sábado, 29 de janeiro de 2011

A Igreja como uma organização

A IGREJA COMO UMA ORGANIZAÇÃO
A Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo é uma instituição divina, tanto na sua expressão universal como na sua expressão local, isso é extraído do estudo das Sagradas Escrituras. Como expressão universal da Igreja, entende-se o conjunto de todos os salvos, em todas as épocas, inclusive aqueles que ainda não foram alcançados pela mensagem do Evangelho. “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mt 16.18. “Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim; para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu, em ti;...” Jo 17.20,21. “Mas chegastes ao monte Sião, e à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial, e aos muitos milhares de anjos, à universal assembleia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados” Hb 12.22,23.
Em sua expressão local, a Igreja é um conjunto de crentes em Cristo, batizados, arrolados como membros, que se congregam em uma determinada localidade, sob a orientação de Pastores, Presbíteros e Diáconos, para adoração a Deus, promoção do crescimento espiritual dos membros e congregados através do exercício dos dons espirituais e especialmente da ministração da Palavra de Deus, proclamação do Evangelho, e o exercício do ministério da beneficência em favor dos crentes necessitados. “Na igreja que estava em Antioquia havia alguns profetas e doutores,...” At 13.1. “à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos,...” 1 Co 1.2. “Paulo e Timóteo,..., a todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos:...” Fp 1.1.
A Igreja é ainda um organismo vivo e também uma organização. Como organismo, a Igreja é o corpo místico de Cristo, sendo ele a sua Cabeça. Dele emana a vida espiritual que mantém esse organismo vivo, poderoso e ativo neste mundo. Como organização, a Igreja é uma instituição que tem uma estrutura administrativa através da qual a obra comissionada por Deus é executada neste mundo. Na sua sapiência infinita Deus organizou a Igreja para que os seus diversos recursos fossem utilizados de forma inteligente para a realização do Seu eterno propósito em Cristo Jesus.
Uma Igreja Congregacional é estruturada visando à realização do propósito de Deus através dos seus órgãos componentes. A sua estruturação é por segmentos de atividades ou departamentos.
Comecemos falando do Estatuto da Igreja que é a sua lei maior, do ponto de vista administrativo e legal. Uma Igreja não pode existir legalmente em nosso País se não tiver o seu Estatuto registrado em Cartório. É esse Estatuto que irá definir a sua estrutura e nortear a vida da Igreja. Uma Igreja Congregacional pode ter ainda o seu Regimento Interno que é o documento que detalha o Estatuto e o complementa. O registro em Cartório do Regimento Interno não é obrigatório. Mas uma vez aprovado em assembléia torna-se lei para a vida da Igreja junto com o Estatuto. Ainda uma Igreja Congregacional tem a assembleia de membros como o seu órgão maior, que decide tudo o que se relaciona com a sua vida eclesiástica. O próprio Estatuto que é uma concepção da assembleia de membros, uma vez definido e registrado no Cartório, a própria assembleia deve a ele se submeter, podendo ela a seu critério alterá-lo para melhorar a sua funcionalidade, desde que sejam observados os limites estabelecidos pelas leis do País. Assim também acontece com o Regimento Interno, exceto na parte que concerne ao registro em Cartório.
As decisões da assembleia devem ser obedecidas por todos os membros de uma Igreja Congregacional, porque nelas está manifestada a vontade de Deus para a vida da Igreja, quer seja diretiva quer seja permissiva. A insubordinação contra uma decisão da assembleia deve ser considerada como uma desobediência ao princípio da submissão à autoridade, estabelecido por Deus em sua Palavra. “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação” Rm 13.1,2. Depois, vem o pastorado da Igreja (o Pastor Titular) que é o presidente da Igreja. Tudo o que acontece na Igreja deve passar pelo crivo dessa presidência, pois é ela responsável pela Igreja junto ao Estado Brasileiro, junto à Denominação a qual está filiada, e junto às demais Igrejas e órgãos outros.
