sábado, 12 de novembro de 2011

A batalha contra a alma

A Bíblia nos revela que antes da nossa conversão éramos por natureza filhos da ira. Vivíamos afastados de Deus, mortos em nossos delitos e pecados e praticávamos sistematicamente aquilo que desagradava a Deus.

Ainda nos revelam as Escrituras que quando fomos convertidos a Cristo nos tornamos novas criaturas, fomos adotados por Deus como filhos e espiritualmente estamos assentados nos lugares celestiais com Cristo. Diz ainda a Bíblia Sagrada que Deus graciosamente implantou em nossas vidas uma nova natureza, a divina. “pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo” 2 Pe 1.4. Essa nova natureza aspira às coisas de Deus e se inclina naturalmente para elas.

É verdade que essa nova vida dada por Deus em Cristo ao crente não elimina a sua natureza antiga que é naturalmente propensa ao pecado. “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” Rm 7.22,23. Isto quer dizer que no homem redimido encontra-se a natureza antiga que ele herdou de Adão, propensa ao pecado e uma nova natureza implantada pelo Espírito Santo no ato de sua conversão a Cristo. Quer ainda dizer que no interior de todo o crente verdadeiro trava-se constantemente uma batalha, entre a carne e o Espírito. “Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis” Gl 5.17.

É sabido pela Escrituras e pela experiência da vida que o crente tem três grandes inimigos que combatem

constantemente contra a sua alma: o diabo - o anjo rebelde, o mundo posto no maligno com os seus encantos e atrativos, e a carne com as suas paixões e concupiscências.

Em relação ao diabo a Bíblia nos orienta a que sejamos sóbrios, vigiemos e resistamos as suas tentações. “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” 1 Pe 5.8. (Veja ainda Tg 4.7). Em relação ao mundo as Escrituras nos orientam a que não o amemos nem deixemos que ele sufoque a semente do evangelho plantada em nossos corações. “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” 1 Jo 2.15,16. (Veja ainda Lc 8.14). Quanto a nossa natureza pecaminosa, chamada na Bíblia de carne, as Escrituras nos orientam assim: “que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano,...” Ef 4.22-24. “De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne, porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis” Rm 8.12,13.

Os inimigos que combatem contra a alma do cristão são formidáveis, mas não devemos temê-los, pois a vida que Deus nos deu em Cristo, em si mesma, tem todas as potencialidades para sair vitoriosa em todo embate que tiver contra esses inimigos, pois a lei do espírito de vida em Cristo Jesus já nos livrou da lei do pecado e da morte (Rm 8.1,2). Paulo disse também que Deus em Cristo sempre nos conduz em triunfo (2 Co 2.14), inclusive ele orienta a Igreja a dá graças a Deus pela vitória dada por Cristo ao seu povo. (1 Co 15.57).

A vitória que Cristo nos proporcionou com a sua morte e ressurreição será uma realidade na experiência de vida de todos os crentes se eles se utilizarem dos meios da graça (oração, leitura meditativa das Escrituras, engajamento no serviço divino através da Igreja, etc) e os praticarem continuamente. Assim sendo, o crente pode dizer sempre: “Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores...”.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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