sábado, 31 de dezembro de 2011

O Pecado da Murmuração

A vida do povo de Deus do passado, a nação de Israel, principalmente naquele periodo dificil, mas glorioso, que foi o da libertação dos israelitas da escravidão egipcia e da caminhada para a terra da promessa, está palmilhada de momentos em que o povo murmurava contra alguma coisa. Murmuraram porque não havia diversidade de gênero alimenticio, chegando a ponto de chamar o maná, a provisão de Deus, de pão vil; murmuraram porque em algum momento nao tinha água para beber, mesmo sabendo que o Deus todo poderoso estava entre eles e tinha empenhado a sua palavra de que faria as provisões em todas as áreas; murmuraram porque viram dificuldade para conquistar a terra prometida, mesmo Deus garantindo que ninguém seria páreo para o seu povo; murmuraram movido por ciúmes contra Moisés porque ele casou com uma mulher cusita; murmuraram movidos pela inveja contra Arão por causa dos privilégios do sacerdócio, e assim por diante. Em todas essas manifestações pecaminosas eles foram punidos por Deus através de pragas, serpentes abrasadoras, fogo de juizo descido dos céus, e até houve o caso de um juizo particular que atingiu Miriam, irmã de Moisés, que murmurou e o censurou porque ele casara com uma mulher que não era israelita, a cusita.

Com as manifestações do juízo divino sobre aquelas pessoas que se davam a murmuração, podemos constatar quão grave é esse pecado aos olhos de Deus. Sintetizando os erros da nação de Israel, Paulo fez uma lista deles, incluindo o pecado da murmuração, e alertou a Igreja dizendo: “E não murmureis, como também alguns deles murmuraram, e pereceram pelo destruidor” 1 Co 10.10.

Mas, afinal de contas o que é murmuração? Segundo o Dicionário Larousse, de língua portuguesa, murmurar é, dentre outras coisas, lastimar-se, falar mal de alguém, dizer em voz baixa, segredar. Do ponto de vista bíblico, murmurar é demonstrar a insatisfação pelo governo soberano de Deus sobre as contingências da vida do seu povo. É insubordinasse contra esse governo, que abrange todas as áreas da vida dos crentes.

Assim sendo, aqueles irmãos que vivem pelos corredores da Igreja falando mal dos outros, reclamando disso e daquilo na casa do Senhor, insatisfeito com tudo e com todos, falando mal das autoridades da Igreja e inclusive falando mal da Igreja do Senhor (puxa que petulância!) estão em pecado, afastados da graça de Deus. Essas pessoas estão doentes e adoecendo os outros. Precisam urgentemente confessar esse maldito pecado e pedir a Deus a graça de suportar as dificuldades da vida com temor a Deus e com resignação.

Que exemplo maravilhoso de dois crentes que foram aprisionados e chicoteados por causa do Evangelho! Esses irmãos no lugar de murmurar, de se maldizer, ou reclamar, oravam e cantavam louvores a Deus. Paulo e Silas em Filipos nos dão esse exemplo de servos de Deus que se submetiam a vontade do Senhor de forma incondicional, mesmo naqueles momentos de sofrimento e dor. Que exemplo maravilhoso o Senhor da Igreja deixou para ela também nessa área! Pedro disse sobre o assunto que Jesus quando o injuriavam não injuriava, quando padecia não ameaçava, mas entregava-se mansamente Aquele que julga justamente. Que diferença de muitos que com pouca coisa saem falando pelos corredores, reclamando, falando mal dos outros! A murmuração antes de ser um mal para a comunidade do povo de Deus é um pecado grave contra Ele.

Os irmãos que tem esse costume ruim deveriam seguir o conselho do poeta assembleiano, que disse sobre o assunto: “No mundo murmura-se tanto, entre os que cristãos dizem ser; Em vez de louvores há pranto, fraqueza em lugar de poder. Murmuram – assim no deserto, em Mara, Israel murmurou; oh! não veem que Deus está perto; jamais seu auxilio negou. Em vez de murmurares, canta um hino de louvor a Deus; Jesus quer te dá vida santa, qual noiva levar-te para os céus”. (Hino 302 da Harpa Cristã).

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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