Dissemos
no primeiro boletim sobre as sete cartas do Apocalipse (24/08/14) que existem
pelo menos quatro escolas que interpretam o livro de Apocalipse (Preterista, Historicista,
Futurista e Idealista).
Em relação às sete Igrejas essas escolas
veem as igrejas do Apocalipse como: Igrejas históricas (Escola Preterista, Escola
Historicista e Escola Idealista); Sete períodos da história da igreja (Escola
Futurista).
Quanto à Escola Futurista, os seus mentores
ensinam que as Igrejas do Apocalipse são
Igrejas históricas, mas que também representam sete períodos da história da
Igreja, a saber: A Igreja de Éfeso – Igreja Apostólica (30 – 100 d.C.); A
Igreja de Esmirna – Igreja Perseguida (100 a 313 d.C.); A Igreja de Pérgamo –
Igreja Estatal (313 a 590 d.C.); A Igreja de Tiatira – Igreja Papal (590 a 1517
d.C.); A Igreja de Sardes – A Igreja da Reforma Protestante (1517 a 1730 d.C.);
A Igreja de Filadélfia – A Igreja Missionária (1730 a 1900 d.C.); A Igreja de
Laodicéia – A Igreja Apóstata (1900 até a época atual...).
Outros veem que na história da Igreja,
desde o Pentecostes até a época do seu arrebatamento, toda Igreja local tem parte
de crentes tipo Éfeso, que já perderam o
seu primeiro amor; de crentes tipo Esmirna, que são fiéis a Deus a ponto de dar
a sua própria vida por causa do Evangelho; de crentes tipo Pérgamo, que estão
comprometidos com as coisas do mundo e seguem ensinos errados; de crentes tipo Tiatira,
que também como os de Pérgamo vivem comprometido com as coisas deste mundo e
que são fascinados por coisas misteriosas; de crentes tipo Sardes, que não negam
a fé, mas não abandonam o mundo, tem nome de quem vive, mas está morto; de crentes
tipo Filadélfia, que guardam a Palavra de Deus e que são guardados por Ele em
época de tribulação; de crentes tipo Laodicéia, que não são quentes nem frios,
mas mornos e que estão prestes a ser vomitado da boca do Senhor, por Lhe causar náuseas.
Nas sete
cartas, além das quatro coisas comuns que já falamos nos boletins anteriores (uma
apresentação de Jesus tirada do capitulo 1 do livro de Apocalipse,
principalmente da visão que João teve do Senhor glorificado; uma análise da
vida interna de cada igreja feita pelo Seu Senhor, identificando pontos
positivos e negativos, uma admoestação a cada Igreja, e uma promessa ao
vencedor), encontramos algumas expressões comuns as sete Igrejas, quais sejam: “Ao anjo da Igreja... escreve”. Uns acham
que esses anjos são seres espirituais designados por Deus para cuidar da
Igreja, mas isso é muito improvável, pois os anjos de Deus são santos, puros, e
em cinco delas, exceto Esmirna e Filadélfia, o Senhor os censura. Tal censura
seria uma incoerência em se tratando de seres espirituais santos e puros. A
melhor interpretação é que esses anjos sejam os presbíteros da Igreja (docente
– Pastor, e regentes – não pastores). Essa nossa afirmação baseia-se nos textos
de At 20.28 e 1 Pe 5.1-4 onde os presbíteros são constituídos pelo Espirito
Santo para o pastoreio da Igreja do Senhor.
Outra expressão que merece uma atenção
especial é o insistente apelo para que se ouça o que o Espírito diz as Igrejas.
Essa expressão comum às sete Igrejas falou tanto para as igrejas históricas da
época como fala para a Igreja do Senhor em todas as épocas. Todos já têm ciência de que o Espírito Santo
foi derramado no dia de Pentecostes sobre a Igreja e individualmente, a partir
daquele dia, sobre cada novo convertido a Cristo (Jo 7.37-39; Ef 1.13; 1 Co
12.13; Tt 3.5,6).
O Senhor prometeu que o Espírito
Santo seria enviado para estar sempre com a Igreja até o dia do seu
arrebatamento. “E eu rogarei ao Pai, e
ele vos dará outro Ajudador, para que fique convosco para sempre. A saber, o
Espírito da verdade, o qual o mundo não pode receber; porque não o vê nem o
conhece; mas vós o conheceis, porque ele habita convosco, e estará em vós” Jo 14.16,17.
Faz-se necessário que os
crentes em Cristo fiquem atentos para o
que se diz na Igreja, procurando ouvir a voz do Espirito, que fala através dos
cânticos, das pregações, das orações, da manifestação dos dons espirituais,
tudo isso passando pelo crivo da Santa Palavra de Deus.
Pr. Eudes Lopes
Cavalcanti
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