sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A Obra de Beneficência da Igreja


O Senhor determinou que a sua Igreja exercesse um poderoso ministério nas áreas de adoração (cultos a Deus), de edificação espiritual dos seus membros e congregados, de proclamação do Evangelho e da Beneficência (socorro aos santos necessitados).
A nossa Igreja entendendo que é a vontade de Deus trabalhar forte também na área da beneficência definiu, em sua programação anual, o Dia da Beneficência que estamos comemorando hoje com uma programação especial.
Tratando-se da beneficência como ministério da Igreja é conveniente fazer neste boletim um embasamento bíblico teológico para que os irmãos entendam bem o assunto. Primeiramente trataremos da pobreza. A pobreza ou a escassez de bens para a manutenção do ser humano é em suma fruto do pecado do homem. Não estamos nos referindo aos pecados individuais das pessoas e sim ao pecado de origem cometido por nossos primeiros pais (Adão e Eva), pois esse pecado atingiu também a natureza. É verdade que em certas ocasiões a pobreza é fruto do pecado individual, mas, não podemos generalizar por se tratar de um assunto complexo. Em qualquer circunstância não devemos, como Igreja, julgar quem quer que seja pelo fato de estar enfrentando dificuldade nessa área, e sim socorrê-la quando a necessidade estiver instalada.
Nós sabemos pela Bíblia que a provisão para a manutenção do ser homem vem de Deus. Tudo o que o homem precisa para viver na terra foi proporcionado por Deus. Ele é o grande provedor das necessidades do homem. “O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará”.
A existência do pobre no mundo é uma oportunidade que Deus dá a quem Ele deu abundância de recursos para exercer o ministério da misericórdia, que tanto agrada ao Senhor. O Senhor Jesus disse que os pobres sempre os teríamos conosco e quando quiséssemos poderíamos fazer-lhes bem (Marcos 14.7).
A ordem expressa de Deus é que façamos o bem a todos especialmente aos irmãos na fé (Gálatas 6.10). O Senhor foi mais explicito na ordem quando disse: “Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade” Romanos 12.13. Diz ainda as Sagradas Escrituras sobre o assunto: “E não vos esqueçais da beneficência e da comunicação, porque com tais sacrifícios, Deus se agrada”. Hebreus 13.16.
Quando os dois gigantes da fé Pedro e Paulo se encontraram depois de alguns anos ministrando separadamente o evangelho, o primeiro aos judeus e o segundo aos gentios, Pedro recomendou a Paulo que não esquecesse a ajuda aos irmãos carentes da Igreja. “Recomendando-nos somente que nos lembrássemos dos pobres, o que também procurei fazer com diligência”. Gálatas 2.10. Podemos observar que Paulo em suas cartas enfatizou bem essa área ministerial da Igreja além dos textos citados acima em Romanos e Gálatas (Veja 1 Coríntios 16.1-44 e 2 Coríntios capítulos 8 e 9).
Essa preocupação com os pobres do povo de Deus principalmente, já era uma prática no viver dos israelitas. A caridade era enfatizada e Deus se agradava disso a ponto de Salomão dizer que quem dá aos pobres empresta a Deus (Provérbios 19.17). Assim sendo amados, procuremos investir nessa área, ajudando o Departamento de Beneficência da Igreja com uma contribuição mensal e com a doação de gêneros alimentícios para confecção das cestas básicas a fim de atendermos as necessidades de nossos queridos irmãos.

