quarta-feira, 29 de junho de 2011

Os três tempos do Apocalipse

Os três tempos do Apocalipse (I)

“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” Ap 1.19

No livro de Apocalipse é revelado os três tempos da história da redenção. O passado (as coisas que tens visto) que fala da pessoa histórica do Senhor Jesus, da sua morte na cruz (1.5,18; 5.9), da sua ressurreição, ascensão e principalmente da sua entronização nos Céus como Senhor de tudo e de todos (a visão do Cristo glorificado no capítulo primeiro do livro 1.9-20;). O presente (as coisas que são) que trata da existência histórica da Igreja, a partir da sua iniciação em Jerusalém como fruto da pregação de Pedro no dia de Pentecostes, até o dia do seu arrebatamento, cujo registro encontra-se nos capítulos 2 e 3 do livro de Apocalipse. O futuro (as coisas que depois destas hão de acontecer), que trata de escatologia (capítulos 4 até 22 do livro) cuja ênfase está no período tribulacional (os setes selos, as sete trombetas e as sete taças, no surgimento do anticristo como a besta que sobe do mar e do falso profeta como a besta que sobe da terra), na segunda vinda em glória do Senhor Jesus e do consequente arrebatamento da Igreja, da ressurreição dos mortos, do juízo final e do estado eterno.

O livro de Apocalipse foi escrito para consolar uma igreja que estava sofrendo perseguição pelo império romano cujo imperador, provavelmente Domiciano, reivindicava adoração como se fosse Deus (96 d.C. - depois de Cristo). O livro ainda foi escrito numa linguagem chamada apocalíptica onde são utilizados muitos símbolos para expressar as verdades reveladas por Deus.

Nos três artigos seguintes, inclusive neste, iremos tratar dos temas desses tempos.

Pensemos um pouco amados no tempo passado enfatizado pelo livro de Apocalipse, na pessoa, vida e obra de nosso Senhor Jesus Cristo. Nesse livro Cristo é apresentado como o cordeiro que foi morto na cruz para nos libertar de nossos pecados. “Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos. E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra” Ap 5.5,6. (veja ainda Ap 1.5; 5.9,10).

Jesus é apresentado ainda como aquele que ressuscitou dentre os mortos e está vivo para todo o sempre. “... ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; eu sou o Primeiro e o Último, e o que vive; fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém! E tenho as chaves da morte e do inferno” Ap 1.17,18. Cristo é apresentado também como soberano Senhor do universo a quem estão subordinadas todas as coisas. “E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro; e, no meio dos sete castiçais, um semelhante ao Filho do Homem, vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro. E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os olhos, como chama de fogo; e os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivesse sido refinado numa fornalha; e a sua voz, como a voz de muitas águas. E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece” Ap 1.12-16. (Veja ainda Ap 5.11-14).

Em síntese, nesse tempo falado no Apocalipse, Cristo é apresentado como sumo Sacerdote e como Rei. Como sumo sacerdote morreu para nos salvar da perdição eterna, e como Rei governa o universo, especialmente aqueles que humildemente aceitaram seu Senhorio. Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Os três tempos do Apocalipse (II)

“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” Ap 1.19

No artigo acima falamos sobre o tempo passado do Apocalipse (as coisas que vistes), que trata da obra redentora realizada por Cristo na cruz, de sua consequente ressurreição, ascensão, e entronização nos Céus donde governa o universo e mui especialmente aqueles que humildemente se submeteram ao seu senhorio.

No tempo presente do Apocalipse (as coisas que são) é dada ênfase a Igreja de nosso Senhor Jesus, na sua história, desde o seu nascimento no dia de Pentecostes até o seu arrebatamento quando da segunda vinda do Senhor. Essa história é representada pelas sete Igrejas da Ásia Menor, identificadas no livro (Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia). Uns estudiosos acham que cada igreja dessas representa um período da história da Igreja. Outros divergem. O importante é que entendamos que toda a Igreja do Senhor Jesus em todas as épocas estão aí identificadas e contempladas, pois o número sete na Bíblia, mui especialmente no livro de Apocalipse, quer dizer a coisa completa, na sua inteireza.

