sexta-feira, 6 de março de 2015

Uma panorâmica sobre Salmos

O livro de Salmos é uma coletânea de cento e cinquenta salmos. O rei Davi, o homem segundo o coração de Deus, escreveu quase a metade (73) desses salmos. Os outros autores são: Ezequias (15), Asafe (12), Os filhos de Corá (10), Salomão (2), e Moisés, Hemã, Etã, Jeremias, Ageu, Zacarias e Esdras, todos escreveram cada um, um salmo. O restante dos salmos não tem os seus autores identificados, são anônimos. O livro de Salmos, como foi dito na panorâmica sobre o livro de Jó, é um dos livros chamados hínicos, o outro é o de Cantares. Esse precioso livro serviu como hinário de Israel e da Igreja cristã durante séculos. Esse precioso livro foi escrito com as seguintes finalidades: 1) “Foram escritos pelos salmistas como reações sinceras diante de Deus ao experimentarem as inúmeras alegrias, tristezas e provações da vida; b) Eram veículos de expressão do povo de Deus por meio de toda uma gama de experiência que os tornava aptos a apresentar os sentimentos e pedidos ao Senhor em termos significativos e intensos; c) Serviam para expressar os anseios de Israel pela vinda do Messias, revelando, por inspiração divina, muitos detalhes proféticos de sua primeira e segunda vinda; d) Eram o hinário de Israel para muitos rituais e cerimônias, tais como festividades religiosas, culto no templo e reuniões locais e nacionais” (Stanley Ellisen, Conheça Melhor o Antigo Testamento). Os salmos são classificados, segundo Leopold Sabourin, citado pelo livro de Ellisen, da seguinte maneira: a) Hinos de Louvor (31 salmos); b) Lamentos, expressões de confiança em Deus, ou ação de graças individuais (59 salmos); c) Lamentos, confiança ou ação de graças da comunidade (27 salmos); d) Salmos reais (10); e) Salmos de instrução ou didático (23 salmos). Outra divisão do livro de Salmos informa que o mesmo compõe-se de cinco livros. O primeiro livro corresponde aos salmos 1-41; o segundo aos salmos 42-72; o terceiro aos salmos 73-89; o quarto aos salmos 90-106; e o quinto aos salmos 107-150. Uma correlação interessante é feita por Ellisen entre o livro de Salmos e o Pentateuco, levando em consideração o tema de cada um dos cinco livros, senão vejamos: o livro 1 corresponde ao livro de Gênesis e o tema é “O homem justo e seus caminhos”; o livro 2 corresponde ao livro de Êxodo e o tema é “Ruína e redenção de Israel”; o livro de nº 3 corresponde ao livro de Levítico, e o tema é “Santuário e congregação de Israel”; o livro 4 corresponde ao livro de Números cujo tema é “Reincidência e restauração de Israel”; e o livro 5 corresponde a Deuteronômio cujo tema é “Palavra de Deus e louvor universal”. Um enfoque especial deve ser dado aos Salmos Messiânicos, pois os mesmos falam da pessoa, do caráter, das obras e das funções do Messias. Em relação à pessoa do Messias ele é retratado nesses salmos como homem (Sl 8.4,5), como Deus (Sl 45.6,11), como ser eterno (Sl 102.25-27) e como Filho de Deus (Sl 2.7,12). Em relação ao caráter do Messias esses salmos retratam-no como benévolo (Sl 72.4,12-14), justo (Sl 45.7) e santo (Sl 89.18). Quanto a sua obra esses salmos falam sobre obras na vida do Messias (Sl 40.6-8), na morte (Sl 22), na ressurreição (Sl 16.10), na ascensão (Sl 68.18), no julgamento (Sl 72.2-14; 86.13; 98.9) no domínio (Sl 72.8; 96.10; 103.19). Quanto às funções do Messias, os salmos messiânicos retratam-no como profeta (Sl 22.22; 40.9,10), sacerdote (Sl 110.4), juiz (Sl 72.2; 96.10-13) e rei (Sl 2.6; 89.27). Duas palavras usadas nos salmos precisam de uma explicação especial, que são: “Selá” e “Aleluia”. Quanto à palavra Selá os estudiosos não são unânimes, sendo a explicação de maior aceitação aquela que diz que “Selá” “pede uma pausa ou um interlúdio, ou para os instrumentos musicais ou para solene reflexão dos declamadores”. Quanto a “Aleluia” ela é traduzida em nossas Bíblias como “Louvai ao Senhor”, sendo essa palavra composta de duas palavras hebraicas “hallel” (louvar) e Yah (abreviatura de Yahweh, um dos nomes de Deus no Antigo Testamento). “Aleluia é uma aclamação empregada pela liturgia hebraica e retomada em todas as liturgias cristãs como expressão de alegria e de louvor”. No Novo Testamento essa palavra é empregada quatro vezes e só no livro de Apocalipse (Ap 19.1,3,4,6). Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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