sexta-feira, 13 de março de 2015

Uma panorâmica sobre Provérbios

Provérbios é o segundo livro do grupo chamado livros de Sabedoria (Jó, Provérbios e Eclesiastes). O livro de Provérbios tem como finalidade formar um caráter de um homem segundo o coração de Deus. A exceção dos capítulos 30 e 31 do livro, o restante é de autoria do grande rei de Israel, Salomão. Neste livro e no de Eclesiastes a sabedoria que Deus dera a Salomão é evidenciada. Em 1 Rs 4.32, encontramos que Salomão proferiu três mil provérbios. Um provérbio é uma sentença geralmente curta (máxima) que ensina uma verdade de natureza moral ou espiritual (teológica). Um provérbio estava sempre na boca de um grupo seleto de pessoas em Israel. chamados de sábios. O sábio, juntamente com o profeta e o sacerdote, era a consciência moral e espiritual da sociedade israelita. Quando o livro de Provérbios foi compilado, o seu autor tinha em mente dois objetivos: 1) “Ensinar e focalizar os grandes benefícios que advêm aos seres humanos da mente disciplinada e do modo de vida orientado por Deus e, inversamente”; 2) “Advertir acerca dos grandes perigos que resultam inevitavelmente de seguir os ditames da natureza ou paixões inferiores”. O livro de “Provérbios é uma coleção clássica de ditados selecionados sobre a formação de um caráter piedoso. Seu objetivo é contrastar dois modos de vida – sabedoria e insensatez, demostrando ser absoluta loucura viver dominado pelas emoções. Realça a necessidade de estar com Deus desde a juventude, disciplinar-se para atingir valores mais altos e duradouros e conhecer o poder e o potencial que podem ser adquiridos por meio de caráter forte e vida espiritual. O livro não é uma miscelânea de provérbios soltos, ao contrário, são provérbios relacionados que valorizam a sabedoria, demonstram sua vantagem e concluem com a modelar descrição de quem dela se apropriou: a encantadora mulher virtuosa e vivaz do último capitulo”. Ela é o modelo ou paradigma de uma pessoa sábia. A palavra chave do livro é Sabedoria. Essa palavra adquire no livro, três enfoques: 1) “Sabedoria - Esse termo expressa um discernimento moral entre o bem e o mal, entre o certo e o errado. Aplica-se também à prudência secular nos negócios”; 2) “Entendimento – Significa uma habilidade para discernir entre a verdade e o erro ou entre a realidade e a ficção”; 3) “Sensatez – Significa um discernimento espiritual ou divino da verdade, desenvolvido por um longo conhecimento da Palavra de Deus. É a habilidade de considerar a vida numa perspectiva divina ou utilizar princípios divinos nos hábitos diários”. Outra palavra importante destacada no livro de Provérbios é “Insensato”. Ela tem três conotações, contrastando com a Sabedoria, a saber: a) Inexperiente ou tolo - É a pessoa ingênua, um tanto inocente, destituída de entendimento, que se deixa levar facilmente pelos outros, principalmente na questão moral; b) Louco ou Insensato – ambos os termos referem-se aqueles que rejeitam a verdade, desprezam a sabedoria, odeiam o conhecimento e encontram prazer na má conduta; c) Zombador – É o desordeiro que deliberadamente zomba da integridade e ridiculariza qualquer tipo de correção. Segundo Ellisen (Conheça Melhor o Antigo Testamento), o livro de Provérbios utiliza-se de vários mecanismos literários a fim de apresentar máximas práticas para a vida por meio de figuras criativas, analogias surpreendentes e contrastes. Os provérbios são apresentados no livro: a) em pares – um dístico em que a primeira linha expressa um pensamento e a segunda o suplementa, e um dístico em que ambas as linhas expressam o pensamento em forma de contraste; b) em grupos – grupos de provérbios sobre um tema comum; c) epigramas – um provérbio ampliado que tem em seu âmago duas linhas que expressam o pensamento; d) soneto – uma composição poética de 14 versos; e) monólogo dramático – objetos inanimados ou ideias abstratas são personificados para admoestar ou enfatizar sua natureza ou objetivo; f) Acróstico – poema usando o alfabeto hebraico (22 letras). (Pv 31.10-31). O livro tem poucas referências cristológicas, sendo a sabedoria, indiretamente uma referência a Cristo, que é a verdadeira sabedoria. Paulo diz que Cristo é a sabedoria de Deus. (1 Co 1.24). (Veja ainda Cl 2.3).
 Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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