Devido aos pecados de Salomão,
Deus determinou dividir o seu povo em dois reinos: o reino do norte ou de
Israel, capital Samaria, composto de dez tribos e o reino do sul ou de Judá,
capital Jerusalém composto das tribos de
Judá e Benjamim. O reino do norte teve nove dinastias, sendo que uma passava
para a outra através de golpe de estado, assassinatos, etc. O reino de Judá
teve só uma dinastia, a casa real de Davi, cumprindo-se assim uma promessa
feita por Deus aquele rei, de que nunca faltaria sucessor da sua casa ao trono
real. Esses dois reinos foram destruídos, sendo o primeiro pelos assírios em
722 a.C. e o segundo pelos babilônicos em 586 a.C. O reino da casa real de Davi
teve e tem o seu cumprimento através de Cristo, cujo reino é eterno.
Dentre os grandes reis da casa de Davi encontramos
o rei Uzias, chamado também de Azarias, cujo relato do seu reinado encontra-se nos
livros de Reis (2 Rs 14.21,22; 15.1-7) e Crônicas (2 Cr 26.1-23).
Segundo o texto sagrado, a grandeza de
Uzias deveu-se ao fato de ele ter norteado os seus caminhos segundo os
mandamentos do Senhor, e de ter buscado a Deus desde o início de seu reinado,
que começou quando ele tinha dezesseis anos. “E fez o que era reto aos olhos do
Senhor, conforme tudo o que fizera Amazias, seu pai. Porque se deu a buscar a
Deus nos dias de Zacarias, sábio nas visões de Deus; e, nos dias em que buscou
o Senhor, Deus o fez prosperar” 2 Cr 26.4,5. Graças à ajuda divina, Uzias fez
grandes obras no reino de Judá. Edificou cidades e fortificou outras, investiu
na agricultura e aparelhou o exército com armas sofisticadas
para a época, etc. A Bíblia diz que a bênção do Senhor era tão grande sobre
Uzias que a sua fama ultrapassou fronteiras. “... e voou a sua fama até muito
longe, porque foi maravilhosamente ajudado até que se tornou forte” 2 Cr 26.15.
Segundo o cronista inspirado, o grave
erro de Uzias foi que ele não conseguiu administrar o sucesso, a fama, a glória.
A vaidade encheu o seu coração e a vaidade deu lugar a soberba e ele pecou
contra Deus numa área extremamente sensível. Ainda segundo o cronista, Uzias se achou no
direito de entrar no santuário do Senhor e oferecer incenso, uma atividade privativa
aos sacerdotes filhos de Arão. “Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o
seu coração até se corromper; e transgrediu contra o Senhor, seu Deus, porque
entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso” 2 Cr 26.16.
É bom esclarecer que no meio do povo de
Deus os papéis das três maiores instituições de Israel (profeta, sacerdote e
rei) estavam bem definidos. O rei
reinava sobre o povo segundo a vontade de Deus. Os sacerdotes intermediavam
entre o povo e Deus oferecendo sacrifícios e queimando incenso, e o profeta
representava Deus diante do povo através do ministério da palavra.
Uzias, por mais importante e poderoso que
fosse, não tinha o direito de oferecer incenso ao Senhor. Ele entrou numa área
que não era de sua competência e sim dos sacerdotes. Quando ele foi arguido
pelos sacerdotes do Senhor ficou indignado, e por causa disso Deus o feriu com
uma lepra que repentinamente brotou em sua testa, e leproso saiu da casa do
Senhor, e por ser leproso ficou morando só e o reino passou a ser administrado
por seu filho Jotão.
Olhando para o episódio da vida de Uzias
devemos ficar alerta para que nunca a vaidade e a soberba encham o nosso
coração, pois isto acontecendo, o que é pecado, venha a provocar o fracasso de nossas
vidas, pois a Escritura diz que “a soberba precede a ruína, e a altivez de espírito
precede a queda” (Pv 16.18).
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
Nenhum comentário:
Postar um comentário