sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Os pecados de Israel

     Deus, graciosamente, escolheu um povo em Abraão e deu a esse povo a grande revelação de que Ele era um Deus santo, puro e perfeito, e que para se conviver com Ele de forma harmoniosa o povo teria de viver em santidade de vida, e para isto deu-lhe  um código de ética sintetizado nos Dez Mandamentos.
   A aliança que Deus estabeleceu com Israel no Sinai foi quebrada, por parte do povo, em diversas ocasiões. Por misericórdia divina antes da punição maior estabelecida por Deus em sua aliança, que seria a expulsão do Seu povo da terra que Ele dera a Israel, Ele graciosamente levantou homens e mulheres, através do ministério profético,  para advertir a Israel no que se refere aos pecados cometidos pelo povo, especialmente pelos seus lideres.
   Os profetas de Israel dividem-se em profetas da palavra e profetas da escrita. Os profetas escritores foram aqueles que foram inspirados pelo Espirito Santo para produzir os dezessete livros que constam do Cânon Sagrado (Isaías a Malaquias). Esses profetas bem como os da palavra (Elias, Eliseu...) identificaram alguns pecados, que levariam Israel ao desterro bem como a destruição de Jerusalém e do templo do Senhor.
  Nesse artigo iremos identificar alguns desses pecados e comentá-los de forma sucinta.  Comecemos com a idolatria. A idolatria é a adoração de outro deus que não é o Deus dos Céus. Esse pecado fere o primeiro e o segundo mandamento do Decálogo “Não terás outros deuses diante de mim”. “Não farás para ti imagem de escultura”. O povo de Deus adorou aos deuses do Egito, aos deuses de Canaã e aos deuses das nações limítrofes a Israel (amonitas, moabitas e edomitas).
   Contextualizando esse pecado, ainda hoje muitos que professam a fé cristã colocam outros deuses em seus corações como, por exemplo, o dinheiro e o sexo.
   Outro    pecado   recriminado   pelos  profetas  foi  a imoralidade sexual, as relações sexuais fora do matrimônio, adultério, prostituição, etc. Esse pecado feria o sétimo mandamento que diz “Não adulterarás”. O sexo é uma benção de Deus para o ser humano. Foi o próprio Deus quem fez o ser humano com impulsos sexuais, mas Ele próprio estabeleceu uma instituição, que é o matrimonio, onde o sexo poderia ser usado com critério para a alegria dos cônjuges e para cumprir um propósito seu, a procriação.
     Ainda outro pecado que era praticado pelo povo de Deus, especialmente por aqueles que detinham o poder, foi a violência. Violência é tomar o que pertence aos outros contra a sua vontade, inclusive o bem maior do ser humano que é a vida. Esse pecado fere, dependendo do tipo de violência, a dois mandamentos: “Não matarás” e “Não furtarás”. Esse mesmo terrível pecado caracterizou a sociedade antediluviana, e que levou a sua destruição. A Bíblia diz que naquela época a terra encheu-se de violência. “A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência” Gn 6.11.
    Outro pecado combatido pelos profetas dizia respeito à questão cultual. O culto nas eras pré-patriarcal e patriarcal era realizado com a edificação de um altar de pedras rusticas, conforme especificado por Deus. A partir da construção do tabernáculo e, posteriormente, do templo o culto deveria ser realizado dentro dele.  Muitos israelitas traziam animais cegos, aleijados, sarnentos para oferecer ao Senhor, isto com a conivência dos sacerdotes que eram os responsáveis pelo altar. Além disso, os profetas reclamaram de que os ofertantes não misturaram os seus sacrifícios com a obediência aos mandamentos de Deus.   
     Cultuar a Deus é uma obrigação do ser humano e pelo descaso dessa obrigação o homem será julgado e punido no Julgamento Final. O culto que deve ser prestado a Deus não é do jeito como o homem quer que seja feito. O próprio Deus estabeleceu a essência e a forma do culto. No que se refere à essência o culto deve ser oferecido a Deus com intensidade de coração e quanto à forma Ele deve ser feito conforme especificado por Deus em sua Palavra.      
                          Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

