Deus, graciosamente, escolheu um povo em
Abraão e deu a esse povo a grande revelação de que Ele era um Deus santo, puro
e perfeito, e que para se conviver com Ele de forma harmoniosa o povo teria de viver
em santidade de vida, e para isto deu-lhe um código de ética sintetizado nos Dez Mandamentos.
A aliança que Deus estabeleceu com Israel no
Sinai foi quebrada, por parte do povo, em diversas ocasiões. Por misericórdia
divina antes da punição maior estabelecida por Deus em sua aliança, que seria a
expulsão do Seu povo da terra que Ele dera a Israel, Ele graciosamente levantou
homens e mulheres, através do ministério profético, para advertir a Israel no que se refere aos
pecados cometidos pelo povo, especialmente pelos seus lideres.
Os profetas de Israel dividem-se em profetas
da palavra e profetas da escrita. Os profetas escritores foram aqueles que
foram inspirados pelo Espirito Santo para produzir os dezessete livros que
constam do Cânon Sagrado (Isaías a Malaquias). Esses profetas bem como os da
palavra (Elias, Eliseu...) identificaram alguns pecados, que levariam Israel ao
desterro bem como a destruição de Jerusalém e do templo do Senhor.
Nesse artigo iremos identificar alguns desses
pecados e comentá-los de forma sucinta. Comecemos
com a idolatria. A idolatria é a adoração de outro deus que não é o Deus dos
Céus. Esse pecado fere o primeiro e o segundo mandamento do Decálogo “Não terás
outros deuses diante de mim”. “Não farás para ti imagem de escultura”. O povo
de Deus adorou aos deuses do Egito, aos deuses de Canaã e aos deuses das nações limítrofes a Israel (amonitas, moabitas e edomitas).
Contextualizando esse
pecado, ainda hoje muitos que professam a fé cristã colocam outros deuses em
seus corações como, por exemplo, o dinheiro e o sexo.
Outro pecado recriminado pelos profetas
foi a imoralidade sexual, as relações sexuais fora do matrimônio,
adultério, prostituição, etc. Esse pecado feria o sétimo mandamento que diz “Não
adulterarás”. O sexo é uma benção de Deus para o ser humano. Foi o próprio Deus
quem fez o ser humano com impulsos sexuais, mas Ele próprio estabeleceu uma
instituição, que é o matrimonio, onde o sexo poderia ser usado com critério
para a alegria dos cônjuges e para cumprir um propósito seu, a procriação.
Ainda outro pecado
que era praticado pelo povo de Deus, especialmente por aqueles que detinham o poder,
foi a violência. Violência é tomar o que pertence aos outros contra a sua
vontade, inclusive o bem maior do ser humano que é a vida. Esse pecado fere,
dependendo do tipo de violência, a dois mandamentos: “Não matarás” e “Não
furtarás”. Esse mesmo terrível pecado caracterizou a sociedade antediluviana, e
que levou a sua destruição. A Bíblia diz que naquela época a terra encheu-se de
violência. “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e
encheu-se a terra de violência” Gn 6.11.
Outro pecado combatido
pelos profetas dizia respeito à questão cultual. O culto nas eras pré-patriarcal
e patriarcal era realizado com a edificação de um altar de pedras rusticas,
conforme especificado por Deus. A partir da construção do tabernáculo e,
posteriormente, do templo o culto deveria ser realizado dentro dele. Muitos israelitas traziam animais cegos,
aleijados, sarnentos para oferecer ao Senhor, isto com a conivência dos
sacerdotes que eram os responsáveis pelo altar. Além disso, os profetas
reclamaram de que os ofertantes não misturaram os seus sacrifícios com a
obediência aos mandamentos de Deus.
Cultuar a Deus é uma
obrigação do ser humano e pelo descaso dessa obrigação o homem será julgado e
punido no Julgamento Final. O culto que deve ser prestado a Deus não é do jeito
como o homem quer que seja feito. O próprio Deus estabeleceu a essência e a
forma do culto. No que se refere à essência o culto deve ser oferecido a Deus
com intensidade de coração e quanto à forma Ele deve ser feito conforme
especificado por Deus em sua Palavra.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti