segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Pregação Pr. Eudes, dia 26/08/12



A imortalidade da alma



       Estudando a Antropologia, um dos temas enfocados pela Teologia Sistemática, encontramos uma parte que trata da natureza constitucional do homem, as partes que o compõe. É-nos dito pela Antropologia, que é o estudo do ser humano a luz das Escrituras, que o mesmo é composto de duas partes, a saber: uma parte material, aparente, o corpo e uma parte espiritual, invisível, a alma chamada também de espírito.
     Faz-se necessário que voltemos ao início da Bíblia para compreendermos que, quando Deus criou o homem, o criou com uma parte mortal, visível, o seu corpo e com uma parte imaterial que é a alma. “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” Gn 2.7.  Aquele sopro de Deus (a transmissão da alma) foi quem animou o corpo inerte, dando-lhe vida.
    Essa substância espiritual, imaterial, invisível que animou o corpo humano que fora feito por Deus é de natureza imortal, ou seja, não experimenta a morte e nem se extingue.
    Quando falamos de morte física, o que foi visto no boletim anterior, falamos de uma separação das partes constitutivas da natureza constitucional do ser humano. Quando da morte, o que irá se desfazer  é o corpo mortal, que se tornará em pó, e a parte imaterial se projetará na eternidade viva, consciente para um dos lugares determinados por Deus (Céu para a alma redimida por Cristo e inferno para a alma que não foi redimida), a fim de aguardar a consumação do programa divino para a humanidade que é a ressurreição geral e o consequente julgamento final, seguido do estado eterno.
     Que a alma é imortal podemos constatar isso através da parábola do Rico e Lázaro encontrada em Lucas 16.19-31. Nessa parábola, onde é revelado por Jesus o outro lado da vida, é contada uma brevíssima história de dois homens deste lado da vida. Um era rico e não se preocupava com Deus; o outro era pobre, mas rico espiritualmente porque cria em Deus. Ambos morreram fisicamente, e aí a santa Palavra de Deus nos revela a imortalidade da alma. Diz-se do pobre, que  quando ele morreu (a sua a alma) foi levado pelos anjos para o seio de Abraão (que representa Deus). Lá, na presença de Deus, Lázaro foi visto consciente e sendo consolado no Céu. Quanto ao rico, assim que morreu foi levado (a sua alma) pela força do decreto divino para um lugar de sofrimento, longe da presença de Deus, que no Novo Testamento chama-se Hades.
       Observem que quando se morre ninguém é extinto. O rico estava sentindo tormento, viu a Lázaro de longe no seio de Abraão, fez uma prece, um pedido a Deus, lembrou-se de que tinha cinco irmãos em sua casa que ainda estavam vivos, pede a Deus que Lázaro volte à vida para testificar para seus irmãos sobre a terrível realidade do inferno. Observem ainda nessa revelação que todas as faculdades da alma daquele homem (vontade, inteligência e emoções) estavam presentes e ativas.
     Ainda outro texto que nos fala sobre a imortalidade da alma é visto em Apocalipse 6.9-11.  Ali são encontradas as almas daquelas crentes que morreram pela fé em Cristo. Observem que elas estavam vivas, ativas, pois fizeram uma prece a Deus pedindo-Lhe que abreviasse o juízo sobre os perseguidores da Igreja. Observem ainda que foram vestidas de vestes brancas e foram consoladas por uma palavra de Deus.
    Outros textos são encontrados nas Escrituras sobre a imortalidade da alma, principalmente aqueles que tratam do juízo de Deus sobre os incrédulos quando é dito que o fogo do juízo nunca se apagará, e que os ímpios serão atormentados para sempre (Mc 9.42-48; Mt 18.6-9; Ap 20.10-15). 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Escatologia Individual – a morte física



   O estudo da Teologia Sistemática contempla dez temas, a saber: Bibliologia, Teontologia, Antropologia, Hamartiologia, Cristologia, Soteriologia, Angelologia, Pneumatologia, Eclesiologia e Escatologia.
      A palavra Escatologia é de origem grega e compõe-se de dois vocábulos: escatos (últimas coisas) logia (estudo). Assim sendo podemos conceituar de uma maneira simplificada Escatologia como o estudo das últimas coisas ou a doutrina das últimas coisas.
     A Escatologia divide-se em duas partes: a Escatologia Individual que contempla os temas a Morte, a Imortalidade da Alma e o Estado Intermediário, e a Escatologia Geral que contempla os temas a Segunda Vinda do Senhor, a Grande Tribulação, o Arrebatamento da Igreja, o Milênio, a Ressurreição Corporal, o Julgamento Final e o Estado Eterno.
      Tratando-se da morte, a mesma à luz das Escrituras, divide-se em três áreas, a saber: morte espiritual (separação do homem de Deus), morte física (separação da alma, chamada também de espírito, do corpo) e morte eterna (eterna separação do homem de Deus). Do ponto de vista da Escatologia o interesse do estudo é voltado para a morte física e para a morte eterna.
     No que se refere a morte física, a mais comum do ponto de vista humano, ocorre quando a alma se separa do corpo e quando isso ocorre o corpo é depositado na sepultura para se decompor e a alma se projeta para a eternidade. A morte física põe fim a existência do ser humano na face da terra. Ela é consequência do pecado de nossos primeiros pais Adão e Eva, e alcançou toda a descendência humana. “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” Rm 5.12.
     No Édem, Deus alertou ao homem que não comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, pois se isso acorresse o homem morreria como consequência da desobediência, e esse castigo não contemplou somente o casal Adão e Eva, mas também toda a sua descendência, pois Adão era o representante federal de todos os homens diante de Deus. “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” Gn 2.16,17. Por ocasião da queda do homem no Édem, o Senhor Deus lavrou a sentença sobre o casal e sobre todos os outros seres humanos. “No suor do teu rosto, comerás o teu pão, até que te tornes a terra; porque dela foste tomado, porquanto és pó e em pó te tornarás” Gn 3.19.
    Que a morte física é a separação das duas substâncias que fazem parte da natureza constitucional do homem (alma ou espirito e corpo) pode-se constatar isso pelas Sagradas Escrituras. “E aconteceu que, tendo ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás. E aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou o seu nome Benoni;...” Gn 35.17,18. “e o pó volte a terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu” Ec 12.7. “Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta” Tg 2.26. “E apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito... E, tendo dito isto, adormeceu” At 7.59,60. “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou” Lc 23.46.
     No próximo domingo, se Deus permitir, daremos continuidade ao estudo da Escatologia conforme combinado com a Igreja. 
Pastor Eudes Lopes Cavalcanti