Tempo de Reconstrução

“Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o Senhor”  Ag 1.8
   O Antigo Testamento está classificado em quatro grupos de livros: o Pentateuco, os livros históricos, os livros poéticos e os livros proféticos. Por sua vez os livros proféticos estão divididos em dois grupos: os profetas maiores (de Isaías a Daniel) e os profetas menores (de Oséias a Malaquias).  O livro de Ageu é o antepenúltimo livro do Antigo Testamento, ele, juntamente com Zacarias e Malaquias, são conhecidos como livros proféticos pós exilio, ou seja, aqueles profetas da antiga dispensação que profetizaram após o retorno dos israelitas do cativeiro babilônico.
   Para contextualizar a mensagem do profeta Ageu é preciso lembrar aos irmãos que, na época, o povo de Deus já tinha retornado, pelo menos uma parte dele, do cativeiro babilônico que durara setenta anos. Conforme o relato de Hanani, irmão de Neemias, o estado da cidade de Jerusalém era deplorável. A cidade fora destruída bem como o templo que Salomão construíra.
  Deus graciosamente levantara três homens para uma grande obra de reconstrução: Zorobabel (o templo), Neemias (a cidade) e Esdras (o culto).
  Zorobabel, autorizado por Ciro, conforme relato de Esdras, empreendeu o trabalho de reconstrução do templo: “Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra; e ele me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que é em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Deus com ele, e suba a Jerusalém, que é em Judá, e edifique a Casa do Senhor, Deus de Israel; ele é o Deus que habita em Jerusalém”.  Ed 1.2,3.
   Mas, o trabalho de reconstrução teve uma paralização de aproximadamente quatorze anos devido à oposição dos samaritanos, isto levou a um grupo de israelita dizer que ainda não chegara o tempo de reconstruir o templo, e outro grupo dizia que o templo que seria reconstruído não seria nem igual nem teria o esplendor do erigido por Salomão. “Assim fala o Senhor dos Exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo em que a Casa do Senhor deve ser edificada” Ag 1.2.  “Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? E como a vedes agora? Não é esta como nada em vossos olhos, comparada com aquela?” Ag 2.3.
   O profeta Ageu foi levantado por Deus para animar o povo a fazer a obra de reconstrução. “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai o vosso coração aos vossos caminhos. Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei e eu serei glorificado, diz o Senhor” Ag 1.7,8.
    Antes de animar o povo, o profeta revelou uma reprimenda do Senhor por causa do pecado de indiferença em fazer a obra que Deus tinha determinado que deveria ser feita. “Veio, pois, a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: É para vós tempo de habitardes nas vossas casas estucadas, e esta casa há de ficar deserta?” Ag 1.3,4.  Diz a Bíblia que o povo temeu e ouviu a voz de Deus e lançou-se a obra, concluindo-a.
    Contextualizando uma parte da mensagem do livro de Ageu para a Igreja da atualidade percebe-se que  o povo de Deus, geralmente, está imbuído do mesmo pensamento de que não é tempo de reconstrução do santuário de Deus, que é a vida do cristão. Uma grande quantidade de cristãos são crentes nominais, ou seja, não estão com a vida reconstruída, Jesus não é adorado, não é servido, nem é glorificado nelas.
     O santuário onde Deus hoje é adorado é a Igreja como organismo bem como os crentes individuais, pois nos é dito na Bíblia Sagrada que o interior do crente em Cristo é santuário de Deus. “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1 Co 3.16. 
     Exortamos aqueles irmãos que só tem os olhos voltados para as coisas deste mundo, que é tempo de reconstrução, de mudança de foco, pois o Reino de Deus é prioridade absoluta, não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
                            Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

PREGAÇÃO PASTOR EUDES - 03/08/14

A Oração do Pai Nosso (A glória de Deus)

“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém”.
   Neste boletim iremos refletir sobre a glória de Deus, pois na oração do Pai Nosso nos é ensinado que a Deus  pertence a glória para sempre.
    Segundo o dicionário de Aurélio glória significa fama obtida por ações extraordinárias, grandes serviços à humanidade, etc. Significa  ainda celebridade, renome, brilho, esplendor,  honra e homenagem.
    As Sagradas Escrituras nos apresentam Deus como um ser glorioso, que excede em glória a tudo e a todos. “Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, que só ele faz maravilhas. E bendito seja para sempre o seu nome glorioso; e encha-se toda a terra da sua glória! Amém e amém!” Sl 72.18,19. “Anunciai entre as nações a sua glória; entre todos os povos, as suas maravilhas. Porque grande é o Senhor e digno de louvor, mais tremendo do que todos os deuses” Sl 96.3,4.

