Na sociedade israelita do tempo
coberto pelo Pentateuco e pelos livros Históricos havia a figura da escravidão.
Os escravos eram feitos assim por consequência da guerra, das dividas
contraídas e não pagas, ou comprados. Para amenizar a vida de israelitas envolvidos
nessa instituição como escravos Deus determinara que, de tempo em tempo, esses escravos
fossem libertados. “Se comprares um servo hebreu, seis anos servirá; mas, ao
sétimo, sairá forro, de graça. Se entrou só com o seu corpo, só com o seu corpo
sairá; se ele era homem casado, sairá sua mulher com ele” Ex 21.2,3. Se esse
escravo, no ano de sua libertação (o sétimo ano), por amor ao seu senhor não
quisesse a liberdade, o seu senhor o levava aos anciãos da cidade e ali a sua orelha
seria furada e ele se tornaria seu escravo à vida toda. “Mas, se aquele servo
expressamente disser: Eu amo a meu senhor, e a minha mulher, e a meus filhos,
não quero sair forro, então, seu senhor o levará aos juízes, e o fará chegar à
porta, ou ao postigo, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela; e o servirá
para sempre” Ex 21.5,6.
Olhando a questão da escravidão do ponto
de vista teológico podemos constatar, pelo ensino bíblico, que o ser humano é
escravo do pecado, por natureza. Quando o homem nasce já nasce sob a escravidão
do pecado e debaixo de condenação. “Porque todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus” Rm 3.23. “... todo aquele que comete pecado é servo do pecado” Jo
8.34. “Porque o salário do pecado é a morte,...” Rm 6.23.
Quando
o ser humano passa pela experiência da conversão
ele é libertado da escravidão do pecado. “Se pois o Filho vos libertar,
verdadeiramente sereis livres” Jo 8.36. “Ele nos libertou do império das trevas
e nos transportou para o reino do Filho do seu amor’ Cl 1.13. Graças a essa
libertação proporcionada por nosso Senhor Jesus Cristo, nos é revelado que o pecado
não terá domínio sobre nós, porque não estamos mais debaixo da lei e sim da
graça. (Rm 6.14).
A libertação do homem da escravidão do
pecado foi proporcionada pelo derramamento do sangue de Jesus na cruz do
Calvário, pagando Ele assim o preço de nossa libertação. “sabendo que não foi
com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã
maneira de viver que, por tradição, recebestes dos vossos pais, mas com o
precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” 1 Pe
1.18,19.
Vimos
acima que Jesus nos comprou com o seu precioso sangue. Assim sendo não nos
pertencemos mais a nós mesmos e sim ao Senhor. Somos sua propriedade. Ele é o
nosso Senhor e nós os seus servos. “E, libertados do pecado, fostes feitos
servos da justiça” Rm 6.18. “Mas, agora, libertados do pecado e feitos servos
de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna” Rm
6.22.
Quando a pessoa crer em Jesus e o aceita
como Salvador, automaticamente, ela passa a ter sobre si o senhorio de Cristo.
Pertence a Ele para sempre, foi comprado por bom preço, é um escravo de orelha
furada.
Sabemos que um escravo, apesar de ter
como ser humano que é, uma vontade, a vontade que prevalece no relacionamento
entre ambos é a vontade do Senhor.
A grande pergunta que se faz é como
encaramos essa relação? Somos escravos de “orelhas furadas”, que voluntariamente
procuramos viver em função do nosso Senhor e de sua Igreja ou queremos viver
ainda fazendo a nossa vontade pecaminosa?
Irmãos é hora de nos posicionarmos como
servos de Cristo, obedecendo em tudo a sua santa vontade.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
Nenhum comentário:
Postar um comentário