A Ceia do Senhor


O nosso Senhor Jesus na noite em que foi traído instituiu a Ceia Memorial, logo após celebrar a páscoa judaica. Os registros bíblicos sobre a instituição e celebração da Ceia encontram-se nos evangelhos sinóticos (Mateus 26.26-30; Marcos 14.22-26; Lucas 22.14-20) e na primeira carta de Paulo aos Coríntios 11.23-32.
Na instituição da Ceia, o Senhor Jesus utilizou-se de dois elementos que estavam presente na celebração da páscoa: o pão e o vinho. Ao tomar o pão o Senhor Jesus deu graças e o partiu entregando-o aos discípulos dizendo esta celebre expressão: “Tomai e comei isto é o meu corpo fazei isto em memória de mim. Logo após comerem o pão, o Senhor tomou o vinho e disse aos seus discípulos: Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança que é derramado em favor de muitos”. O pão e o vinho quando da celebração da Ceia adquirem uma representatividade: o pão representa o corpo do Senhor Jesus que foi supliciado na cruz do Calvário e o vinho representa o Seu precioso sangue que foi derramado para a eterna redenção dos escolhidos de Deus e para a contínua purificação de seus pecados.
Aos ministros do Senhor, devidamente credenciados, foi dada a autorização para celebrarem a Ceia do Senhor.
Só os crentes em Cristo, batizados com água em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, e que estejam em comunhão com Deus e com a Igreja que pertence, é podem participar da Ceia.
À Igreja Deus deu autoridade para determinar a periodicidade da celebração da Ceia do Senhor. Nós, como Igreja organizada que somos, determinamos que essa celebração deve ser realizada, a priori, no primeiro domingo de cada mês.
Há uma controvérsia no meio teológico quanto à celebração da Ceia no que se refere à expressão “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue”. A Igreja Católica ensina que quando da consagração dos elementos pão e vinho, eles se transformam, respectivamente, no corpo e no sangue de Cristo (Transubstanciação). A Igreja Luterana ensina que a presença real de Cristo está nestes dois elementos depois de consagrados, mas o pão continua sendo pão e o vinho continua sendo vinho (Consubstanciação). Um segmento das Igrejas Reformadas segue o pensamento Calvinista que ensina que Cristo está presente espiritualmente nos elementos pão e vinho. Outras Igrejas Reformadas, inclusive a nossa, seguem o pensamento de Zwinglio, reformador suíço, que ensina que a Ceia é o símbolo memorial da morte redentora de Cristo, isto quer dizer que o pão e o vinho não se transformam no corpo e no sangue de Cristo como pregam os católicos, nem que a presença real nem espiritual de Cristo está nos elementos como ensinam os luteranos e um segmento das Igrejas reformadas e sim que a Ceia, em sua totalidade, é o grande símbolo memorial da obra redentora do Salvador. A argumentação de Zwinglio foi baseada na expressão “em memória de mim” e que se é em memória, dizia Zwinglio, a pessoa do Redentor não estaria presente nos elementos da Ceia e muito menos em sua transformação no corpo e no sangue de Cristo, visto que o Senhor está nos céus, à direita de Deus.
Ainda quanto à participação dos crentes na Ceia do Senhor os mesmos devem fazê-lo com a compreensão correta do seu significado e com a consciência tranqüila. O apóstolo Paulo ensina que participar da Ceia dignamente traz benção para a vida do crente e que participar indignamente traz juízo de Deus. Nenhum crente deve se privar da Ceia exceto se estiver sob disciplina da Igreja, pois ela é uma ordenança do Senhor Jesus.

Os Deveres de um crente em Cristo

A Igreja, na sua expressão local, é uma instituição divina, segundo nos revelam as Sagradas Escrituras: “à Igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados santos,...” 1 Co 1.2. “Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” 1 Tm 3.15.
Convém esclarecer que nem todo agrupamento de crentes, à luz do Novo Testamento, deve ser considerado uma Igreja na sua expressão local. A igreja para ser Igreja tem que ter sido regularmente instalada, com os seus oficiais (pastores, presbíteros e diáconos), seus membros e congregados bem como deve ter como regra de fé e prática os santos ensinamentos do Senhor Jesus e dos seus apóstolos.
Considerando a exposição acima, é bom lembrar aos crentes que se congregam em nossa Igreja, membros e congregados, inclusive pastores, presbíteros e diáconos que é um privilégio fazerem parte de uma Igreja genuinamente cristã evangélica. Se por um lado é um privilégio gozar da comunhão com os santos do Senhor, usufruir os cuidados espirituais da Igreja e da sua atenção e reconhecimento, existem também certas obrigações que devem ser lembradas, senão vejamos:
1) É dever de todos os crentes procurar viver uma vida que agrade a Deus;
2) É dever de todos os membros da Igreja freqüentar assiduamente aos seus trabalhos;
3) É dever de todos os crentes ser pontual nos seus compromissos, mormente, com os da sua Igreja;
4) É dever de todos os membros da Igreja contribuir fielmente com os dízimos e as ofertas para a manutenção do trabalho do Senhor realizado por ela;
5) É dever de todos os membros da Igreja trabalhar para o seu desenvolvimento espiritual e numérico;
6) É dever de todos os crentes em Cristo não serem maledicentes, não dizerem fofocas, ou falarem mal dos outros;
7) É dever de todos os membros da Igreja obedecer aos seus pastores como autoridades constituídas por Deus dentro dela;
8) É dever de todos os membros da Igreja, especialmente dos oficiais, quando se ausentarem dos cultos ou em viagem, informarem ao Pastor da Igreja;
9) É dever de todos os membros, priorizarem em tudo as atividades da Igreja a que pertence e só saírem para realizar atividades em Igrejas diferentes da sua quando autorizados pela liderança da mesma.
Essas lembranças se fazem necessárias por que muitos de nós têm se esquecido de suas responsabilidades diante de Deus e da Igreja a que pertence. Se você teme a Deus e quer ser uma bênção e sê em tudo abençoado procure, com a graça divina, cumprir os seus compromissos para com a Igreja a que você pertence como fiel servo de Deus.

