sábado, 30 de julho de 2011

Fazendo a opção certa

Na estrada da vida estamos sempre fazendo opções sobre o que é melhor para nós, para nossa família, para os nossos empreendimentos, etc. Observa-se que geralmente fazemos a opção do que é melhor no que se refere às coisas materiais, deste mundo. Optar pelo que é melhor para nós no terreno material não é errado, desde que a opção seja por algo eticamente correto diante de Deus.

Contrapondo-se as coisas materiais temos as coisas do Reino de Deus, que devem ser buscadas por todos os homens, já que todos eles têm uma dimensão espiritual que as coisas do mundo não contemplam. O Salvador revelou essa verdade quando disse que nem só de pão viveria o homem e sim de toda a palavra que procedesse da boca de Deus. (Mt 4.4).

A pessoa que professa a fé em Cristo, que foi alcançada pela sua graça redentora, teve a sua natureza mudada em uma nova criatura, foi regenerada pela instrumentalidade do Espírito Santo. “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” 2 Co 5.17. (Veja ainda Tt 3.4-6; 1 Pe 1.23).

Acontece que mesmo sendo uma nova criatura, o crente traz consigo ainda a natureza pecaminosa, herdada de Adão. No interior de todo o salvo existe sempre um conflito entre a carne (sua natureza pecaminosa) e o Espírito de Deus que veio habitar nele quando de sua conversão. “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” Gl 5.17. Esse conflito de natureza espiritual é latente em todo o verdadeiro crente e cabe a ele fazer a opção correta para que a sua vida espiritual esteja sempre crescendo.

A Bíblia está cheia de exortações para que optemos pelo que é melhor aos olhos de Deus. “Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” Cl 3.1-3. “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” Mt 6.33.

Optar pelas coisas deste mundo em detrimento das coisas de Deus é um risco muito grande para a pessoa. As coisas deste mundo não satisfazem a alma do homem, pois a alma é de natureza espiritual e não se satisfaz com as coisas materiais.

Existe uma doçura, uma beleza, nas coisas de Deus que se nós tivéssemos uma consciência clara sobre isso não iríamos optar pelas coisas deste mundo. “O temor do Senhor é limpo e permanece eternamente; os juízos do Senhor são verdadeiros e justos juntamente. Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o licor dos favos” Sl 19.10.

Quantos crentes há que perdem os cultos da Igreja por causa de uma novela, de uma partida de futebol, de um telejornal, de um programa qualquer. Deixam de alimentar a sua alma e ficam alimentando a sua natureza humana.

O apóstolo João em sua primeira carta nos faz uma advertência muito séria sobre a opção que fazemos pelas coisas do mundo. “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” 1 Jo 2.15-17.

Querido irmão opte pelo que é melhor - as coisas de Deus, e viva em função delas porque para isso você foi alcançado por Cristo. Lembre-se de que a Bíblia diz que a inclinação da carne é inimizade contra Deus e que os que estão na carne não podem agradar a Deus. (Rm 8.5-8). Sejamos sensíveis a voz do Espírito que quer nos inclinar às coisas de Deus, e assim seremos crentes mais fortes, mais abençoados e mais produtivos.

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti



segunda-feira, 25 de julho de 2011

Cuidando dos seus

A família é uma dádiva de Deus ao ser humano. Foi Ele que graciosamente a instituiu. O propósito de Deus em instituir a família foi para que ela O glorificasse e também para que servisse de benção para os seus componentes (cônjuges, pais, filhos, irmãos, netos, genros e noras).

O ideal divino para um lar é que todos os seus componentes professem a fé em Cristo, sejam salvos e sirvam a Deus de todo o coração. Mas sabemos que na experiência da vida nem todos os componentes de uma família professam a fé em Cristo. Encontramos famílias em que todos os seus componentes são crentes em Cristo, o que é uma grande bênção, mas existem famílias em que nenhum dos seus componentes professa a fé em Cristo, o que é uma lástima. Existem famílias ainda em que um dos cônjuges é crente e o outro não. Existem ainda aquelas famílias em que os pais são crentes e os filhos não, como também existem famílias que os filhos são crentes e os pais não são.

O fato é que o componente crente, evangélico, de uma família, que é luz no Senhor, tem responsabilidade espiritual com a mesma, independente do papel que ocupa dentro dela (se é pai ou mãe ou filhos ou outro parente).

No seu programa para a Igreja, Deus constituiu os crentes como sacerdotes espirituais. A exemplo dos sacerdotes da antiga Dispensação, os sacerdotes espirituais têm a responsabilidade de oferecer sacrifícios a Deus, não mais os sacrifícios cerimoniais que da antiga dispensação eram sombras do sacrifício de Cristo, mas sim sacrifícios

de louvor que é o fruto dos lábios que confessam o nome de Jesus, e também de fazer intercessão pelo povo de Deus, não mais através de oferendas, mas sim através da oração e da súplica.

Como sacerdote espiritual o crente tem a responsabilidade de interceder continuamente pela sua família. Assim entendia o patriarca Jó, pois a Bíblia diz que Jó apresentava a Deus sacrifícios pelos seus filhos após os dias em que eles se reuniam para se confraternizar. “E iam seus filhos e faziam banquetes em casa de cada um no seu dia; e enviavam e convidavam as suas três irmãs a comerem e beberem com eles. Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura, pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente” Jó 1.4,5.

