segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Uma panorâmica sobre Gálatas

Paulo, juntamente com Barnabé, fundara na sua primeira viagem missionária, pela graça divina, as quatro igrejas que compunham a região da Galácia do Sul, da época (Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra e Derbe). Nessas cidades eles tiveram uma oposição ferrenha dos judeus que habitavam nelas (At 13.45, 50; 14.2, 5, 19), a ponto de em Listra, cidade onde Paulo curara um paralitico, o apedrejarem e o abandonarem como morto. É nos dito em Atos 13.43 e em Atos 14.1 que essas igrejas eram compostas de judeus e gentios convertidos à Cristo. Devido à presença judaica ser muito forte nessas cidades, bem como a oposição aos cristãos, as igrejas começaram a aceitar um modus vivendi com o judaísmo achando que poderiam ser cristãos seguindo a lei mosaica, deixando a fé em Cristo em segundo plano. Paulo ao tomar conhecimento de que as igrejas da Galácia estavam prestes a se deixar dominar pelo judaísmo, que ensinava que a salvação era consequência da obediência a lei mosaica, escreveu a carta aos Gálatas para combater essa heresia e ao mesmo tempo fortalecer o seu ensino da justificação somente pela fé em Cristo. Essa, como as outras cartas de Paulo as Igrejas, se compõe de uma parte teológica ou doutrinaria e uma parte prática. Em ambas as partes o apóstolo defende a liberdade do Evangelho, sendo que na primeira parte (1.11-4.31) ele fala sobre a autoridade do Evangelho, bem como de sua chamada pessoal para pregar o Evangelho; e fala da liberdade do Evangelho enfocando nessa parte a recepção do Espirito e da nova vida pela fé em Cristo e não pelas obras da lei. Fala ainda sobre a salvação como uma promessa messiânica baseada na fé e não na lei e fala sobre a questão da filiação versus escravidão. Paulo diz que os crentes em Cristo são os filhos de Deus e não os descendentes de Abraão etnia que se estribam na lei. Segundo ele, aqueles que confiam na lei são escravos e faz uma analogia sobre isso usando a figura de Isaque e Ismael filhos de Abraão um da livre (Sara) e o outro da escrava (Hagar). Na parte prática (5.1-6.10), Paulo fala sobre a liberdade do cristão na sua relação com a graça da salvação pela fé e fala sobre as consequências negativas do cristão se submeter à circuncisão. Paulo ainda trata da questão da liberdade do cristão sob a graça e da responsabilidade dele em andar no Espírito e não satisfazer as concupiscência da carne. “Digo, porém: Andai em Espirito, e não cumprireis a concupiscência da carne” Gl 5.16. Nessa parte da carta, Paulo fala sobre as obras da carne, fruto natural de uma vida não regenerada, e do fruto do Espírito como consequência natural de uma pessoa genuinamente convertida, senão vejamos: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” Gl 5.19-21. “Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” Gl 5.22. Sobre o assunto acima Paulo disse que os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências (Gl 5.24). Como características principais essa carta contém a mais veemente defesa da natureza do evangelho; Depois de 2 Coríntios é a mais autobiográfica das cartas de Paulo; É a única carta que é dirigida a mais de uma Igreja; e contém o relato mais completo das obras da carne. Terminando a sua carta, Paulo ainda fala sobre a assistência financeira que a Igreja deve dar aos ministros do Evangelho (Gl 6.6) bem como do cuidado que ela deve ter, prioritariamente, para com os irmãos necessitados (Gl 6.10). Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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