O Livro
de Êxodo segue naturalmente ao livro de Gênesis não só na sequência dos livros
da Bíblia, mas também por causa do assunto dos últimos capítulos daquele livro.
Como foi dito acima, para se ter uma compreensão
melhor do Êxodo faz-se necessário que
nos reportemos ao último capítulo de Gênesis onde encontramos a família de Jacó
estabelecida na planície de Gosen, estuário do rio Nilo, no Egito. Ali o povo
sob a benção de Deus cresceu de uma maneira extraordinária (Gn 47.27), pois se
estima que por ocasião do Êxodo houvesse umas 2.500.000 pessoas.
Com esse crescimento vertiginoso, cresceu
também a preocupação do faraó vigente, e a partir dai começou uma opressão
muito grande contra o povo de Deus, fazendo com que ele clamasse ao Deus
Altíssimo. Deus graciosamente ouviu o clamor do povo e lhe levantou um
libertador na pessoa de Moisés. Moisés escapara miraculosamente da sentença de
morte vigente no Egito, na época, sobre as crianças judias de sexo masculino.
Esse levita, filho de Anrão e Joquebede,
teve que fugir do Egito aos quarenta anos porque matara um egípcio que
espancava um judeu. No deserto de Midiã Moisés se casou com Zípora filha de
Jetro. No deserto como pastor de ovelhas Moises passou quarenta anos. Aos
oitenta anos teve a famosa visão de Deus na sarça ardente, quando foi convocado
pelo Senhor para tirar o Seu povo do Egito.
A libertação de Israel da escravidão
egípcia deu-se através de tremendo juízo de Deus sobre aquele povo, através das
dez pragas. Por ocasião da última praga, a morte dos primogênitos, o povo de
Israel saiu do Egito, após celebrar a páscoa, que por sinal foi a primeira
delas.
Quando Israel saiu do Egito, o primeiro
obstáculo foi o Mar Vermelho que Deus, com o seu poder, dividiu em dois para
que Israel passasse por ele a pé enxuto. Depois o povo enfrentou outro grande
obstáculo, que foi o primeiro confronto militar, no caso contra os amalequitas.
Na jornada para o monte Sinai o povo de
Deus
Ao chegar à
planície do Sinai, o povo de Deus se aquartelou enquanto Moisés foi convocado
por Deus para subir ao monte onde lhe foi entregue as tábuas da Lei, os Dez Mandamentos.
Pelo fato de Moisés ter demorado quarenta dias, o povo de Israel obrigou a Arão,
o irmão de Moisés, a fazer um bezerro de Deus. Quando Moisés desceu do Sinai o
povo desenfreado estava cultuando o bezerro de ouro. Moisés irado quebrou as tábuas
da Lei, o que o obrigou a subir novamente ao Sinai e lá Deus escreveu de novo o
Decálogo.
Ainda no
Sinai, segundo Êxodo, aconteceram alguns eventos importantíssimos na vida de
Israel, quais sejam: a construção do santuário móvel e a instituição do
sacerdócio. O santuário construído por Moisés tinha três partes distintas, a
saber: o átrio, o lugar santo e o lugar Santo dos santos. No primeiro ficavam
duas peças sagradas: o altar dos holocaustos e a pia de lavar. No lugar santo
ficavam três peças: o candelabro de ouro, a mesa com os pães da proposição e o
altar do incenso. No Santo dos santos ficava somente a arca da aliança que tinha
uma tampa de ouro maciço com a figura de dois querubins, um olhando para o
outro. Naquele local só poderia entrar o sumo sacerdote uma vez por ano para
fazer expiação pela nação de Israel.
Outra
instituição importante para a vida do povo de Deus foi o sacerdócio arônico,
instituído também ali na planície do Sinai. Deus escolhera Arão e seus quatro
filhos para oficiar no tabernáculo e deu a sua descendência esse privilégio (Ex
28.1; Hb 5.4). Com a organização do exército,
o que ocorreu no primeiro censo, objeto do livro de Números, o povo de Deus
poderia ser chamado, a partir de então, de uma nação, um reino de sacerdotes,
um povo santo (Ex 19.6).
Tudo o
que aconteceu no Sinai, a entrega da Lei, a construção do tabernáculo, a
instituição do sacerdócio e o primeiro censo, seguiram a uma ordem divina.
O livro
de Êxodo termina com a consagração do templo móvel e a descida da glória de Deus
sobre ele, enchendo aquele santuário. Daí por diante a presença de Deus estava
sobre os querubins da arca da aliança, e que acompanharia Israel em suas
jornadas para a terra da promessa, Canaã.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
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