Quantos membros de uma família há que são crentes, mas que não se preocupam com a vida espiritual dos seus. Não oram por eles, não os aconselham através da Palavra de Deus, não os convidam a ir com ele a Igreja, e até existem pais evangélicos que não trazem os seus filhos pequenos para a casa do Senhor. Existem ainda pessoas que investem muito na vida material de sua família, mas nada ou quase nada na vida espiritual da mesma, deixando os seus parentes nas mãos do diabo, do mundo e do pecado. No livro de Lamentações encontramos uma palavra da parte de Deus que contempla essa área: “Levanta-te, clama de noite no princípio das vigílias; derrama o teu coração como águas diante da face do Senhor; levanta a ele as tuas mãos, pela vida de teus filhinhos, que desfalecem de fome à entrada de todas as ruas” Lm 2.19.

Irmãos, precisamos despertar para esta grande realidade. Os nossos parentes têm uma alma que é imortal e que precisa da graça de Deus para ser feliz neste mundo e na eternidade. Cuidemos dos nossos para não cairmos no juízo da Palavra que diz: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” 1 Tm 5.8.

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

sábado, 16 de julho de 2011

A prosperidade segundo a Bíblia


Hoje mais do que em qualquer outra época da vida da Igreja o assunto prosperidade tem invadido o arraial evangélico, despertando nele uma sofreguidão pelo que é material. As Igrejas que tem optado como diretriz básica do seu ministério a ênfase nesse assunto numa ânsia de um crescimento numérico rápido têm, muitas delas, explorado esse tema até as últimas consequências, inclusive comprometendo a pureza do Evangelho.

Mas o que é prosperidade? Entendendo o assunto conforme o significado da palavra, vemos que prosperar é “melhorar de condição; progredir; crescer, desenvolver-se; enriquecer.

Muitos evangélicos acham que pelo fato de serem filhos de Deus (adotivos) devem ser necessariamente ricos financeiramente e o argumento que usam é que se a Deus pertence à riqueza (Ag 2.8), então os seus filhos têm que ser ricos também. E o pior de tudo é quando se ensina que se o crente não é próspero (rico) tem problema na sua vida espiritual, ou falta de fé, ou algum pecado que impede a sua prosperidade.

Mas será que no Novo Testamento é isso que é enfatizado? (Lembramos aos irmãos que um determinado assunto para ser praxe para a vida da Igreja tem que ter necessariamente o respaldo do Novo Testamento, pois a revelação foi dada de forma progressiva. Se não há confirmação do Novo Testamento para um assunto do Antigo Testamento, o mesmo teve o seu valor circunstancial, mas não é normativo para a Igreja. - isto é uma regra básica da Hermenêutica, que é a ciência de interpretação dos textos bíblicos).

Não restam dúvidas de que o Novo Testamento enfatiza a prosperidade do ponto de vista espiritual. Em Efésios 1.3 nos é dito que Deus já abençoou a Sua Igreja com toda a sorte de bênçãos espirituais. Pedro disse sobre o assunto, que Deus nos deu grandes e preciosas promessas pelas quais nos tornamos participantes da natureza divina (2 Pe 1.3,4). João também tratou do assunto quando se dirigiu a Gaio, o destinatário da sua 3ª carta, dizendo que ele era um homem próspero espiritualmente (3 Jo 1,2).

A luz da Bíblia, Deus é soberano e tem gerência direta na vida de todos os seres humanos. A uns Ele dá riquezas a outros não. “O rico e o pobre se encontraram; a todos os fez o Senhor” Pv 22.2. “Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz” Sl 115.3. (Veja ainda o Salmo 103.19). Ainda sobre a questão da soberania de Deus é bom que todos saibam que ninguém pode ter coisa alguma se não lhe for dada do Céu (Jo 3.27). Tiago também via o assunto dessa maneira quando disse que toda a boa dádiva e todo dom perfeito vinha do alto, descendo do Pai das luzes (Tg 1.17).

Se você irmão tem alguma coisa, algum recurso, prosperou, tem um bom emprego, uma boa casa para morar, um automóvel para se locomover, tem influência, o seu futuro e o dos seus filhos estão garantidos (?) não se ensoberbeça, mas adore a Deus que graciosamente lhe deu tudo isso. Se você querido irmão não tem as coisas citadas acima ou as tem em menor escala não se entristeça, pois Deus não lhe deu isso ou lhe deu pouco, mas por outro lado Ele cuida de você com um cuidado todo especial. Dê graças a Deus por isso em obediência ao que Ele disse em 1 Ts 5.18: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.

Não estou com isso pregando um determinismo nem sou adepto da “síndrome da Gabriela” (eu nasci assim, vou viver assim e vou morrer assim). Esforce-se, estude, progrida, mas não venda a sua alma por causa disso. Lembre-se de que o Senhor censurou aquelas pessoas que eram ricas materialmente e que eram pobres para com Deus (veja a parábola do rico insensato em Lucas 12.13-21).

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Simão, o mágico (At 8.9-13) No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde De...