Se observarmos atentamente nas sete cartas destinadas as Igrejas do Apocalipse podemos constatar quatro grandes verdades: 1) O Senhor Jesus é quem destina a mensagem a Igreja, representada pelo seu Pastor (o anjo da Igreja); 2) O Senhor Jesus está atento ao que se passa dentro de sua igreja, pois nas sete cartas ele faz uma análise da vida interna delas identificando falhas e virtudes; 3) para cada uma das Igrejas o Senhor faz uma advertência para que conserve a fé, a pureza doutrinária e moral; 4) Ainda para cada Igreja o Senhor Jesus faz uma promessa ao vencedor, revelando a responsabilidade pessoal e a consequente recompensa reservada para cada um.

Ainda nessas cartas encontramos algumas frases comuns a todas elas, senão vejamos: “Ao anjo da Igreja escreve”; “Eu sei as tuas obras”; “Ao que vencer”; “quem tem ouvidos para ouvir ouça o que o Espírito diz as Igrejas”. Podemos extrair dessas frases as seguintes verdades: 1) cada Igreja local tem uma pessoa responsável diante de Deus por ela que é o seu Pastor auxiliado pelos Presbíteros da Igreja; 2) O Senhor Jesus conhece nos mínimos detalhes a vida de todos aqueles que fazem parte de uma Igreja local, sendo isso uma manifestação de um dos seus atributos, no caso a onisciência; 3) Cada crente em Cristo tem o dever de zelar pela sua vida em todas as áreas procurando em tudo vencer as tentações da carne, do mundo e do diabo, pois o Senhor tem reservado uma recompensa para o vencedor; 4) O Espírito Santo foi dado a Igreja para está com ela durante a sua existência na face da terra, e que esse Espírito exerce o seu ministério, exortando, edificando e consolando, através dos dons carismáticos dados aos crentes e especialmente através da ministração da Palavra de Deus, daí a expressão “quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz as Igrejas.

Vê-se também nessas cartas que numa Igreja local tem crentes de diversos tipos. Tem aqueles que perderam o seu primeiro amor como os de Éfeso. Têm crentes fiéis e consagrados como os de Esmirna e Filadélfia, capazes de darem a sua vida por amor a Cristo, têm crentes comprometidos com falsos ensinos como os de Pérgamo e Tiatira e têm crentes que contaminaram as suas vestiduras como os de Sardes, e ainda tem crente que nem são frio nem quente como os crentes de Laodicéia.

Espelhemo-nos nessas cartas irmãos e procuremos ser achados vivendo de tal maneira que agrade a Deus. Pr.Eudes Lopes Cavalcanti

Os três tempos do Apocalipse (III)

“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” Ap 1.19

No artigo anterior falamos sobre o tempo presente contemplado pelo livro de Apocalipse (as coisas que são), cuja ênfase é na Igreja de nosso Senhor Jesus, desde o seu nascimento no dia de Pentecostes até o seu arrebatamento quando da segunda vinda do Senhor. Dissemos que toda a Igreja do Senhor Jesus, em todas as épocas, está identificada, contemplada e representada naquelas sete Igrejas da Ásia Menor (Éfeso, Esmirna, Sardes, Tiatira, Pérgamo, Filadélfia e Laodicéia), pois o número sete no livro de Apocalipse, quer dizer a coisa completa, na sua inteireza.

Neste e no próximo artigo iremos falar sobre o tempo futuro do Apocalipse, que trata do período tribulacional, da segunda vinda do Senhor, do consequente arrebatamento da Igreja, da ressurreição dos mortos, do juízo final e do estado eterno.

Comecemos com o período tribulacional. O Apocalipse identifica um período de intensa aflição no mundo que antecederá a segunda vinda do Senhor. Esse período é retratado pela abertura dos sete selos, do toque de sete trombetas e do derramar de sete taças quando nos é dito que se consumará todo o desagrado divino sobre um mundo iníquo e apóstata. O livro de Apocalipse fala da atuação nesse período de um triunvirato maligno: o dragão (Satanás), a besta que sobe do mar (o Anticristo) e a besta que sobe da terra (o Falso Profeta) cuja missão é inculcar no coração dos homens que não tem a Jesus como Salvador, a devoção ao Anticristo. Será um período de intensa apostasia conforme revelado por Paulo em 2 Ts 2.1-12. Paulo fala no texto citado de uma tal “operação do erro” em que as pessoas darão crédito a mentira em vez de darem crédito as verdades de Deus. Ainda, esse período será conhecido como um período de um gigantesco aumento da iniqüidade (violência, imoralidade, desrespeito as autoridades, esfriamento do amor, etc), é o tal tempos trabalhosos que Paulo fala em sua 2ª carta a Timóteo (2 Tm 3.1-9).

O segundo grande acontecimento, logo após o período tribulacional, é a segunda vinda do Senhor em glória para buscar a sua igreja. A promessa feita por Jesus de que voltaria outra vez (Jo 14.1-3) cumprir-se-á logo após a grande tribulação. Os sete selos, as sete trombetas e as sete taças, que são eventos simultâneos, de intensidade crescente terminam com eventos cósmicos e o aparecimento de Cristo descendo dos céus a terra (Ap 6.12-17; 11.15-19; 16.17-21; Ap 19.11-21; Mt 24.29-31). A segunda vinda do Senhor terá características distintas, a saber: 1) será uma vinda pessoal (virei outra vez); será uma vinda física, consequentemente visível, ou seja, Jesus voltará com o corpo que assumiu na encarnação, glorificado na ressurreição (eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá); 3) será uma vinda gloriosa (e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória). Jesus veio a este mundo pela primeira vez em humilhação, mas na sua segunda vinda virá rodeado de anjos com poder e grande glória. (veja Mt 24.30; Ap 19.11-16).

Por ocasião da segunda vinda do Senhor dar-se-á o arrebatamento da Igreja. Jesus descerá do lugar onde estava (o terceiro Céu) e se encontrará com a sua Igreja, que será impulsionada pelo Espírito Santo, no céu atmosférico. No arrebatamento da Igreja os crentes falecidos ressuscitarão com corpos glorificados e os crentes vivos serão transformados (o corpo mortal será revestido de imortalidade), e juntos subirão aos Céus para encontrar o Senhor Jesus nos ares. (veja 1 Ts 4.13-18).

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Os três tempos do Apocalipse (IV)

“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” Ap 1.19

No artigo anterior tratamos sobre o tempo futuro do Apocalipse (as coisas que depois destas hão de acontecer), e nele enfocamos o período tribulacional, a segunda vinda do Senhor e o consequente arrebatamento da Igreja. Neste boletim, dando continuidade ao assunto, trataremos sobre a ressurreição geral, sobre o juízo final e sobre o estado eterno.

No programa divino está previsto no seu final recompensas e punições. Recompensa para o justo e punição para o ímpio. Entenda-se como justo aquele que foi justificado pelos méritos de Cristo e ímpio aquele que não foi justificado por Cristo. Essas recompensa e punição serão aplicadas ao homem de forma integral (sua parte material e a sua parte espiritual). Em outras palavras o corpo e não só a alma do homem será objeto também das benesses ou do juízo de Deus. Daí a necessidade da ressurreição do corpo. A Bíblia diz que os crentes em Cristo receberão, quando da segunda vinda do Senhor, corpos glorificados semelhante ao corpo de Jesus ressurreto (Fp 3.20,21; 1 Ts 4.16,17; 1 Co 15.50-54), para poderem gozar plenamente as bênçãos da salvação. Os ímpios também ressuscitarão, mas com corpos especiais, não glorificados, para serem julgados, condenados e punidos pela sua impiedade. Esses corpos estarão capacitados para não serem destruídos quando estiverem sofrendo no inferno (Sl 9.17; Ap 20.15).

O outro acontecimento previsto no programa divino logo após a ressurreição dos mortos é o juízo final. A Bíblia diz que todos os seres humanos comparecerão diante de Deus para serem julgados por suas obras. Por ocasião desse ajustes de contas o Senhor Jesus, o grande Juiz, separará as ovelhas dos bodes, ou seja, os crentes dos descrentes, sendo os primeiros destinados a vida eterna e os outros destinados a perdição eterna, banidos para sempre da presença de Deus. “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” Ap 20.11-15.

Depois do julgamento final seguir-se-á o estado eterno onde as coisas não terão mais variação. A terra manchada pelo pecado será totalmente renovada e Deus usará fogo para isso, conforme dito por Pedro em sua segunda carta. “Mas o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há se queimarão... aguardando e apressando-vos para a vinda do Dia de Deus, em que os céus, em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” 2 Pe 3.10-13”. No livro de Apocalipse João viu esse tempo glorioso para os salvos. “E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” Ap 21.1-3. Assim encerrar-se-á o programa de Deus para o homem, conforme as Sagradas Escrituras.

Assim sendo, amados, sirvamos a Deus com sinceridade de coração e em tudo vivamos uma vida piedosa para glória DELE.