A Autoridade da Igreja


A Igreja como instituição divina que é tem recebido poder dado por Deus para exercer autoridade neste mundo nas áreas de sua competência. Assim extraímos dos textos encontrados na Bíblia Sagrada (Mateus 18.17,18; 1 Coríntios 6.1-3; 1 Timóteo 3.15;...).
Entendamos como áreas de competência da Igreja tudo aquilo que diz respeito ao desenvolvimento do seu ministério como agência divina neste mundo. As decisões tomadas regularmente na Igreja pela sua assembléia de membros têm a aprovação ou a chancela divina, no mínimo, em seu aspecto permissivo, isto é o que deduzimos da análise do texto de Mateus 18.18 quando o Senhor disse que aquilo que ligássemos como Igreja na terra seria ligado nos Céus e aquilo que a Igreja desligasse na terra seria desligado nos Céus.
Portanto, é importante que todos os membros e congregados da Igreja levem a sério aquilo que a Igreja tem decidido ao longo do seu ministério para que não ocorra que estejamos indo de encontro daquilo que Deus tem aprovado quanto ao ministério da Igreja.
Algumas ponderações devem ser feitas quanto ao assunto para a nossa edificação espiritual como, por exemplo, no que se refere aos membros se fazerem presentes em suas assembléias de membros e participarem com temor e tremor sabendo que estamos decidindo coisas que são orientadas por Deus para o bem estar espiritual e material do povo do Senhor ligado a esse ministério.
Infelizmente temos observado de Igrejas que não respeitam as decisões de outras Igrejas no que se refere à disciplina de alguns de seus membros e os recebem em sua membrezia sem a reconciliação devida com a Igreja de origem. Temos observado também de membros de Igrejas que não se submetem as diretrizes estabelecidas por elas e se insurgem contra algo que foi resolvido com a aprovação divina. Temos observado ainda que alguns fazem pouco caso e tratam com desdém aquilo que a Igreja decidiu em suas sessões regulares.
Voltando a autoridade da Igreja é bom que entendamos que Deus lhe deu autoridade para disciplinar os seus membros faltosos. Essa disciplina vai desde o aspecto formativo que é feito com o uso da Palavra de Deus, passando pelo aspecto corretivo quando a Igreja suspende de sua comunhão por um determinado período de tempo os irmãos que tem cometido falhas que escandalizam o evangelho até aquela disciplina mais grave que é a exclusão da sua membrezia, especialmente na punição do pecado de apostasia e de impenitência ou rebeldia contra as decisões da Igreja.
O Senhor Jesus estabeleceu a Igreja como tribunal supremo neste mundo quanto aos assuntos ligados a sua vida espiritual e eclesiástica. Em Mateus 18.17, Jesus disse que se o individuo não ouvisse a Igreja, ou seja, não se submetesse as suas diretrizes mui especialmente àquelas que tratam de disciplina por causa de pecado ela o considerasse como um descrente que não tem compromisso com Deus ou uma ainda como uma pessoa estranha à comunidade dos salvos.
Assim sendo amados procuremos ser mais cuidadosos quanto a esse assunto, pois estamos lidando com coisas estabelecidas por Deus.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A Doutrina do Espírito Santo

PNEUMATOLOGIA
(Esboço da Doutrina do Espírito Santo)


