terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Uma panorâmica sobre Juízes

Depois da conquista da terra da promessa estabeleceu-se um período de trezentos anos, considerando algumas judicaturas simultâneas, em que cada tribo governava-se a si mesma, pois o povo de Deus não tinha uma liderança nacional, tendo em vista Josué ter falecido e não ter deixado sucessor nem orientado nessa direção. No inicio da época contemplada pelo livro de Juízes as coisas iam bem (Jz 1.7), mas depois se complicaram, pois nos é dito nesse livro que toda aquela geração de conquistadores falecera e surgira outra geração que não conhecia ao Senhor nem os seus feitos. “O foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e após ela levantou-se outra geração que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel“ Jz 2.10. Esse desconhecimento do povo em relação a Deus e aos seus feitos levou-o a fazer aquilo que era mau aos olhos do Senhor. Por causa disso Deus entregava o povo nas mãos de opressores. Quando o povo se arrependia e clamava ao Senhor, Deus levantava juízes para libertar Israel da opressão e julgar o povo durante o tempo de vida do juiz. É por isso que podemos resumir aquele período em quatro palavras: pecado, opressão, arrependimento e libertação. Foram treze juízes considerando a judicatura em conjunto de Baraque e Débora e a do profeta Samuel que foi o último dos juízes. Dentre os juízes encontramos aqueles que exerceram judicatura plena (libertar e julgar) e aqueles que apenas julgavam o povo em época de paz. Os seus nomes foram, pela ordem: Eúde, Sangar, Debora/Baraque, Gideão, Tola Jair, Jefté, Ibsã, Elom, Abdom e Sansão. As informações sobre Samuel, o último juiz, que exerceu um tríplice ministério (juiz, profeta e sacerdote) encontram-se no livro de 1 Samuel. Os juízes que judicaram em época de paz, foram: Tola, Jair, Ibsã, Elom e Abdom. Os outros foram usados por Deus para libertar o Seu povo da opressão de povos vizinhos. Os juízes mais famosos, excluindo Samuel, foram Gideão, Jefté e Sansão. Gideão ficou famoso por ter sido usado por Deus para libertar o povo da opressão de sete anos pelos midianitas. Com trezentos guerreiros Gideão venceu um exército poderoso. Outro juiz famoso foi Jefté, filho de uma concubina de seu pai, que libertou Israel da opressão dos amonitas. Ele ficou famoso também porque fez um voto a Deus de que se ajudado na batalha, quando voltasse para casa, ofereceria em holocausto o primeiro ser vivo que aparecesse na porta de sua casa, saindo sua filha única. O voto irrefletido causou muitas angústias aquele homem que fora usado por Deus numa obra de libertação. Talvez o mais famoso dos juízes tenha sido Sansão, notável pela sua força física, incapaz de ser vencido por quem quer que fosse. Com uma queixada de jumento ele destruiu o exército filisteu. Sansão tinha lá as suas fraquezas especialmente mulheres tendo uma delas, Dalila, traído o famoso juiz, traição essa que lhe custou à perda dos dois olhos e a morte prematura. “Então os filisteus pegaram nele, arrancaram-lhe os olhos e, tendo-o levado a Gaza, amarraram-no com duas cadeias de bronze;...” Jz 16.21. (Veja ainda Jz 16.26-31 que trata da morte de Sansão). Uma mulher, Débora, também foi usada por Deus como juíza na época. Essa poderosa mulher levantou-se em Israel para libertar o povo de Deus da opressão dos cananeus. Ela movida pelo Espirito Santo convocou Baraque para comandar o exército do Senhor, e grande foi a vitória dada por Deus. Depois da vitória Débora fez um cântico exaltando ao Deus de Israel que dera vitória ao seu povo. (Jz 5.1-31). Um triste episódio relatado no livro foi o de Abimeleque, filho de Gideão, que quis levantar-se a si mesmo como rei sobre o povo de Deus. Traiçoeiramente matou os seus setenta irmãos por parte de pai e foi aclamado rei pelos habitantes de Siquém e de Bete-Milo. Diz-nos Juízes que uma mulher lançou da muralha da torre que estava sitiada uma mó de moinho que rachou a cabeça de Abimeleque, ferindo-o mortalmente. Outro triste episódio foi o abuso sexual da mulher de um levita pelos habitantes de Gibeá levando-a a morte, com a conivência dos lideres daquela cidade, e que ocasionou uma guerra fraticida onde a tribo de Benjamim quase foi extinta. Pr. Eudes Lopes Cavalcanti

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