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Crescimento de Igreja, uma visão equivocada

Infelizmente muitos crentes em nosso Senhor Jesus Cristo estão tendo uma visão equivocada do ministério pastoral, achando que ao Pastor deve ser creditado ou debitado exclusivamente o sucesso ou o insucesso (?) do seu trabalho. E geralmente esse equívoco é extraído do crescimento, estagnação ou decréscimo de um determinado grupo eclesiástico que está sob sua liderança. O pior ainda, em nossa opinião, é quando os próprios pastores começam a se “medir” uns aos outros sempre levando em consideração o critério numérico de seus rebanhos. Sabe-se de uma determinada Denominação que a sua liderança maior quis fazer uma auditoria em uma Igreja para investigar o ministério pastoral dela em virtude da mesma não está crescendo depois de alguns anos sob a liderança daquele pastor que era considerado extremamente limitado. (“por ironia do destino” (?), com esse mesmo pastor, com as suas limitações a igreja que dirigia teve um crescimento significativo uns dez anos depois).

Será meus queridos que realmente à luz das Sagradas Escrituras essa visão está correta? Acreditamos que não. Vejamos alguns pontos que justificam a nossa assertiva:

1) O crescimento de um determinado trabalho não depende exclusivamente de sua liderança. “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento”, 1 Co 3.6. “Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que se compadece”, Rm 9.16. É verdade que existem algumas leis espirituais que quando seguidas podem facilitar o crescimento numérico de algum grupo evangélico – A lei da semeadura, a lei da consagração, a lei da fé, etc., mas o propósito de Deus sempre prevalecerá em qualquer atividade da Igreja. “E todos os dias acrescentava o Senhor à Igreja aqueles que se haviam de salvar”, At 2.47b. Se formos considerar apenas o resultado numérico de um ministério podemos concluir que o ministério pastoral/evangelístico de alguns servos de Deus foi um fiasco como, por exemplo, o ministério de Noé que só “conseguiu salvar a sua família” depois de cento e vinte anos de pregação do evangelho, e o de Jeremias que por quase cinqüenta anos pregou fielmente a palavra do Senhor e como resultado teve pouco frutos , inclusive tendo a sua mensagem contestada, o livro canônico que escreveu queimado pela liderança política e religiosa da época.

2) Existe uma distinção entre ministérios. Sabemos pelas Escrituras que alguns dons ministeriais promovem o crescimento numérico de uma Igreja - o ministério apostólico e o ministério do evangelista, Ef 4.11. Quanto ao ministério apostólico não estamos nos referindo aos apóstolos do contexto do início da Igreja que tinha um perfil bem definido conforme Atos 1.21,22 e sim aquelas pessoas que tem recebido de Deus a graça peculiar para abrir trabalhos sólidos e pungentes. No que se refere ao Evangelista estou me referindo aquele obreiro que foi dado a Igreja conforme o texto de Efésios 4.11, que tem paixão pelas almas perdidas e a mensagem preponderante do seu ministério é a pregação do evangelho em sua essência. Quanto aos outros dons do ministério de Cristo profetas, pastores e mestres nos dá a entender o texto sagrado que ao primeiro cabe a tarefa dada por Deus de exortar, consolar e edificar a Igreja, conforme o texto de Paulo aos Coríntios 14.3. Aos pastores mestres a eficácia do ministério deles é de presidir a Igreja (1 Tm 5.17), e alimentar o rebanho de Deus que está a sua responsabilidade (At 20.28; 1 Pe 5.1-4). Felizes são as Igrejas quem tem pessoas com esses ministérios dentro delas.

3) Uma maior ou menor concentração de eleitos numa determinada área, numa geração. Sabemos pelas Escrituras que a Igreja de Cristo é composta dos eleitos por Deus desde a eternidade, Ef 1.4, 5, 11; Rm 8.28-30;... No livro de Atos encontramos que uma obra evangelística teve muito sucesso numérico porque havia uma concentração muito grande de eleitos quando da pregação do evangelho naquela oportunidade. “E creram todos quantos estavam ordenados para a vida eterna”, At 13.48. Em certo momento de seu ministério apostólico Paulo recebeu a orientação de Deus para que não se calasse, mas continuasse pregando o evangelho porque tinha muitas pessoas na cidade aonde se encontrava. (At 18.9-11). Ainda fazendo referência a Atos dos Apóstolos vemos que numa só pregação em Jerusalém no dia de Pentecostes quase três mil almas foram salvas. A cidade de Nínive foi toda convertida com a pregação do profeta Jonas que não pregou a mensagem com amor nem esperança de que Deus iria fazer uma obra poderosa nela, aliás, a postura do pregador e a sua pregação, com certeza, não seria um padrão de Homilética para os pregadores da Palavra do Senhor. Numa outra oportunidade a cidade de Nínive foi totalmente destruída pelos babilônios sem notícias da conversão de alguém. (Na 1;2;3). Já citamos o caso de Noé que passou cento e vinte anos pregando e só a sua família foi salva (Gn 6.3; 7.7; 2 Pe 2.5).

