quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Uma panorâmica sobre João

João, o autor do quarto Evangelho, era um dos doze apóstolos e, juntamente com Pedro e Tiago seu irmão, um dos mais íntimos do Senhor dentre os apóstolos. O Evangelho de João foi escrito para combater uma heresia que surgira no meio da Igreja primitiva que negava a deidade de nosso Senhor Jesus Cristo. Esse Evangelho tem uma estrutura diferente dos outros três primeiros evangelhos, por isso é considerado um evangelho não sinótico, ou seja, um evangelho que não tem relatos similares, a não ser na parte relacionada à paixão e ressurreição de Jesus. Os milagres registrados nesse evangelho são chamados de sinais e tinham e tem a finalidade de levar a pessoa a crer em Cristo como o Filho de Deus bem como a fortalecer a fé daqueles que já professam a Cristo. O Evangelho de João enfoca a Jesus como o Filho de Deus. Nele encontramos sete sinais, sete discursos de Jesus e sete declarações do Senhor sobre si mesmo (Eu sou a porta, Eu sou o bom pastor, Eu sou a luz do mundo,...). Esse evangelho tem oito características especiais que o distingue dos demais, senão vejamos: 1) Enfoca Jesus como o Filho de Deus, o Deus encarnado; 2) A ocorrência abundante (98 vezes) da palavra crer, equivalente a receber a Cristo; 3) Vida eterna nesse evangelho é um conceito chave referindo-se não só a uma existência sem fim com Deus mas a qualidade de vida abundante do crente em Jesus; 4) Encontro de pessoas com Cristo. Nesse evangelho encontramos 27 desses encontros; 5) Ênfase no ministério do Espirito Santo através do qual ele capacita o crente comunicando-lhe continuamente vida e o poder de Jesus; 6) Ênfase na palavra verdade. Jesus é a verdade, o Espirito é a verdade, a Palavra de Deus é a verdade. A verdade liberta e purifica; 7) A ênfase no número sete. Sete sinais, sete discursos, sete declarações Eu sou; 8) O uso de outras palavras de destaque tais como luz, palavra, carne, amor, testemunho, conhecer, trevas e mundo. Olhando esse evangelho de forma panorâmica podemos perceber que o mesmo tem quatro divisões além do prólogo e do epílogo, senão vejamos: 1) A apresentação de Jesus a Israel (1.19-51); 2) Os sinais e sermões de Cristo diante de Israel e a sua rejeição (2.1-12.50); 3) Conversa íntima de Jesus com os seus discípulos culminando com a oração sacerdotal quando ele ora por si e pelo povo do novo concerto (13.1-17.26); 4) A paixão e ressurreição do Senhor (18.1-20.29). Quanto ao prólogo, o mesmo começa apresentado a Jesus como o Logos divino (o Verbo) que sempre existiu como o eterno Filho de Deus, e que esse Logos é uma pessoa distinta do Pai, e também que esse Logos é Deus. Depois o prólogo apresenta o Logos como coparticipante da obra criadora. Em seguida ele é identificado como a Luz verdadeira que alumia a todo o homem. Apresenta ainda o precursor do Verbo, ou seja, aquele que fora designado por Deus para preparar o caminho do Senhor. Depois o prólogo revela a rejeição que o povo de Israel fez não O aceitando como o Messias prometido. Revela ainda que essa rejeição abriu espaço para todas as pessoas de todas as etnias crerem no Verbo divino. Finalmente o prólogo nos revela que esse Logos divino, o Filho de Deus, encarnou, assumiu uma natureza humana, fazendo-se homem, para oferecer pelos homens sua preciosa vida em sacrifício. Nesse prólogo ainda é revelada o dom gratuito de Deus para o pecador que crer nele, a vida eterna. No epílogo encontramos a revelação da finalidade ou propósito do evangelho de João que é levar as pessoas a crer em Jesus bem como fortalecer a fé daqueles que professam a Cristo. O epílogo termina com uma aparição de Jesus aos seus apóstolos, depois de um sinal realizado por Ele, e a restauração espiritual do apóstolo Pedro que tinha negado o Senhor quando de sua prisão. Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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