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A pros­peri­dade segundo a Bíblia


       Hoje mais do que em qual­quer outra época da vida da Igreja o assunto pros­peri­dade tem inva­dido o arra­ial evangélico, des­per­tando nele uma sofreguidão pelo que é mate­r­ial. As Igre­jas que tem optado como dire­triz básica do seu min­istério a ênfase nesse assunto, numa ânsia de um cresci­mento numérico rápido, têm muitas delas, explo­rado esse tema até as últi­mas consequências, inclu­sive com­pro­m­e­tendo a pureza do Evangelho. 
        Mas o que é pros­peri­dade? Enten­dendo o assunto con­forme o sig­nifi­cado da palavra, vemos que pros­perar é “mel­ho­rar de condição; pro­gredir; crescer, desenvolver-​se; enriquecer”.
        Muitos evangéli­cos acham que pelo fato de serem fil­hos de Deus (por adoção) deve ser necessariamente rico finan­ceira­mente e o argu­mento que usam é que se a Deus per­tence à riqueza (Ag 2.8), então os seus fil­hos têm que ser ricos tam­bém. E o pior de tudo é quando se ensina que se o crente não é próspero (rico) tem prob­lema na sua vida espir­i­tual, ou falta de fé, ou algum pecado que impede a sua prosperidade.
       Mas será que no Novo Tes­ta­mento é isso que é enfa­ti­zado? (Lem­bramos aos irmãos que um deter­mi­nado assunto para ser normativo na vida da Igreja tem que ter nec­es­sari­a­mente o respaldo do Novo Tes­ta­mento, pois a rev­e­lação foi dada de forma pro­gres­siva. Se não há con­fir­mação do Novo Tes­ta­mento para um assunto do Antigo Tes­ta­mento, o mesmo teve o seu valor cir­cun­stan­cial, mas não é nor­ma­tivo para a Igreja - isto é uma regra básica da Her­menêu­tica Bíblica, que é a ciên­cia de inter­pre­tação dos tex­tos bíblicos).
       Não restam dúvi­das de que o Novo Tes­ta­mento enfa­tiza a pros­peri­dade do ponto de vista espir­i­tual. Em Efé­sios 1.3 nos é dito que Deus já abençoou a Sua Igreja com toda a sorte de bênçãos espir­i­tu­ais. Pedro disse sobre o assunto, que Deus nos deu grandes e pre­ciosas promes­sas pelas quais nos tor­namos par­tic­i­pantes da natureza div­ina (2 Pe 1.3,4). João tam­bém tra­tou do assunto quando se dirigiu a Gaio, o des­ti­natário da sua 3ª carta, dizendo que ele era um homem prós­pero espir­i­tual­mente (3 Jo 1,2).
       A luz da Bíblia, Deus é sober­ano e tem gerên­cia direta na vida de todos os seres humanos. A uns Ele dá riquezas, a out­ros não. “O rico e o pobre se encon­traram; a todos os fez o Sen­hor” Pv 22.2. “Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz” Sl 115.3. (Veja ainda o Salmo 103.19). Ainda sobre a questão da sobera­nia de Deus é bom que todos saibam que ninguém pode ter coisa alguma se não lhe for dada do Céu (Jo 3.27). Tiago tam­bém via o assunto dessa maneira quando disse que toda a boa dádiva e todo dom per­feito vinha do alto, descendo do Pai das luzes (Tg 1.17).
      Se você irmão tem alguma coisa, algum recurso, pros­perou, tem um bom emprego, uma boa casa para morar, um automóvel para se loco­mover, tem influên­cia, o seu futuro e o dos seus fil­hos estão garan­ti­dos (?) não se ensober­beça, mas adore a Deus que gra­ciosa­mente lhe deu essas coisas. Se você querido irmão não tem as coisas citadas acima ou as tem em menor escala não se entris­teça, pois Deus não lhe deu isso ou lhe deu pouco, mas por outro lado Ele cuida de você com um cuidado todo espe­cial. Observe os textos a seguir: “Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão” Sl 37.25. “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. E, assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem” Hb 13.5,6. Dê graças a Deus por isso em obe­diên­cia ao que Ele disse em 1 Ts 5.18: “Em tudo dai graças, porque esta é a von­tade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.
      Não estou com isso pre­gando um deter­min­ismo, nem sou adepto da “sín­drome da Gabriela” (eu nasci assim, vou viver assim e vou mor­rer assim). Esforce-​se, estude, trabalhe, pro­grida, mas não venda a sua alma por causa disso. Lembre-​se de que o Sen­hor cen­surou aque­las pes­soas que eram ricas mate­rial­mente, mas que eram pobres para com Deus (veja a parábola do rico insen­sato em Lucas 12.1321).
Pr. Eudes Lopes Cav­al­canti

Simão, o mágico (At 8.9-13) No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde De...