1) A Natureza do Espírito Santo
a) A Divindade do Espírito Santo
· Nomes divinos Lhe são dados. At 5.3,4; 1 Co 3.16; 6.19; ...
· Perfeições (atributos) divinas Lhe são atribuídas. Sl 139.7,10; Is 40.13,14; 1 Co 2.10,11; 12.11; Rm 15.19; Hb 9.14.
· Obras divinas executadas por Ele. Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30; Jo 3.5,6; Tt 3.5; Rm 8.11.
· Honra divina atribuída a Ele. Mt 28.19; Rm 9.1; 2 Co 13.13.
b) A Personalidade do Espírito Santo
· Nome próprio lhe é atribuído – Gn 1.2; Ef 1.13; Rm 8.14.
· Pronomes pessoais – Jo 15.26; 16.7,8,13,14.
· Associação com as outras pessoas da Trindade – Mt 28.19; 2 Co 13.13.
· Associação com os seres humanos – At 15.28; 13.2,4.
· Características Pessoais lhes são atribuídas:
Inteligência (1 Co 2.10; Rm 8.27)
Vontade (At 13.2; 16.6,7; 1 Co 12.11)
Emoções (Ef 4.30)
2) A obra do Espírito Santo
· No A. T. Gn 1:2; Ex 31.3; Jó 26.13; 33.4; Jz 6.34; Ne 9.20; Ez 2.2; 8.3; 11.1,24; ...
· Na vida do Senhor Jesus Lc 1.35; Mc 1.8; Mt 3.16; Mc 1.12: Lc 4.14.
· Na vida da Igreja
Regenera (Jo 3.5,6; Tt 3.5); concede poder (Jo 14.12; Lc 24.49; At 1.4,5,8; Ef 3.16; ...); concede Dons (Rm 12.6-8; 1 Co 12.4-11); habita permanentemente (Jo 14.16,17; Ef 1.13; Tg 4.5; Ef 4.30); ensina (Jo 14.26); guia (Jo 16.13; Rm 8.14); produz o fruto do Espírito (Gl 5.22,23).
· No Mundo em geral
Convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11).

A GRAÇA DIVINA

Graça, segundo se extrai do estudo das Sagradas Escrituras, é o favor de Deus dispensado ao homem, que não tem merecimento algum.
Ao refletir sobre o assunto, três coisas devem ser consideradas: a primeira é que Deus é o Deus gracioso, ou seja, é o Deus que dispensa o seu favor aos seres humanos independente de merecimento que os mesmos possam ter. A Bíblia revela que Deus é o Deus de toda a graça (1 Pe 5.10); que essa graça é manifestada de forma especial com a encarnação do Verbo (o Senhor Jesus Cristo). “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. (Jo 1.14). “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” (Jo 1.17).
A segunda coisa a considerar é que no ser humano não há merecimento algum para receber as bênçãos decorrentes da graça de Deus, considerando que todos se inabilitaram por causa do pecado. “Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” Rm. 3.23.“Porque eu sei – disse o apóstolo Paulo – que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum...” Rm 7.18. Por causa desse demérito provocado pela condição pecaminosa do homem, ele não pode ter as coisas senão como dádivas graciosas de Deus.“Ninguém pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” Jo 3.27.
A terceira coisa é que Deus tem prazer em dispensar o seu favor ou a sua graça ao ser humano, e que a recepção das dádivas de Deus é feita pela fé no Senhor Jesus Cristo. Deus estabeleceu a fé como instrumento de que o homem deve usar para receber as Suas bênçãos, principalmente a salvação. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef. 2.8), aliás, a própria fé é gerada no coração das pessoas como uma dádiva graciosa de Deus. No livro de Judas, esse escritor sacro nos diz que a fé foi dada por Deus uma vez por todas aos crentes em Cristo. Jd 3.
Assim sendo, queridos irmãos, procuremos agradecer a Deus por tudo o que somos e por tudo o que temos, muito ou pouco. Procuremos ainda viver uma vida que agrade ao Senhor para que essa graça possa fluir com mais intensidade em nossas vidas, pois Deus estabeleceu também o caminho da santidade de vida para que isso possa acontecer. “Ora, nós sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus e faz a sua vontade, a esse ouve” (Jo. 9.31). “Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade” Hb 12.28.

O ANTIGO TESTAMENTO É VELHO?


