1º - Não terás outros deuses diante de
mim; 2º - Não farás para ti imagem de escultura; 3º - Não
tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; 4º - Lembra-te do dia do sábado, para o santificar; 5º - Honra
a teu pai e a tua mãe; 6º - Não matarás; 7º - Não adulterarás; 8º - Não
furtarás; 9º - Não dirás falso testemunho; 10º - Não cobiçarás.
O terceiro
mandamento do Decálogo trata da proibição
de se mencionar levianamente o grande nome do Senhor, do Deus dos Céus. “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus, em
vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”.
Estudando as Sagradas Escrituras verificamos
que no Antigo Testamento Deus é chamado pelos nomes de Yaweh (Yavé) o mais
sagrado deles, Adonai, Shaddai, El, Elohim, Elyon. No Novo Testamento Deus é
chamado de Theos, Kyrios, e de Pater. A exceção de Yaweh, os demais nomes foram
dados pelos escritores inspirados. Em relação à Yaweh foi o próprio Deus quem
se nomeou quando respondeu a pergunta de Moisés sobre qual seria o nome de quem
o comissionara para tirar o povo de Israel do Egito. “EU SOU O QUE SOU” (Ex 3.14)
disse Deus a Moisés. Essa expressão na língua original do Antigo Testamento
(hebraico) expressa nos caracteres de nossa língua é o tetragrama YHWH onde foram
colocadas vogais para facilitar a pronuncia, daí Yaweh (Iavé, Javé, Jeová). “Eu sou o SENHOR; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem
não darei, nem o meu louvor, às imagens de escultura” Is 42.8. (Em
algumas versões usa-se a palavra SENHOR com letras maiúsculas significando
Yavé).
No contexto bíblico, um nome é geralmente significativo,
representa a pessoa, seu caráter, seus atributos, seu oficio, enfim o seu ser.
Por exemplo: quando Deus mudou o nome do segundo filho de Isaque, de Jacó para Israel, foi porque houve uma mudança no caráter
daquele homem produzida pelo próprio Deus. “Então
disse: Não te chamarás mais o teu nome Jacó, mas Israel; pois como príncipe lutaste com Deus e com os
homens e prevaleceste” Gn 32.28. Quando Deus deu o
nome de Jesus ao Seu Filho que encarnara foi porque ele salvaria o seu povo dos
pecados deles. Jesus significa na língua grega, Salvador. “E ela dará à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus, porque ele
salvará o seu povo dos seus pecados” Mt 1.21.
A
proibição de Deus no Decálogo para que não se pronunciasse o seu nome (YWHW) em
vão é porque o seu nome representa o que Deus é, no caso, autoexistente, aquele
que existe por si mesmo, sem depender de ninguém nem de nada, todo-poderoso,
sublime, etc. “Redenção enviou ao seu
povo; ordenou o seu concerto para sempre; santo e tremendo é o seu nome” Sl
111.9.
Dizem
que os escribas judeus levaram tão a sério esse mandamento que até quando
copiavam os escritos sagrados e chegavam a esse nome, se lavavam
cerimonialmente e trocavam a pena comum que usavam por uma pena de ouro, para
grafar o nome de YWHW.
No
Novo Testamento nos é dito que o nome de Jesus é superior a qualquer outro nome
dado entre os homens e anjos, e que toda a língua proclame a grandeza desse
nome, para a glória de Deus Pai. “Pelo
que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o
nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e
na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o
Senhor, para glória de Deus Pai” Fp 2.9-11. Como Jesus é Deus, ao seu nome deve ser
dada a glória que lhe é devido, conforme o Novo Testamento.
Olhando para as Escrituras como um todo, podemos constatar que os nomes
de Deus, sejam os identificados no Antigo Testamento ou no Novo Testamento,
devem ser mencionados somente quando for celebrado “Engrandecei ao SENHOR
comigo, e juntos exaltemos o seu nome” Sl 34.3. (Veja ainda At 19.17), invocado “Louvai ao SENHOR e invocai o seu nome;
fazei conhecidas as suas obras entre os povos” Sl 105.1 (Veja ainda At 7.59), ou
proclamado “Então, declararei o teu nome aos meus
irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação” Sl 22.22 (Veja ainda Lc 24.47).
Isto posto, é considerada uma transgressão quando
se pronuncia o nome de Deus em vão, conforme diz o Decálogo. Pr. Eudes
Lopes Cavalcanti
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