sábado, 18 de abril de 2015

Uma panorâmica sobre Jeremias

O livro de Jeremias é o segundo livro dos livros proféticos conhecidos como profetas maiores. Esse profeta era um sacerdote que nascera em Anatote uma cidade sacerdotal próxima de Jerusalém. O seu ministério, a exemplo do de Isaías, foi longo (aproximadamente quarenta anos em Jerusalém e cinco anos no Egito quando foi obrigado a acompanhar os israelitas após a destruição do templo de Jerusalém). Através do seu ministério profético Jeremias aconselhou cinco reis do reino do Sul na fase final desse reino (Josias, Jeoacaz, Joaquim, Jeoiaquim, e Zedequias) e um governador imposto pelos babilônicos (Gedalias). Jeremias profetizou na época mais difícil da vida do povo de Deus, quando o povo não estava obedecendo à lei divina e quebrava constantemente os termos da aliança que Deus estabelecera com Israel. Esse profeta foi testemunha ocular da destruição da cidade e do templo de Jerusalém. Ele viu se cumprirem as profecias de juízo que entregara a Israel por mando do Senhor. Jeremias foi considerado, na época, como um profeta traidor, porque aconselhava o povo de Deus a se submeter ao jugo babilônico como a única forma de escapar do juízo divino, e por causa disso sofreu muito em seu ministério (prisão e maus tratos). O livro de Jeremias teve como objetivo histórico registrar as admoestações de Deus ao país que se precipitava em um desastre espiritual e destruição nacional. Quanto ao livro em si, o mesmo enfoca profecias de juízo contra o povo rebelde na época de Josias (capítulos 1-20), apesar dos esforços desse rei para reconduzir o povo aos caminhos do Senhor. Em seguida o livro enfoca as profecias de juízo na época de Jeoiaquim e Zedequias, os dois últimos reis de Judá (capítulos 21 a 39). São nesses capítulos que o profeta aconselha a esses dois reis a se submeter ao jugo babilônico como única forma de escapar da destruição prevista. O livro de Jeremias depois do enfoque anterior trata de profecias de julgamento do remanescente rebelde que fora ao Egito depois da queda de Jerusalém (capítulos 40 a 45). O livro ainda trata do julgamento divino de diversas nações próximas ao reino de Judá (Egito, Filistia, Moabe, Edom, Amom, Síria e Arábia) e países mais distantes (Babilônia e Elão) (capítulos 46 a 51). O livro termina com a reafirmação do julgamento divino contra o rei Zedequias e a cidade rebelde (Jerusalém). Na parte correspondente as profecias nos reinados de Jeoiaquim e Zedequias, encontramos uma profecia de uma nova aliança que seria estabelecida por Deus com o seu povo em substituição a antiga aliança que fora quebrada por Israel (Jr 31.31-34). Essa aliança firmada em graça e misericórdia alcançaria o remanescente, e não seria alicerçado num código legal externo ou escrito. A lei de Deus seria escrita pelo Espirito Santo no coração do seu povo. No livro de Hebreus nos é dito que a aliança antiga, baseada na lei mosaica, que foi quebrada por Israel, seria substituída por essa nova aliança (Hb 8.7-13; 10.16,17). Não temos dúvida em dizer que essa nova aliança anunciada por Jeremias é a aliança da graça que Deus iria fazer com a Igreja, através de seu Filho Jesus Cristo, que contemplam judeus e gentios, formando um só povo, a Igreja. Jeremias é também o profeta que profetizou o tempo em que o povo de Deus ficaria em cativeiro na babilônia (setenta anos). Essa profecia encontra-se em Jr. 25.11,12. (Deve-se considerar esse tempo de setenta anos a partir da primeira investida da Babilônia contra Judá (606 a.C.) e não a partir da data da destruição da cidade e do templo (586 a.C.). Os babilônicos fizeram três investidas contra o reino de Judá (606 a.C., 597 a.C. e 586 a.C.) e na última, destruíram a cidade e o templo de Jerusalém. O profeta Jeremias teve como amanuense (secretário), Baruque, que registrou em pergaminho ou em papiro as profecias do livro de Jeremias. Quanto a Cristologia, o livro de Jeremias é o menos cristológico dos livros profetas maiores, tendo só duas referências ao Messias vindouro (Jr 23.5,6 e 33.14-16) que o trata como o Renovo Justo, que reinará no trono de Davi e executará julgamento e justiça no mundo. Em virtude disso, o Senhor é identificado em Jr 23.6 como “O SENHOR Justiça Nossa”. Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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