos pecados cometidos no passado, mas também no presente e no futuro. No ato da aplicação da obra redentora na vida do crente nos é dito nas Escrituras que ele foi purificado ou lavado (1 Co 6.10,11; Tt 3.5), transformado ou regenerado (2 Co 5.17; Tt 3.5,6) e ressuscitado espiritualmente e assentado nos lugares celestiais em Cristo (Ef 2.4-7; Cl 3.1). É-nos dito também nas Escrituras para os que crêem em Cristo não há mais nenhuma condenação. “Portanto agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei do espírito de vida, em Cristo Jesus me livrou da lei do pecado e da morte”. Rm 8.1,2. Isto quer dizer que espiritualmente o crente em Cristo está livre da condenação do pecado e goza de paz com Deus pelos méritos de Cristo. É uma pessoa abençoada por Deus com toda a sorte de bênçãos espirituais. “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares espirituais em Cristo” Ef 1.3. Os crentes em Cristo, ainda nas Escrituras, são identificados como santos (santificados em Cristo), e declarados justos (justificados diante de Deus). “À igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos,...” 1 Co 1.2. O crente ainda segundo a Bíblia está morto para o pecado e está escondido com Cristo em Deus (Cl 3.3), e está guardado em Cristo (Jd 1). Isso quer dizer que espiritualmente os crentes em Cristo já estão seguros em Cristo e nada que ele venha a fazer que se caracterize pecado irá mudar essa posição que ele goza em Cristo.

Mesmo com essa posição definida e imutável, ou seja, o crente jamais cairá da graça de Deus, graças aos méritos do Redentor que disse que todo aquele que viesse a Ele não o lançaria fora. “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” Jo 6.37, o salvo ainda é uma pessoa propensa ao pecado, pois a natureza pecaminosa não é dele erradicada, pelos menos enquanto estiver no corpo desta carne. “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros” Rm 7.22,23. “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós” 1 Jo 1.8. “Se dissermos que não pecamos, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós” 1 Jo 1.10.

Considerando que a obra redentora de Cristo é tão poderosa que liberta o homem da condenação ocasionada pelo pecado, conforme o dito de Paulo em Rm 8.1,2: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte”, não haverá tratamento do pecado do crente na eternidade. Quando o crente falece ele não leva consigo pecado algum para ser julgado por Deus no julgamento final, pois todos os seus pecados já foram perdoados, apagados, pelos méritos de Cristo na cruz do Calvário, independente de confessá-los neste mundo ou não.

Os possíveis pecados cometidos pelos crentes no corpo da sua carne são tratados por Deus neste mundo. Considerando que Deus é justo e julga a todos sem fazer acepção de pessoas, o crente quando comete algum pecado seja de que natureza for e por alguma razão não o confessa a Deus ele recebe aqui neste mundo em diversos graus a disciplina do Pai Celestial até que venha a se arrepender, reconhecer o seu erro, pois se trata agora de um filho de Deus. Na carta aos Hebreus, no capítulo 12, o Espírito Santo trata a questão dos pecados cometidos pelos crentes em Cristo. “Ainda não resististes até ao sangue, combatendo contra o pecado. E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, E não desmaies quando por ele fores repreendido; Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos. Além do que, tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos participantes da sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela” Hb 12.4-11.

É importante também esclarecer que o pecado na vida de um crente é um acidente de percurso e não algo costumeiro, pois a Bíblia nos revela que a nova natureza implantada pelo Espírito Santo no salvo o leva a não sentir prazer no pecado. “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus” 1 Jo 3.9. “Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca; mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” 1 Jo 5.8.

Cometido o pecado, deve o crente, para manter a sua comunhão com Deus, confessá-lo e pedir forças ao Senhor para não mais cometê-lo “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça” 1 Jo 1.9. “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” Pv 28.13. “Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. (Selá.)” Sl 32.5. “Esconde a tua face dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades. Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Sl 51.9,10. Feito isso, os pecados dos crentes que já foram perdoados quando foi alcançado pela obra redentora de Cristo, é apagado e ele volta a gozar de comunhão com Deus.

No nosso entendimento o Espírito de Deus que habita no crente, quando esse comete uma falha qualquer o convencerá do erro e o levará a confessar e a se apropriar do perdão que por direito lhe é seu graças aos méritos de Cristo na cruz do Calvário. Cedo ou tarde isso ocorrerá na vida do salvo pois o Espírito não descansará enquanto essa obra não for realizada. Eis aí a diferença entre o salvo e o perdido, entre o justo e o ímpio, entre quem é filho de Deus e quem é filho do maligno.

Imaginem os irmãos se não fosse assim, poucos seriam arrebatados por ocasião da segunda vinda do Salvador, pois, é impossível do ponto de vista humano que de todos os componentes da igreja militante (os que estiverem vivos no dia do arrebatamento) não tenha alguém que não tenha cometido uma falha qualquer ou mesmo um pecado grosseiro que ainda não tenha sido tratado por Deus (lembramos aos irmãos que pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus ou a transgressão dessa lei).

Poderia alguém objetar que se é assim, então os crentes podem pecar à vontade porque todos os seus pecados (passados, presentes e futuros) já foram perdoados e que não há mais nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus. Quem pensa assim é porque desconhece que no programa redentor, há uma fase que fala da regeneração, novo nascimento, transformação, ou seja, o indivíduo quando de fato é salvo ele não tem mais prazer no pecado, pois, tem outra natureza consigo, sendo essa nova natureza implementada pela instrumentalidade do Espírito Santo nele, como já dissemos. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” 2 Co 5.17. É a semente divina implantada pelo Evangelho no crente. “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus” 1 Jo 3.9. Segundo o texto de João citado quem é nascido de Deus não tem mais prazer no pecado sendo o mesmo uma possibilidade, um acidente, mas não algo costumeiro em sua vida.

Na eternidade, como dissemos, não haverá tratamento do pecado de crente, pois eles não os têm mais, foram santificados plenamente pela poderosa obra realizada por Cristo na cruz do Calvário. Os crentes receberão na eternidade galardões, recompensas pelo serviço prestado a obra do Senhor enquanto tiveram vida humana. Se foi um crente consagrado, operoso, dedicado esse receberá de Deus recompensas. Se tiver sido um crente relapso, que viveu mais pra si do que para Deus, esse tal, cujas obras não suportarão o olhar perscrutador de Deus, serão salvos como que pelo fogo, mas não serão punidos pelos seus erros e pecados cometidos após a conversão. “Porque ninguém pode por outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo fogo” 1 Co 3.11-15.

Oh irmãos como é poderosa a obra que Jesus realizou na Cruz, como ela é eficaz, capaz de apresentar todos os crentes puros, santos, imaculados diante de Deus. “O profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Porque quem compreendeu a mente do Senhor? ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” Rm 11.33-36.

Pastor Eudes Lopes Cavalcanti


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