4) A Expectativa de Deus em relação a quem recebeu Dele um ministério – Deus não mandou que convertêssemos o mundo e sim que pregássemos o Evangelho para testemunho de todas as nações, At 1.8; Mt 24.14. Escrevendo aos Coríntios (1 Co 4.1,2), Paulo disse que Deus requer de cada despenseiro, que se ache fiel. A expectativa de Deus em relação aos pastores e obreiros em geral é que cada um exerça o seu ministério com fidelidade.

Concluímos esse artigo reafirmando que se equivocam, grosseiramente, aqueles que acham que só depende do ser humano, de seus esforços, de suas habilidades, de sua oratória, de sua capacidade de liderança o desenvolvimento de qualquer projeto, mormente esse de crescimento de Igreja. Lembremo-nos da soberania de Deus, do seu propósito eterno e de nossa dependência total dEle. “Sem mim nada podeis fazer”, Jo. 15.5. A glória é dEle.

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Não abandonando o lugar de oração

A vida de Saulo de Tarso foi uma vida fascinante. De inimigo ferrenho do Evangelho de Cristo foi transformado em uma nova criatura depois do encontro que teve com Jesus na estrada de Damasco, quando perseguia a Igreja do Senhor. Jesus graciosamente se revelou a Saulo e o transformou num novo homem que a partir daquele momento começou a viver intensamente o Evangelho. Na intensidade da vida de Paulo a oração ocupava um papel preponderante.

Paulo que era judeu devia ter o costume de orar a Deus, isso mesmo antes da sua conversão, com aquela devoção de Daniel que três vezes ao dia punha-se de joelhos para buscar a presença de Deus. “Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa (ora, havia no seu quarto janelas abertas da banda de Jerusalém), e três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como também antes costumava fazer” Dn 6.10, ou como o salmista Davi que também tinha esse costume. “De tarde, e de manhã, e ao meio-dia, orarei; e clamarei, e ele ouvirá a minha voz” Sl 55.17.

Após a sua conversão, Deus enviou um discípulo Seu, Ananias, que morava em Damasco, para instruir a Saulo acerca do seu futuro. Na casa onde Ananias o encontrou, já encontramos Paulo buscando a presença de Deus através da oração. “disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando” At 9.11.

Acompanhando o ministério de Paulo o vemos, em diversas ocasiões, buscando a presença de Deus através da oração como, por exemplo, quando chegou a Filipos e procurou um lugar onde pudesse orar. “No dia de sábado, saímos fora das portas, para a beira do rio, onde julgávamos haver um lugar para oração...” At 16.13. Podemos extrair desse texto que Paulo, ao longo do seu ministério, sempre procurava um lugar onde pudesse buscar a Deus, sozinho ou em companhia de alguém. Até nos lugares mais inusitado possível, como numa prisão, Paulo orava a Deus. “Perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam” At 16.25. Não foi à toa que Paulo teve um ministério frutífero, abençoado. Sem medo de errar podemos dizer que um dos pilares do ministério frutífero de Paulo foi a sua vida de intensa oração.

Queridos irmãos! Pela graça de Deus a nossa Igreja tem em sua programação dias designados para um momento específico de oração. Temos culto matutino todos os dias onde algumas irmãs estão orando a Deus. Temos ainda a Hora Nona nas quartas-feiras onde as irmãs se reúnem para buscar a presença de Deus. Temos ainda o nosso abençoado e abençoador culto de oração nas terças-feiras onde um bom grupo de irmãos está orando a Deus. Temos ainda em alguns feriados manhã de jejum e oração onde também estamos clamando ao Senhor.

Queremos com este artigo encorajar a todos os que fazem parte do ministério da nossa Igreja a prestigiarem o lugar de oração, não somente nas instalações da Igreja, mas também em casa junto com a família e individualmente, pois assim nos orienta a Palavra de Deus, quando nos diz que devemos orar sem cessar (1 Ts 5.17; Ef 6.18; Lc 18.1; Rm 12.12; Cl 4.2, etc).

