sábado, 15 de novembro de 2014

Uma panorâmica sobre Levítico

O título do livro de Levítico refere-se às instruções dadas por Deus para o ministério levítico no santuário. No livro de Êxodo encontramos, dentre outras coisas, como vimos no boletim passado, a entrega da Lei à Israel, a instituição do sacerdócio e a construção do santuário móvel, o tabernáculo. No livro de Levítico encontramos as instruções dadas por Deus para o ministério sacerdotal, como deveria funcionar a religião que agradasse a Deus, especialmente em relação ao culto dentro do santuário. Esse livro divide-se em duas partes distintas e também interligadas entre si, quais sejam: a primeira parte (1-16) trata das instruções como o povo de Israel deveria se aproximar de Deus, através dos diversos sacrifícios e festividades, chamado de Código Levítico, e a outra parte (17-25) trata das diversas instruções para um relacionamento sadio entre o povo e Deus e entre o próprio povo de Deus, chamado de Código de Santidade. A chave para a compressão do livro de Levítico é a santidade. Deus habitava no meio do povo de Israel, cumprindo a sua parte da aliança que fizera com Israel. Segundo revelado na Bíblia esse Deus santo, perfeito habitava no meio do Seu povo. Para se aproximar desse Deus glorioso nos encontros no santuário, Deus definira certos critérios que deveriam ser seguido à risca. Dois filhos de Arão, Nadabe e Abiú, foram fulminados dentro do santuário por terem oferecido fogo estranho no altar do incenso (usaram ingredientes na composição do incenso diferentes daqueles estipulados por Deus). (Veja Levítico 10.1-11). A lição que se extrai desse triste episódio é que o culto a Deus deve ser feito conforme estipulado por Ele em sua Palavra e não conforme a imaginação humana. As diversas classes de ofertas estipuladas pelo Senhor visavam uma purificação do povo de Deus para uma convivência sadia entre Ele e o Seu povo. Levítico fala sobre as ofertas queimadas (holocaustos), ofertas de cereais e ofertas de paz (ofertas de adoração – Lv 1-3); oferta pelo pecado e oferta pela culpa (ofertas de restauração – Lv 4-7), duas aves e a novilha vermelha (ofertas cerimoniais de purificação – Lv 14). Todas essas ofertas eram oferecidas a Deus no tabernáculo e intermediadas pelos sacerdotes do Senhor. O livro de Levítico fala ainda sobre as diversas festividades que deveriam ser observadas por Israel. Essas festividades eram encontros proporcionados por Deus com os seguintes objetivos: Politico – manter a nação unida por meio de convocações regulares; Social – Renovar amizades nas festas da colheita; religioso – Adorar a Deus e lembrar o relacionamento com ele baseado na aliança. Essas festas eram: a festa da Páscoa e a dos Pães Asmos realizadas na mesma semana (a festa da Páscoa era realizada no primeiro dia da festa dos Pães Asmos); a festa de Pentecostes; a Festa das Trombetas; o Dia da Expiação; e a festa dos Tabernáculos. Quanto ao Dia da Expiação, dois bodes eram oferecidos a Deus sendo um sacrificado e o outro solto no deserto depois de receber a transferência dos pecados do povo. No Dia da Expiação, o Sumo Sacerdote entrava no lugar Santo dos santos do tabernáculo com o sangue do bode sacrificado que era aspergido sobre a arca da aliança, para expiar os pecados da nação. Com o livro de Levítico o culto, em suas diversas nuances, é organizado. É definida também a responsabilidade dos oficiantes dentro do santuário, cabendo isso somente os sacerdotes da casa de Arão. Quanto a Cristologia esse livro é riquíssimo em figuras e tipos de Cristo: Arão tipificava a Cristo como Sumo Sacerdote da nova ordem. O cordeiro da Páscoa simbolizava Cristo como o Cordeiro de Deus que seria imolado na cruz. As ofertas queimadas simbolizavam a consagração do corpo de Cristo a Deus. A oferta de paz simbolizava a Jesus como o Príncipe da Paz. A oferta pelo pecado simbolizava a provisão continua de Cristo para o pecado confessado. A oferta pela culpa simbolizada a oferta de Cristo a Deus como compensação pelos danos do pecado. As ofertas das duas aves e da novilha vermelha simbolizavam a purificação proporcionada por Cristo por contaminações diversas. (Alguns dados foram colhidos e adaptados do livro Conheça Melhor o Antigo Testamento, de Stanley Ellisen). Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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