Mesmo estando vivendo na Dispensação da Graça, onde existe uma legislação específica, não devemos menosprezar as palavras ditas por Deus para as épocas passadas, considerando que elas revelam muito da mente, do caráter e das intenções do Deus Todo-Poderoso.
É importante que consideremos que os princípios divinos, contidos na Dispensação da Lei, onde a legislação foi mais abundante, são eternos e imutáveis, por exemplo: O mandamento da guarda do dia de sábado não é obrigatório para a atual dispensação, mas o princípio de ser reservado um dia da semana dos sete que Deus nos dá, para ser dedicado ao Senhor, permanece. Com esse pensamento valorizamos a Palavra de Deus e damos a ela o destaque que Deus quer que seja dado. “Pois magnificaste acima de tudo o teu nome e a tua palavra” (Sl 138.2).
O descaso de alguns para com o Velho Testamento talvez venha do adjetivo velho, usado na primeira parte do livro sagrado, que significa, entre outras coisas, fora de uso, antiquado, muito idoso, etc.
Não devemos amados considerar como velho, ultrapassado, caduco e sem serventia aquela parte das Sagradas Escrituras. É verdade que a literatura inspirada do Velho Testamento foi produzida na Dispensação da Lei, que perdurou de Moisés até ao Senhor Jesus Cristo (Jo 1.17), e que a legislação que norteou a vida do povo de Deus na Velha Dispensação está registrada nos livros de Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.
Nós como cristãos não estamos obrigados a guardar a lei mosaica, pois a mesma caducou com a instituição da Dispensação da Graça por nosso Senhor Jesus Cristo, mas lembremo-nos de que Jesus ampliou muitos conceitos encontrados na legislação judaica e os autorizou para observância do cristão, como por exemplo, os mandamentos: “Não Matarás” (Mt 5.21, 22), “Não Adulterarás” (Mt 5.27, 28), “Não perjurarás”, (Mt 5.38-42) etc.
É bom que entendamos que no Velho Testamento não encontramos apenas a lei mosaica e sim, também, os livros históricos que contam a história do povo judeu, os livros poéticos e os livros proféticos, contendo este dois últimos, entre outros preciosos ensinamentos, as profecias sobre o Messias que haveria de vir, e os registros escatológicos do reino messiânico.
Os escritores do Novo Testamento (Pedro, Paulo, Tiago, Judas...) não desprezaram o Antigo Testamento, muito pelo contrário, fizeram dele a sua “Bíblia” e o usaram como base para as pregações e argumentações teológicas. Eles consideravam o Velho Testamento como parte inicial da revelação divina que seria complementada com os escritos inspirados do Novo Testamento.
Para que a Bíblia se harmonize no seu todo (Velho e Novo Testamento), e cada parte dela tenha o seu real valor destinado por Deus, é preciso que distingamos as épocas e assim não se encontrarão brechas para minimizarmos a importância do Velho Testamento na vida da Igreja. Já dizia o celebre Agostinho de Hipona “Distinguam-se as épocas e a Bíblia se harmonizará”.
Concluímos lembrando aos irmãos que toda a Palavra de Deus é pura e santa, inspirada pelo Todo-Poderoso, útil para instrução, consolação e edificação do povo de Deus (2 Tm 3.16).
“Porque tudo o que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4).