Não dá para entender a vida de muitos irmãos que nem sequer frequentam regularmente um dos cultos de oração da Igreja. Despertemo-nos queridos, pois sem oração não se consegue viver uma vida cristã vitoriosa. Sem oração os dons que Deus nos deu não se expressam como Ele deseja, com graça e poder. Não se esqueça de orar individualmente, com a sua família e principalmente com os seus irmãos em Cristo.

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

A Questão Ética, o que a Bíblia diz sobre isso

Introdução

O mundo atual está em constante mutação, isso por causa do fenômeno da globalização. Com raríssimas exceções, não há mais uma cultura intacta, hermética, que não seja acessada pelos meios de comunicação de massas, que estão interferindo em quase todas elas com uma facilidade e intensidade nunca vistas. Aquilo que a tempo atrás era um valor absoluto, aceito por quase todos, hoje está sendo questionado e mudado, como por exemplo, a honestidade sendo trocada pela esperteza; a indissolubilidade do casamento sendo trocada pelo divórcio sem razões bíblicas que o justifique; a heteroxidade sendo trocada pela homossexualidade, e assim por diante.

Isso tudo que está acontecendo e se avolumando cada dia é uma crise ética de proporção nunca vista. É o aumento da iniquidade, um dos sinais da segunda vinda do Salvador, e a consequente consumação de todas as coisas.

Neste artigo iremos abordar a crise na ética, e o que a Bíblia diz sobre o assunto.

I – Ética, Etimologia, conceitos

A palavra ética é de origem grega “ethos”, e significa modo de ser, caráter, comportamento. Dentro do estudo da ética temos uma vertente que enfatiza a moral, palavra esta derivada do latim mos, mores = costume, que segundo o Dicionário Larousse, significa, dentre outras coisas, regras de conduta que regem uma sociedade; conjunto de princípios e valores que regem as normas sociais; princípios da honestidade e do pudor; moralidade. Baseado no significado da palavra Ética, com ênfase na moral, a conceituaremos assim: Ética é conjunto de valores ou princípios que norteiam a vida cultural de um povo. Acrescentando ao conceito acima a variável cristã, podemos conceituar Ética Cristã como segue: Ética
Cristã é o conjunto de valores e princípios estabelecidos nas Sagradas Escrituras que norteiam a vida do povo de Deus.

II – A Fonte da Ética Cristã

Tratando-se simplesmente de ética (moral) podemos extrair das Escrituras que os valores inatos dos seres humanos advêm da benção do homem ter sido criado a imagem e semelhança de Deus. É a Imago Dei (imagem de Deus) implantada no homem por ocasião da criação. “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” Gn 1.27. (Veja ainda Gn 2.7). Essa imagem de Deus mesmo deteriorada por causa do pecado, ainda conserva no homem a consciência do que é certo e do que é errado, do bem e do mal, conforme explicado por Paulo quando escreveu aos Romanos, mostrando o estado pecaminoso do homem diante de Deus. “os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” Rm 2.15.

Para o povo de Deus, além do reflexo da Imago Dei nele, ele tem uma regra de fé e prática, ou melhor, um código de ética dado pelo próprio Deus através das Sagradas Escrituras. Esse código ético é encontrado tanto nas Escrituras do Antigo como na do Novo Testamento. “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra” 2 Tm 3.16,17. O Espírito Santo foi dado ao crente em Cristo para ajudá-lo a cumprir o código de ética de Deus para o Seu povo. (Jo 14.26; Gl 5.22).

1) A Ética do Antigo Testamento


A lei dada por Deus ao povo de Israel divide-se em três partes: a lei cerimonial, a lei civil e a lei moral. A lei cerimonial cumpriu-se totalmente em Cristo não sendo obrigado ao cristão obedecê-la, pois Cristo já fez isso por nós na cruz. A lei civil foi dada por Deus para disciplinar o relacionamento entre os israelitas no que se refere ao viver numa sociedade agropecuária, inclusive é ela hoje uma das fontes do direito nas sociedades evoluídas. A lei moral, sintetizada no Decálogo (os dez mandamentos), é o grande código de ética do Antigo Testamento. No Decálogo temos mandamentos éticos que tratam do relacionamento do homem com Deus (os quatro primeiros) e mandamentos que disciplinam o relacionamento ético entre os seres humanos (os seis seguintes). (Veja o Decálogo em Ex 20.3-17 e em Dt 5.7-21). Esse código de ética era tão importante aos olhos de Deus, pois revelava a Sua vontade, que Ele determinou que os pais o transmitissem aos seus filhos. “E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te” Dt 6.6,7. Ainda a relevância desse código de ética era tal para o povo de Deus do passado que a transgressão de alguns de seus mandamentos implicava na pena de morte para o transgressor.

