1º - Não terás outros deuses diante de
mim; 2º - Não farás para ti imagem de escultura; 3º - Não tomarás o nome do
Senhor teu Deus em vão; 4º - Lembra-te do dia do sábado, para o santificar; 5º
- Honra a teu pai e a tua mãe; 6º - Não matarás; 7º - Não adulterarás; 8º - Não
furtarás; 9º - Não dirás falso testemunho; 10º - Não cobiçarás.
O quarto mandamento
do Decálogo trata da proibição de se trabalhar
no dia de sábado. “Lembra-te do dia do
sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o
sétimo dia é o sábado do Senhor, teu Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem
o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu
animal, nem o teu estrangeiro que está dentro das tuas portas. Porque em seis
dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e ao sétimo dia
descansou; portanto, abençoou o Senhor o dia do sábado e o santificou.”. Ex
20.8-11.
O mandamento
começa com um chamado à lembrança de se deve guardar o dia de sábado. Em
seguida encontramos a proibição de se trabalhar no dia de sábado e a extensão
dessa proibição à própria pessoa, a seus filhos, servos, animais de carga e até
aos estrangeiros que habitavam com o povo de Israel. Depois da proibição são
dadas duas razões do porquê do mandamento (em seis dias o Senhor fez os céus e
a terra e o mar e tudo que neles há; Deus abençoou e santificou o dia de
sábado).
Reportando-nos a criação podemos observar
que Deus fez toda a sua obra em seis dias de vinte e quatro horas. No dia
sétimo, o sábado, com a obra da criação acabada, diz a Bíblia que Deus
descansou das obras criadas. Esta expressão descansar no dia de sábado não quer
dizer que Deus se cansou com o trabalho que fizera. Lembremo-nos de que Deus é
onipotente e tudo que fez foi com o poder de sua palavra. “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram
criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente”
Hb 11.3.
O tempo é uma dadiva de Deus ao homem que tem
a sua vida limitada por ele. Deus
graciosamente dividiu o tempo em segundo, minuto (60 segundos), hora (60
minutos), dia (24 horas), semana (sete dias), mês (trinta dias em média), e ano
(doze meses).
A
quebra do mandamento da guarda do sábado no mundo bíblico, especialmente no
Antigo Testamento, atraia o juízo divino sobre o transgressor. (Veja Nm 15.32-36).
Uma das razões do cativeiro babilônico foi a quebra do mandamento da guarda do sábado
por parte do povo de Deus (Veja Jr 17.27; Ne 13.17,18). No Novo Testamento
encontramos os judeus observando de forma legalista o dia do sábado, sendo por
isso criticado pelo Senhor Jesus (Mt 12.9-14).
O
Senhor Jesus com a autoridade que tinha como Deus reinterpretou o mandamento da
guarda do sábado dando-lhe a dimensão correta, esclarecendo o seu verdadeiro
significado. O princípio do mandamento da guarda do sábado, segundo se extrai
do que Jesus disse, é que do tempo semanal que Deus deu ao homem um dia deve
ser reservado para descanso e adoração a Deus. ”E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem,
por causa do sábado. Assim, o Filho do Homem até do sábado é senhor” Mc
2.27,28.
Outra
questão relacionada ao assunto e que merece uma explicação é a guarda do domingo
no mundo cristão. A explicação é a seguinte: Uma, é a que se refere ao princípio
estabelecido do sábado, que é de que um dia da semana seja utilizado para
descanso do homem e para adoração a Deus. A outra é que no domingo, o primeiro
dia da semana, após o sábado, é comemorado o dia da ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. A Igreja primitiva
se reunia no primeiro dia da semana (domingo) para realizar os seus cultos,
inclusive, em duas ocasiões, com a presença física de Jesus. O fato da guarda
do domingo e não da do sábado por parte da Igreja não consiste em transgressão,
pois a mesma está sendo coerente com o principio estabelecido por Deus quanto ao
sábado, e com a prática da Igreja apostólica. (Jo 20.1,19,26; At 20.7; 1 Co
16.2).
Contextualizando o assunto no que se refere a mandamento, transgressão e
juízo, é importante observar que a regra continua a mesma. Não separar um dia
da semana para descansar e adorar a Deus consiste em transgressão e que, com
certeza, os infratores estão sob juízo divino.
Pr. Eudes
Lopes Cavalcanti
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