   Deus é o único ser que tem glória por si mesmo e não depende de ninguém nem de nada para ser o que é de fato, o Deus glorioso. Tudo em Deus é absoluto, é perfeito, é pleno. Por exemplo: Deus é onipotente, tem todo o poder “Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o Senhor a Abrão e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-poderoso; anda em minha presença e sê perfeito” Gn 17.1; Ele é onisciente, tem todo o conhecido, sabe de tudo “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar” Hb 4.13; e é também onipresente, ou seja, está em todos os lugares do Seu domínio ao mesmo tempo “Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também; se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” Sl 139.7-10.
   A Bíblia ainda nos revela que Deus é o Criador de todas as coisas e essa criação glorifica o Seu grande e glorioso nome. “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Sem linguagem, sem fala, ouvem-se as suas vozes em toda a extensão da terra, e as suas palavras, até ao fim do mundo” Sl 19.1-4.
    Encontramos ainda em diversas partes da Bíblia Sagrada grandes manifestações de louvor e adoração a esse Deus glorioso, sempre em reconhecimento pelo que Ele é em si mesmo e pelo que Ele fez. “E ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o trono e ao Cordeiro sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” Ap 5.13. “E olhei e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos seres viventes, e dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões e milhares de milhares, que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças” Ap 5.11,12.
    Pelo fato de que a Deus é devida toda a glória, conforme um dos salmos, que diz: “Dai ao Senhor, ó famílias dos povos, dai ao Senhor glória e força. Dai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei oferendas e entrai nos seus átrios. Adorai ao Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele todos os moradores da terra” Sl 96.7-9, devemos como seres humanos e, principalmente, por sermos redimidos  tributar a Santíssima Trindade toda a glória, tanto com os nossos lábios, mas principalmente com um viver que agrade a Deus, a fim de que as pessoas que não O conhecem glorifiquem ao Senhor pelo que veem em nós. (Mt 5.16).       
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti   

sexta-feira, 25 de julho de 2014

A Oração do Pai Nosso (O Poder de Deus)

“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém”.
   Depois de refletirmos sobre os temas da oração do Pai Nosso, iremos refletir sobre as razões apresentadas por nosso Senhor Jesus Cristo porque deveríamos fazer aquelas petições a Deus. A primeira razão é porque Deus é soberano e reina sobre todo o universo (porque teu é o reino). A segunda razão apresentada por Jesus é que Deus é Todo Poderoso (pois teu é o poder) e a terceira razão é porque a Deus pertence toda a glória (pois tua é a gloria).
    Como já refletirmos sobre o reino de Deus quando dissertamos sobre o tema “Venha a nós o teu Reino”, iremos, neste artigo, dissertar sobre o poder de Deus e no próximo sobre a glória de Deus.