2) 2) A Ética do Novo Testamento


A lei moral não caducou, ela é também o código moral do Novo Testamento, ela foi ratificada por Cristo em sua totalidade, com exceção do mandamento da guarda do sábado que Ele, como Senhor e Deus, mudou para o domingo, o primeiro dia da semana, que foi o dia da Sua ressurreição. O Senhor mudou o dia, mas não mudou o princípio do sábado, que é: do tempo semanal que Deus nos deu, um dia foi reservado para adoração e descanso.

Junto com a lei moral temos o sermão do monte proferido por Jesus no início do seu ministério e as instruções constantes das epístolas do Novo Testamento. Leia o sermão do monte que se encontra nos Evangelhos de Mateus (capítulos 5, 6, 7) e de Lucas (capítulo 6.20-49). Equivocadamente um segmento evangélico expressivo ensina que o sermão do monte não é um código de ética para o cristão e sim para os participantes do reino milenar. O Mestre foi claro e enfático em mostrar que aquilo que Ele proferiu naquela ocasião é para observância da Sua Igreja em todas as épocas. (Veja Mt 7.24-27).


III - A Ética na Igreja

É do conhecimento de todos que a Igreja, tanto na sua expressão universal como na sua expressão local, desde que esta última tenha sido estabelecida de acordo com o padrão neotestamentário, é uma instituição divina. O padrão ético determinado por Deus para aqueles que professam o nome de Jesus é altíssimo. “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” Mt 5.20. (Veja ainda Mt 5.13,48; Hb 12.14; 1 Pe 1.15,16).

A ética na Igreja envolve os relacionamentos do homem com Deus, com os seus irmãos na fé, e com os outros que não professam a fé cristã.

1) 1) A ética na Igreja contempla o relacionamento do crente com Deus


O crente tem um relacionamento íntimo com Deus através de Jesus Cristo. Ele é identificado como um filho adotivo de Deus. Como filho o cristão deve viver uma vida ética no que se refere à obediência incondicional a vontade do Pai Celeste. “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos” Jo 14.15. (Veja ainda At 5.29). Nessa relação, a comunhão com Deus tem papel preponderante. Deus é santo e exige que aqueles que se relacionam com Ele vivam uma vida de santidade, ou melhor, viva uma vida ética que Lhe agrade. “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” Am 3.3. Qualquer coisa que não seja eticamente correta aos olhos de Deus atrapalha a nossa comunhão com Ele, atrapalha a nossa vida cristã. “Todavia, o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade” 2 Tm 2.19. (Leia 1 Pe 1.15,16).

2) 2)) A ética na Igreja contempla o relacionamento do crente com os seus irmãos na


A Bíblia Sagrada revela que os crentes em Cristo fazem parte da família de Deus. Deus é o Pai dessa família (Ef 2.19). Os crentes são identificados ainda como irmãos em Cristo (Mt 23.8). A nota dominante no relacionamento ético entre os cristãos é o amor, ágape (o amor de Deus derramado pelo Espírito Santo no coração do cristão). “E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado” Rm 5.5. O mandamento de “amai-vos uns aos outros” é um dos mandamentos mais repetido pelo Senhor Jesus no Evangelho de João. “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” Jo 13.34. (Veja ainda Jo 15.12; 15.17). Os apóstolos Paulo, Pedro e João enfatizaram esse mandamento (Rm 12.10; 1 Pe 1.22; 3.8; 1 Jo 3.11,23; 4.7; 2 Jo 5). Quem ama, disse Paulo, não faz mal ao seu próximo. (Rm 13.10).

3) 3) A ética na Igreja contempla o relacionamento dos crentes com os não crentes


A orientação ética da Palavra de Deus disciplina o relacionamento do crente com o não crente, mesmo eles sendo identificados como ímpios aos olhos de Deus, como estando mortos em seus delitos e pecados, e como sendo inimigos de Deus, senão vejamos: “Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé” Gl 6.10 (grifo nosso). “Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e honestidade” 1 Tm 2.1,2. (grifo nosso). (Veja ainda Rm 13.1; Tt 3.1,2).

