sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A pros­peri­dade segundo a Bíblia


       Hoje mais do que em qual­quer outra época da vida da Igreja o assunto pros­peri­dade tem inva­dido o arra­ial evangélico, des­per­tando nele uma sofreguidão pelo que é mate­r­ial. As Igre­jas que tem optado como dire­triz básica do seu min­istério a ênfase nesse assunto, numa ânsia de um cresci­mento numérico rápido, têm muitas delas, explo­rado esse tema até as últi­mas consequências, inclu­sive com­pro­m­e­tendo a pureza do Evangelho. 
        Mas o que é pros­peri­dade? Enten­dendo o assunto con­forme o sig­nifi­cado da palavra, vemos que pros­perar é “mel­ho­rar de condição; pro­gredir; crescer, desenvolver-​se; enriquecer”.
        Muitos evangéli­cos acham que pelo fato de serem fil­hos de Deus (por adoção) deve ser necessariamente rico finan­ceira­mente e o argu­mento que usam é que se a Deus per­tence à riqueza (Ag 2.8), então os seus fil­hos têm que ser ricos tam­bém. E o pior de tudo é quando se ensina que se o crente não é próspero (rico) tem prob­lema na sua vida espir­i­tual, ou falta de fé, ou algum pecado que impede a sua prosperidade.
       Mas será que no Novo Tes­ta­mento é isso que é enfa­ti­zado? (Lem­bramos aos irmãos que um deter­mi­nado assunto para ser normativo na vida da Igreja tem que ter nec­es­sari­a­mente o respaldo do Novo Tes­ta­mento, pois a rev­e­lação foi dada de forma pro­gres­siva. Se não há con­fir­mação do Novo Tes­ta­mento para um assunto do Antigo Tes­ta­mento, o mesmo teve o seu valor cir­cun­stan­cial, mas não é nor­ma­tivo para a Igreja - isto é uma regra básica da Her­menêu­tica Bíblica, que é a ciên­cia de inter­pre­tação dos tex­tos bíblicos).
       Não restam dúvi­das de que o Novo Tes­ta­mento enfa­tiza a pros­peri­dade do ponto de vista espir­i­tual. Em Efé­sios 1.3 nos é dito que Deus já abençoou a Sua Igreja com toda a sorte de bênçãos espir­i­tu­ais. Pedro disse sobre o assunto, que Deus nos deu grandes e pre­ciosas promes­sas pelas quais nos tor­namos par­tic­i­pantes da natureza div­ina (2 Pe 1.3,4). João tam­bém tra­tou do assunto quando se dirigiu a Gaio, o des­ti­natário da sua 3ª carta, dizendo que ele era um homem prós­pero espir­i­tual­mente (3 Jo 1,2).
       A luz da Bíblia, Deus é sober­ano e tem gerên­cia direta na vida de todos os seres humanos. A uns Ele dá riquezas, a out­ros não. “O rico e o pobre se encon­traram; a todos os fez o Sen­hor” Pv 22.2. “Mas o nosso Deus está nos céus e faz tudo o que lhe apraz” Sl 115.3. (Veja ainda o Salmo 103.19). Ainda sobre a questão da sobera­nia de Deus é bom que todos saibam que ninguém pode ter coisa alguma se não lhe for dada do Céu (Jo 3.27). Tiago tam­bém via o assunto dessa maneira quando disse que toda a boa dádiva e todo dom per­feito vinha do alto, descendo do Pai das luzes (Tg 1.17).
      Se você irmão tem alguma coisa, algum recurso, pros­perou, tem um bom emprego, uma boa casa para morar, um automóvel para se loco­mover, tem influên­cia, o seu futuro e o dos seus fil­hos estão garan­ti­dos (?) não se ensober­beça, mas adore a Deus que gra­ciosa­mente lhe deu essas coisas. Se você querido irmão não tem as coisas citadas acima ou as tem em menor escala não se entris­teça, pois Deus não lhe deu isso ou lhe deu pouco, mas por outro lado Ele cuida de você com um cuidado todo espe­cial. Observe os textos a seguir: “Fui moço e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão” Sl 37.25. “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei. E, assim, com confiança, ousemos dizer: O Senhor é o meu ajudador, e não temerei o que me possa fazer o homem” Hb 13.5,6. Dê graças a Deus por isso em obe­diên­cia ao que Ele disse em 1 Ts 5.18: “Em tudo dai graças, porque esta é a von­tade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.
      Não estou com isso pre­gando um deter­min­ismo, nem sou adepto da “sín­drome da Gabriela” (eu nasci assim, vou viver assim e vou mor­rer assim). Esforce-​se, estude, trabalhe, pro­grida, mas não venda a sua alma por causa disso. Lembre-​se de que o Sen­hor cen­surou aque­las pes­soas que eram ricas mate­rial­mente, mas que eram pobres para com Deus (veja a parábola do rico insen­sato em Lucas 12.1321).
Pr. Eudes Lopes Cav­al­canti

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