   No livro de Gênesis, quando Deus se revelou a Abraão Ele o fez como o Deus Onipotente, ou seja, aquele que tem todo o poder. “Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos apareceu o Senhor a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença e sê perfeito” Gn 17.1. Quando Deus afunilou a promessa de conceder uma grande descendência a Abraão sendo ele e sua esposa Sara  idosos, e Sara também estéril, ela no seu íntimo pontuou algumas impossibilidades, o que fez Deus lhe revelar algo mais de Sua onipotência: “haveria coisa alguma difícil para o Senhor?...” (Gn 18.9-14). Em diversos outros textos bíblicos encontramos, tanto no A.T. como no N.T., esse precioso ensino sobre a onipotência de Deus (Ex 6.3; Rt 1.20; Jó 5.17; Mt 26.64; Mc 14.62; Ap 1.8;...).
     A palavra onipotência é composta de duas palavras latinas omni (todo) e potentia (poder) e significa todo o podertoda a autoridade, capacidade de fazer tudo. Esse atributo de Deus quer dizer que Ele é Todo Poderoso, tem todo o poder, capaz de fazer tudo o que lhe apraz. As Escrituras nos revelam essa grande verdade, que Deus é Todo Poderoso, creditando-Lhe a criação de todas as coisas a partir do nada. “No principio criou Deus o céu a e terra”.
     Ao Senhor Jesus Cristo, como eterno Filho de Deus, a segunda pessoa da Santíssima  Trindade, é conferido também esse atributo, pois assim encontramos nas Escrituras: “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra” Mt 28.18.  No livro de Apocalipse encontramos outra Escritura que fala sobre o assunto: “Eu sou o alfa e o Ômega, o principio e o fim, diz o Senhor, que é, que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso” Ap 1.8.
  Esse atributo de Deus traz para a vida do Seu povo, a Igreja, diversas implicações, tais como: Deus salva da perdição eterna através de Jesus os crentes, removendo-lhe a culpa do pecado (Ef 1.7); Deus ressuscitará os mortos, dando aos crentes em Cristo um corpo glorificado e aos não crentes corpos especiais para suportarem a eternidade (1 Co 15.51-54; Jo 5.28,29); Deus fez, faz e fará maravilhas em favor de Seu povo (Gl 3.5); Deus criará no devido tempo novos céus e nova terra (2 Pe 3.12,13);  Deus abre caminho onde não há caminho (Ex 14.21); Deus dá a vida e a tira quando achar conveniente (1 Sm 2.6); Deus dará curso ao Seu programa eterno em todas as suas etapas e ninguém pode impedir que isso aconteça (Is 34.16); enfim, Deus é capaz de tudo.
    No que se refere ao Pai Nosso naquelas petições que fazemos sobre “o pão nosso de cada dia dá-nos hoje”, sobre a proteção quanto ao não nos deixar cair na tentação bem como ao  livramento do mal, Deus em Cristo nos concederá isso, pois a Ele pertence todo o poder, “pois teu é o poder”.
    Assim sendo, curvemo-nos diante desse Poderoso Deus, confiemos nEle e O sirvamos de todo o coração.               
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

sexta-feira, 18 de julho de 2014

A Oração do Pai Nosso (O Livramento de Deus)

“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém”.
   Depois da reflexão sobre a proteção de Deus na oração do Pai Nosso, iremos refletir um pouco sobre o livramento de Deus, “mas livra-nos do mal”.
    Quando se fala sobre livramento temos que pensar logo de imediato na questão do grande livramento que Deus nos deu, através de nosso Senhor Jesus Cristo, no tocante à perdição eterna. Jesus com o seu sacrifício expiatório livrou os crentes nele da perdição eterna que pesava sobre eles por causa dos seus pecados. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” Jo 3.16-18.
    Deve-se pensar também no livramento dado por Deus libertando o crente do domínio do reino das trevas transportando-o para o reino da luz. “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” Cl 1.13,14.

    É sabido pela Bíblia que cair na tentação é ser laçado pelo inimigo de nossas almas, o tentador. Observe que na oração do Pai Nosso o livramento que devemos pedir a Deus refere-se às armadilhas que o diabo coloca constantemente diante do povo de Deus. Paulo disse escrevendo aos Efésios, o seguinte: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo” Ef 6.11.
    A vida cristã é uma vida de lutas e dificuldades. O Senhor Jesus não enganou a ninguém sobre as dificuldades do discipulado. “Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo” Jo 16.33.  O salmista já tinha dito: “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor o livra de todas” Sl 34.19.
    Deus é conhecido na bíblia como o Deus libertador. Grandes foram as intervenções do Senhor, livrando o Seu povo de perigos iminentes. Vejamos o caso de Daniel, por exemplo: Daniel era um servo fiel do Senhor. Estava a serviço do Deus de Israel na Babilônia para onde fora levado cativo. Deus graciosamente o elevou a príncipe naquele país estrangeiro. Por inveja, alguns líderes persas denunciaram Daniel ao rei Dario que governava a Pérsia na época. Daniel foi lançado na cova de ferozes  e famintos leões. Deus, graciosamente, numa ação libertadora, fechou a boca dos leões e Daniel saiu ileso, o que não aconteceu com os invejosos que armaram contra o servo do Senhor. Quando o rei Dario foi à cova dos leões, pesaroso perguntou: “... Daniel, servo do Deus vivo! Dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?” Dn 6.19,20. Daniel lhe respondeu: “... Ó rei, vive para sempre! O meu Deus enviou o seu anjo e fechou a boca dos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; e também contra ti, ó rei, não tenho cometido delito algum” Dn 6.21,22.
    Irmãos amados, confiemos em Deus que ele nos livrará de todo e qualquer mal, pois Jesus nos ensinou que devemos pedir o livramento que só Deus pode dá. “Pai nosso... não nos deixes cair na tentação, mas livra-nos do mal”. Quando orarmos ao Senhor de coração com esse pedido fiquemos certos de que Deus nos livrará de todo e qualquer mal.
 “Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu; e o salvou de todas as suas angústias. O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” Sl 34.6,7.             
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Os 10 Princípios Básicos da interpretação da Bíblica