As mulheres crentes, por exemplo, são orientadas pelo código de ética bíblico a serem submissas aos seus respectivos maridos mesmos sendo eles descrentes. “Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido, para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de sua mulher seja ganho sem palavra, considerando a vossa vida casta, em temor” 1 Pe 3.1,2. (Veja 1 Co 7.13)

IV – Ética nas pequenas coisas


Falamos no item III que a ética cristã excede em exigência a qualquer outra ética no mundo. Como Deus é puro e essa pureza é de forma absoluta (veja Hc 1.13), o que Ele exige para aqueles que são deles é que vivam na luz, sendo éticos em tudo, inclusive naquelas coisas que achamos que não há mal algum.


1) Pequenas coisas que comprometem o viver ético do cristão


Muitas coisas poder-se-iam ser elencadas nesta lição sobre a questão da ética em pequenas coisas, mas citaremos apenas algumas delas: Aquela mentirinha que dizemos de vez em quando (Cl 3.9). Aquelas piadinhas de crentes que proferimos, às vezes até envolvendo o santíssimo nome de Deus (Ef 5.4). Aquele compromisso que assumimos e “nos esquecemos” dele (Pv 18.7). Aquela palavra empenhada que não nos preocupamos em cumprir (Mt 5.37). Aquele sentimento mesquinho que nos faz reter aquilo que é de Deus, o dízimo e as ofertas (Ml 3.8); aquela maledicenciazinha que propagamos com regozijo sobre as fraquezas de nossos irmãos em Cristo (Tg 4.11); aquele comentário descaridoso que fazemos sobre uma atitude de um irmão nosso que não gostamos (Tg 4.11); aquele boicote que se faz para desestabilizar o ministério dos líderes da Igreja porque não concordamos com as suas diretrizes (Hb 13.17); aquele corpo mole que fazemos ausentando-nos de alguma atividade na Igreja porque não vamos com a cara do dirigente, mesmo tendo dons e capacidade para fazê-la (Cl 3.23); aquele livro que pedimos e nunca devolvemos ao seu possuidor (Mt 21.3); aquele dinheiro que emprestamos a juros fora da realidade do mercado aproveitando a necessidade do irmão (Dt 23.19); aquela discriminação que fazemos aos pobres, analfabetos, deficientes (Tg 2.9).


2) Existe gradação de pecados ou de falhas éticas?


Lembramos aos irmãos que não existe aos olhos de Deus uma gradação de pecados (pecadinho, pecado, pecadão), pois “pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus ou a transgressão dessa lei”. As coisas citadas no item anterior, aparentemente pequenas, ferem a santidade de Deus e compromete a comunhão com Aquele que se diz Dele que é santíssimo, separado dos pecadores e feito mais sublime do que o próprio Céu. (Hb 7.26). Observem a gravidade do assunto olhando para o pecado de Adão, que ocasionou a queda de toda a humanidade (Gn 3.1-19). Aos olhos humanos o pecado de Adão não foi tão grave assim, pois ele não matou, não blasfemou, nem cometeu nenhum crime hediondo, apenas desobedeceu a uma ordem de Deus. Aos olhos de Deus aquele “pecadinho” foi uma falha gravíssima que comprometeu todo o Seu programa inicial para o ser humano, e cuja punição foi a morte. “O salário do pecado é a morte...” Rm 6.23 (Veja ainda Rm 3.23; 5.12).

CONCLUSÃO


Este artigo versou sobre a questão ética na vida do cristão. Abordamos o assunto desde a sua etimologia até a ética relacionada às pequenas coisas, aquilo que cometemos e que não são corretas aos olhos de Deus, e que não condiz com o testemunho de uma pessoa que foi regenerada pela instrumentalidade do Espírito Santo.

Se quisermos ser usados por Deus com graça e com poder precisamos levar a questão ética em consideração, inclusive a ética nas pequenas coisas, pois, Deus não usa vaso sujo. (Veja 2 Tm 2.19-21). É apropriada para o assunto a recomendação do autor de Cantares quando se referiu a pequenas coisas que estragam as grandes: “Apanhai-me as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor” Ct 2.15.

Rev. Eudes Lopes Cavalcanti

Pastor Titular da III IEC/JPA

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