O pastorado também deve submissão à assembleia, ao Estatuto da Igreja e ao seu Regimento Interno. Segue-se ao pastorado, o corpo de oficiais da Igreja (pastores auxiliares, presbíteros e diáconos) que funciona como uma assessoria da presidência da Igreja. Depois encontramos os departamentos que têm a sua diretoria eleita ou homologada pela assembleia da Igreja. Uma vez eleita e empossada, a diretoria dos departamentos recebe autoridade pelo Estatuto da Igreja para gerir a área de sua competência. Por exemplo: o Departamento de Auxiliadoras. Uma vez eleita e empossada a sua diretoria ela é a responsável diante da Igreja pelas ações que visem o desenvolvimento das áreas atinentes as mulheres da Igreja. Todas as pessoas que compõem os departamentos, a exemplo do de Auxiliadoras (o de Homens, o de Jovens, o de Adolescentes, e o Infantil), devem obedecer aos seus diretores. Qualquer ato de desobediência é enquadrado no mandamento dado por Deus de que toda a alma esteja sujeita às potestades superiores, citado acima.
Outra coisa a considerar no funcionamento desses departamentos, é que não é obrigado, no regime Congregacional, que a diretoria para tomar uma decisão deva pedir a aprovação do segmento que ela representa, pois uma vez investida de autoridade, ela tem competência estatutária para decidir o que achar conveniente para o bom funcionamento do departamento. Se a diretoria achar conveniente pode até consultar informalmente os sócios do seu departamento, mas isso nunca em uma assembleia, pois os departamentos não podem realizar assembleias. A única assembleia que existe numa igreja Congregacional é a sua assembleia de membros.
Todos os departamentos da Igreja são submissos à presidência da Igreja, conforme o Estatuto e o mandamento divino. Isso quer dizer que o departamento não tem existência autônoma, ele faz parte de uma estrutura cuja cabeça é a presidência da Igreja e a ela deve participar o seu plano de ação, as decisões tomadas e em certos casos pedir a orientação e a autorização do Pastor da Igreja. Ainda é bom lembrar que todos os departamentos estão nivelados, não existindo um maior do que outro. Não se admite numa Igreja Congregacional um departamento interferindo nas atividades de outro departamento. Todos devem observar os limites definidos pelo Estatuto da Igreja, pelo Regimento Interno ou pelas diretrizes da assembleia. Todos devem trabalhar de forma integrada visando o cumprimento do ministério geral da Igreja (adoração, edificação, proclamação, beneficência).
As congregações, a exemplo dos departamentos, estão debaixo das mesmas diretrizes. As congregações não têm existência autônoma, devendo ser submissa à presidência da Igreja. Os irmãos que se congregam nas congregações devem ser submissos ao seu respectivo dirigente, pois ele é a autoridade constituída por Deus dentro dela. Qualquer insubmissão é enquadrada no mandamento citado em Rm 13.1,2.
Nenhum grupo da Igreja tem existência autônoma, seja de que natureza for. Os grupos organizados, a exceção de comissões que estão subordinadas diretamente a presidência da Igreja, são órgãos dos departamentos da mesma e todos são submissos a sua respectiva diretoria, mesmos sendo esses grupos liderados por oficiais (pastores, presbíteros ou diáconos).
O principio da submissão à autoridade deve ser seguido por todos os crentes sob pena de estarem pecando contra Deus, pois Ele estabeleceu em Sua Palavra que toda a alma esteja sujeita as autoridades, pois o Senhor disse que nenhuma autoridade é estabelecida a não ser por Sua vontade e quem resiste à autoridade resiste a uma ordenação Sua, e quem resiste está atraindo sobre si condenação. (Leia estes textos com cuidado e oração: Rm 13.1,2; Tt 3.1; 1 Ts 5.12,13; Hb 13.17).
Quando na igreja existe um indivíduo insubmisso, uma destas duas coisas pode estar acontecendo: a) talvez ele não seja um crente de fato, regenerado, transformado pelo Espírito Santo em uma nova criatura e sempre irá causar problemas na Igreja. É o joio no meio do trigo; b) se é um crente, mas insubmisso, a sua vida espiritual está degradada, distante de Deus, fazendo a vontade do diabo e não a de Deus que manda que os Seus filhos sejam submissos as autoridades por Ele constituídas. Em ambos os casos a boa ordem estabelecida por Deus é comprometida e o prejuízo é grande para a obra do Senhor.
A Bíblia diz que as ovelhas de Jesus são dóceis, obedientes, vivem em comunhão e ouvem a voz do Seu pastor. Quem não é ovelha de Jesus dá um trabalho terrível na Igreja, mas não permanecerá por muito tempo, pois, o Senhor Jesus disse em Sua Palavra que toda planta que seu Pai celestial não plantou será arrancada. É só a Igreja entrar em oração diante de Deus e Ele removerá as pedras de tropeços no meio dela.
Assim sendo, é preciso que todos tenham cuidado como vivem na Igreja, que é a Igreja do Deus Vivo, coluna e firmeza da Verdade (1 Tm 3.15).

Pastor Eudes Lopes Cavalcanti
Ministro Congregacional da ALIANÇA, Pastor Titular da III IEC/JPA

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