Eis aqui os dez princípios que devem ser seguidos por quem deseja interpretar corretamente a Bíblia:


1° - denomina-se princípio da unidade escriturística. Sob a inspiração divina a Bíblia ensina apenas uma teologia. Não pode haver diferença doutrinária entre um livro e outro da Bíblia.

2° - Deixe a Bíblia interpretar a própria Bíblia. Este princípio vem da Reforma Protestante.

3° - Jamais esquecer a Regra Áurea da Interpretação, chamada por Orígenes de Analogia da Fé. O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras e nunca através de textos isolados.

4° - Sempre ter em vista o contexto. Ler o que está antes e o que vem depois para concluir aquilo que o autor tinha em mente.

5° - Primeiro procura-se o sentido literal, a menos que as evidências demonstrem que este é figurado.

6° - Ler o texto em todas as traduções possíveis - antigas e modernas.
Muitas vezes uma destas traduções nos traz luz sobre o que o autor queria dizer.

7° - Apenas um sentido deve ser procurado em cada texto.

8° - O trabalho de interpretação é científico, por isso deve ser feito com isenção de ânimo e desprendido de qualquer preconceito. (o que poderíamos chamar de "achismos").

9° - Aprender a ler cuidadosamente o texto e fazer algumas perguntas relacionadas com a passagem para chegar a conclusões circunstanciais. Por exemplo:

a) - Quem escreveu?

b) - Qual o tempo e o lugar em que escreveu?

c) - Por que escreveu?

d) - A quem se dirigia o escritor?

e) - O que o autor queria dizer

10° - Feita a exegese, se o resultado obtido contrariar os princípios fundamentais da Bíblia, ele deve ser colocado de lado e o trabalho exegético recomeçado novamente.



Nota
Definição de Exegese: Guiar para fora dos pensamentos que o escritor tinha quando escreveu um dado documento, isto é, literalmente significa "tirar de dentro para fora", interpretar.

No Amor de Cristo, Jesus


Equipe /
Universidade da Bíblia ®

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A Oração do Pai Nosso (A Proteção de Deus)

“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém”.
   A Bíblia Sagrada nos apresenta os três grandes inimigos do ser humano: o diabo, o mundo e a carne (natureza pecaminosa). Esses três adversários de nossas almas são os grandes tentadores, especialmente o diabo, que a Bíblia claramente o identifica como tal. “E logo o Espírito o impeliu para o deserto. E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás... “ Mc 1.12,13. (Veja ainda  1 Co 7.5).
     O Diabo, o tentador, usa o mundo para tentar as pessoas a pecarem contra Deus, especialmente aos cristãos. Ele também aproveita as fraquezas da natureza humana, para levar as pessoas a transgredirem a lei divina. Paulo, apóstolo de Jesus, disse que a nossa luta não é contra a carne e o sangue e sim contra o diabo e seus anjos. “porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” Ef 6.12.
       Tiago, o irmão do Senhor, em sua carta orienta aos crentes a não amarem as coisas do mundo, pois isso se constitui inimizade contra Deus. “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” Tg 4.4.

