domingo, 19 de julho de 2015

Uma panorâmica sobre Ageu

O profeta Ageu junto com Zacarias e Malaquias são os três profetas que ministraram em Israel após o retorno do povo de Deus do cativeiro babilônico. Só lembrando aos leitores que após o retorno do povo de Deus do cativeiro, que vieram em quatro levas de cativos, foram reconstruídos nesse período o templo por Zorobabel e a cidade por Neemias, e restaurado o culto por Esdras (Vejam os livros de Esdras e Neemias). A profecia de Ageu deu-se na época da reconstrução do templo e foi motivada pela oposição feita pelos samaritanos e o desânimo e o consequente descaso do povo de Deus que interrompera a reconstrução e priorizou as reconstruções particulares de suas casas. “No ano segundo do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel, príncipe de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo: Assim fala o Senhor dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser edificada. Veio, pois, a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?” Ag 1.1-4. O nome Ageu significa festivo ou minha festa, talvez por ter nascido num dia de festa. “Seu nome está ligado ao maior objetivo de sua profecia, que era completar o templo para reiniciar as festividades religiosas” de Israel especificadas na Lei. Esse profeta diz que as agruras que Israel enfrentava na época tinha uma causa específica que era as pessoas cuidarem mais do que é material do que o que era espiritual. “Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário recebe salário num saquitel furado” Ag 1.6. “Olhastes para muito, mas eis que alcançastes pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu lhe assoprei. Por quê? – disse o Senhor dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós corre à sua própria casa. Por isso, retêm os céus o seu orvalho, e a terra retêm os seus frutos. E fiz vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre o azeite, e sobre o que a terra produz, como também sobre os homens, e sobre os animais, e sobre todo o trabalho das mãos” Ag 1.9-11. As palavras proféticas de Ageu caíram num terreno propício, pois nos é dito que os líderes de Israel (Zorobabel e Josué) e o povo em geral levantaram-se e começaram e terminaram a obra de reconstrução do templo. No segundo capítulo do livro de Ageu, encontramos que a glória do segundo templo seria maior do que a do primeiro. “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos” Ag 1.9. Historicamente isto não se cumpriu, pois o templo reconstruído não se comparava com o construído por Salomão, devido o significado real da profecia ser que o segundo templo, a Igreja, habitação do Deus vivo, tem a sua glória maior do que a glória do templo terreno. “como não será de maior glória o ministério do Espírito? Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça... Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece” 2 Co 3.8-11. Deus declara ainda nesse livro que era o dono da prata e do ouro (Ag 2.8). Isto quer dizer que tudo a Deus pertence, inclusive as riquezas deste mundo. Devemos acreditar que Deus é o supridor das necessidades do seu povo, quer no âmbito espiritual quer no âmbito material. O livro termina com uma promessa de exaltação do líder Zorobabel, que tipifica a Cristo como edificador do templo espiritual, a Igreja. (Veja Mt 16.18; Ef 2.20-22). Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Nenhum comentário:

Simão, o mágico (At 8.9-13) No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde De...