sábado, 8 de novembro de 2014

Uma panorâmica sobre Êxodo


      O Livro de Êxodo segue naturalmente ao livro de Gênesis não só na sequência dos livros da Bíblia, mas também por causa do assunto dos últimos capítulos daquele livro.
     Como foi dito acima, para se ter uma compreensão  melhor do Êxodo faz-se necessário que nos reportemos ao último capítulo de Gênesis onde encontramos a família de Jacó estabelecida na planície de Gosen, estuário do rio Nilo, no Egito. Ali o povo sob a benção de Deus cresceu de uma maneira extraordinária (Gn 47.27), pois se estima que por ocasião do Êxodo houvesse umas 2.500.000 pessoas. 
      Com esse crescimento vertiginoso, cresceu também a preocupação do faraó vigente, e a partir dai começou uma opressão muito grande contra o povo de Deus, fazendo com que ele clamasse ao Deus Altíssimo. Deus graciosamente ouviu o clamor do povo e lhe levantou um libertador na pessoa de Moisés. Moisés escapara miraculosamente da sentença de morte vigente no Egito, na época, sobre as crianças judias de sexo masculino.
     Esse levita, filho de Anrão e Joquebede, teve que fugir do Egito aos quarenta anos porque matara um egípcio que espancava um judeu. No deserto de Midiã Moisés se casou com Zípora filha de Jetro. No deserto como pastor de ovelhas Moises passou quarenta anos. Aos oitenta anos teve a famosa visão de Deus na sarça ardente, quando foi convocado pelo Senhor para tirar o Seu povo do Egito.
     A libertação de Israel da escravidão egípcia deu-se através de tremendo juízo de Deus sobre aquele povo, através das dez pragas. Por ocasião da última praga, a morte dos primogênitos, o povo de Israel saiu do Egito, após celebrar a páscoa, que por sinal foi a primeira delas.
     Quando Israel saiu do Egito, o primeiro obstáculo foi o Mar Vermelho que Deus, com o seu poder, dividiu em dois para que Israel passasse por ele a pé enxuto. Depois o povo enfrentou outro grande obstáculo, que foi o primeiro confronto militar, no caso contra os amalequitas.
     Na jornada para o monte Sinai o povo de Deus enfrentou diversos problemas, tais como a falta de alimento e de água, que Deus supriu miraculosamente.
   Ao chegar à planície do Sinai, o povo de Deus se aquartelou enquanto Moisés foi convocado por Deus para subir ao monte onde lhe foi entregue as tábuas da Lei, os Dez Mandamentos. Pelo fato de Moisés ter demorado quarenta dias, o povo de Israel obrigou a Arão, o irmão de Moisés, a fazer um bezerro de Deus. Quando Moisés desceu do Sinai o povo desenfreado estava cultuando o bezerro de ouro. Moisés irado quebrou as tábuas da Lei, o que o obrigou a subir novamente ao Sinai e lá Deus escreveu de novo o Decálogo.
    Ainda no Sinai, segundo Êxodo, aconteceram alguns eventos importantíssimos na vida de Israel, quais sejam: a construção do santuário móvel e a instituição do sacerdócio. O santuário construído por Moisés tinha três partes distintas, a saber: o átrio, o lugar santo e o lugar Santo dos santos. No primeiro ficavam duas peças sagradas: o altar dos holocaustos e a pia de lavar. No lugar santo ficavam três peças: o candelabro de ouro, a mesa com os pães da proposição e o altar do incenso. No Santo dos santos ficava somente a arca da aliança que tinha uma tampa de ouro maciço com a figura de dois querubins, um olhando para o outro. Naquele local só poderia entrar o sumo sacerdote uma vez por ano para fazer expiação pela nação de Israel.
    Outra instituição importante para a vida do povo de Deus foi o sacerdócio arônico, instituído também ali na planície do Sinai. Deus escolhera Arão e seus quatro filhos para oficiar no tabernáculo e deu a sua descendência esse privilégio (Ex 28.1; Hb 5.4).  Com a organização do exército, o que ocorreu no primeiro censo, objeto do livro de Números, o povo de Deus poderia ser chamado, a partir de então, de uma nação, um reino de sacerdotes, um povo santo (Ex 19.6).
     Tudo o que aconteceu no Sinai, a entrega da Lei, a construção do tabernáculo, a instituição do sacerdócio e o primeiro censo, seguiram a uma ordem divina.
     O livro de Êxodo termina com a consagração do  templo móvel e a descida da glória de Deus sobre ele, enchendo aquele santuário. Daí por diante a presença de Deus estava sobre os querubins da arca da aliança, e que acompanharia Israel em suas jornadas para a terra da promessa, Canaã.         
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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