     Ainda Tiago diz que a tentação é consequência dos apetites da nossa natureza decaída. “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” Tg 1.13-15.      
Conforme o texto de Tiago acima, cair na tentação é cometer pecado contra Deus. É transgredir os seus santos mandamentos. É afrontar a Deus. 
      Tentar, no contexto da oração do Pai Nosso, significa por a prova, experimentar. Tentar não são  só aquelas sugestões que nos levam a pecar, mas também certas provas que passamos na vida. Por exemplo: a pessoa adoece ou ter uma perda significa e a tentação que elas podem enfrentar é desacreditar de Deus, querer culpar a Deus pelas desventuras, murmurar, maldizer, blasfemar, etc.
     Na oração do Pai Nosso, o Senhor Jesus nos ensina que devemos pedir a Deus que não nos deixe cair na tentação, pois cair na tentação é pecar contra o Deus Santo, e isso nos separa Dele.
       A Bíblia nos apresenta Deus como o protetor do seu povo, o escudo, a fortaleza, a cidade forte, rochedo, esconderijo, etc. “Tu és o meu refúgio e o meu escudo; espero na tua palavra” Sl 119.114.
      Deus é soberano e dispõe todas as coisas para a vida dos seus filhos, inclusive o controle sobre as tentações. Veja o que o apóstolo Paulo disse: “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suporta” 1 Co 10.13.  
        O patriarca Jó enfrentou uma terrível tentação quando perdeu dez filhos de uma vez, seus bens e sua saúde. A sua mulher não aguentou a prova e maldisse a Deus no seu coração, inclusive sugerindo que Jó amaldiçoasse a Deus e se suicidasse. Diz o texto que apesar disso tudo, Jó não sucumbiu à tentação, mas se manteve fiel ao seu Deus. “e disse:...; o Senhor o deu, e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor. Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma” Jó 1.21,22.
      Irmãos, todos nós somos passiveis de sofrer a tentação, mas Deus protege o seu povo. Portanto, confiemos nele.  
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A Oração do Pai Nosso (O Perdão de Deus)

“Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém”.
    O ser humano criado por Deus puro e perfeito, devido ao pecado de origem, tronou-se por natureza pecador.
    A Bíblia nos revela que todo e qualquer pecado é uma ofensa e uma afronta à santidade de Deus e por isso exige-se uma reparação, constituindo-se assim o pecado uma divida para com o Criador. Lembremo-nos de que Deus tem direito sobre todos os seres humanos porque todos foram criados por Ele. “Pois possuíste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha mãe. Eu te louvarei, porque de um modo terrível e tão maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem...” Sl 139.13-16. “Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” Sl 24.1.
    É sabido pelas Sagradas Escrituras que Deus, graciosamente, ofereceu o Seu próprio Filho Jesus Cristo em sacrifício pelos pecados do homem na cruz do Calvário, conforme profecia de Isaías confirmada pelo apóstolo Pedro.  “Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” Is 53.6. “levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados” 1 Pe 2.24.

     As pessoas que, pela graça divina, creem em Jesus Cristo, têm os seus pecados perdoados, através dos méritos do Salvador. “E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.” Cl 2.13,14. “A este dão testemunho todos os profetas, de que todos os que nele creem receberão o perdão dos pecados pelo seu nome” At 10.43.
      Encontramos ainda na Bíblia Sagrada um mandamento divino que nos ordena a perdoar aos nossos ofensores. “suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também” Cl 3.13.
      Na oração do Pai Nosso o Senhor Jesus nos ensinou que devemos nos lembrar de que Deus é quem perdoa os nossos pecados. Lembra-nos ainda o Senhor, que devemos também perdoar aos nossos ofensores, porque se não fizermos isso os nossos pecados são retidos e sofreremos as consequências dos mesmos aqui neste mundo.
     Por causa da nossa natureza pecaminosa, sabemos que não é fácil perdoar aqueles que nos prejudicaram, mas se faz necessário sob pena de não termos perdão pelos pecados que cometemos ao longo da vida cristã. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” Lc 6.14,15. O Senhor Jesus contou uma parábola para exemplificar a questão do perdão que devemos dispensar, que foi a parábola do credor incompassivo, que perdoado de sua altíssima dívida  não quis perdoar a quem lhe devia uma quantia muito menor. (Veja Mt 18.23-35).
     Quando nós oramos perdoa-nos as dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores, estamos dizendo a Deus que o nosso coração obediente ao mandamento divino tem perdoado aquelas pessoas que nos fizeram mal.
     Irmãos, perdoar é divino e deve se tornar também humano. O perdão traz cura da alma. Faz mais bem a nós do que aqueles que perdoamos, além de restaurar relacionamentos. Pense nisso! 
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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