As Escrituras Sagradas


Aprouve a Deus, segundo a sua vontade, auto-revelar-se as suas criaturas. Uma parte da revelação foi feita através das coisas que foram criadas, através do próprio homem, da história, da providência,... Em teologia essa revelação é conhecida como Revelação Geral. A outra parte da revelação de Deus foi feita através das Sagradas Escrituras. Essa revelação é chamada de Revelação Especial e ela tem caráter salvífico. Nas Escrituras, Deus revelou-se paulatinamente. A Bíblia Sagrada foi escrita num período de 16 séculos, por aproximadamente 40 escritores de diversas matizes culturais.
As Sagradas Escrituras compõe-se de duas partes: O Antigo e o Novo Testamento. O Antigo Testamento contém 39 livros, assim classificados: O Pentateuco (cinco livros): Gênesis a Deuteronômio; os Livros Históricos (doze livros); Josué a Ester; os Livros Poéticos (cinco livros): Jó a Cantares; e os Livros Proféticos (dezessete livros): Isaías a Daniel (Profetas Maiores); Oseías a Malaquias (Profetas Menores). O Novo Testamento contém 27 livros, classificados desta maneira: Os Evangelhos (quatro livros): Mateus a João; Livro Histórico (um livro): Atos dos Apóstolos; as Epístolas Paulinas (treze livros): Romanos a Filemon; a Epístola aos Hebreus; as Epístolas Gerais (sete livros): Tiago a Judas; e o Livro da Revelação: Apocalipse.
As Sagradas Escrituras, no seu conjunto, foi inspirada por Deus verbal e 1plenariamente (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.19-21), ou seja, tudo o que foi escrito foi através da poderosa ação do Espírito Santo, usando homens escolhidos para essa finalidade.
O Senhor Jesus Cristo é o tema central das Sagradas Escrituras. Em Gênesis Ele é a Semente da Mulher. Em Êxodo é o Cordeiro Pascoal. Em Levítico é o Sacrifício Expiatório. Em Números é a Rocha e em Deuteronômio é o Profeta. Em Josué é o Comandante dos Exércitos do Senhor. Em Juízes é o Libertador. Em Rute é o Parente Remidor. Em 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas é o Rei de Israel. Em Esdras e Neemias é o Restaurador. Em Ester é o Advogado. Em Jó é o Redentor que vive. Em Salmos é Tudo em todos. Em Provérbios é a Sabedoria Divina. Em Eclesiastes é a Razão Suprema do Viver. Em Cantares é o Amado. Nos Profetas é o Messias. Nos Evangelhos é o Cristo. Em Atos é o Espírito. Nas Epístolas é a Cabeça da Igreja. Em Apocalipse é o Alfa e o Ômega.
Hoje, segundo domingo de dezembro, estamos comemorando o Dia da Bíblia. Agradeçamos a Deus pelo privilégio de ter conosco as Sagradas Escrituras e procuremos valorizá-la, lendo, meditando, estudando e obedecendo aos seus ensinamentos.

Nasceu Jesus


Quando o homem pecou, as trevas do pecado começaram a dominar o cenário humano. Á medida que a humanidade crescia, mais intensa essas trevas ficavam. Aqui e ali, vislumbres da glória de Deus brilhavam em algumas vidas, trazendo gotinhas da revelação especial de Deus. Em Gênesis 3.15, um ponto luminoso apareceu na história humana – da semente da mulher nasceria aquele que esmagaria a cabeça da serpente.
No plano eterno de Deus, estava previsto que o mundo seria inundado com a Sua presença, agora através da encarnação de Seu Filho, Jesus Cristo.
O texto de Lucas, quando trata do natal de Jesus, se expressa assim: “pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus, com que o oriente do alto nos visitou, para alumiar os que estão assentados em trevas e sombra da morte, a fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz.” Lc 1.77,78.
No Antigo Testamento encontra-se uma profecia sobre esse irromper de luz quando da presença do Filho de Deus neste mundo, como o Verbo encarnado (Is 9.1,2). “A terra de Zebulom e a terra de Naftali, junto ao caminho do mar, além do Jordão, a Galiléia dos gentios. O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz.” Mt 4.15,16. O texto de Gl 4.4, diz que o Senhor Jesus nasceu na plenitude dos tempos, ou seja, o natal de Jesus é o tempo mais glorioso da história da salvação. “Mas, Vindo, porém, a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.”
Tratando do fato histórico do nascimento de Jesus, lembramos que o mesmo aconteceu na cidade de Belém de Judá, em território israelita, a dois mil anos atrás. Esse nascimento fora predito no Antigo Testamento em diversas ocasiões, inclusive mencionando circunstâncias como ocorreria.
Jesus foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, conforme revelação das Sagradas Escrituras. A partir da concepção, que foi sobrenatural, o processo de gestação foi igual à de qualquer outro ser humano.
No dia determinado por Deus nasceu Jesus, o Salvador, o Senhor da vida, o Rei da glória.
Comemoremos o natal com um sentimento de gratidão a Deus pela vinda de seu Filho a este mundo.
“Nasce Jesus! Fonte de luz! Descem os anjos cantando. Nasce Jesus! É nossa luz, que as trevas vai dissipando.”

O Verbo encarnou


O drama do homem ocasionado pelo pecado teve uma resposta da parte de Deus através da promessa de um redentor que em Gênesis é identificado como o descendente da mulher, que esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.15). À medida que o tempo foi passando, a promessa de Deus sobre o Redentor foi sendo ampliada e amplificada, de tal maneira que quando a época do Novo Testamento chegou tudo já estava profetizado, inclusive que o Redentor nasceria, por intervenção divina, de uma virgem, seria descendente da família de Davi, o grande rei de Israel, nasceria numa cidade da Palestina chamada Belém, etc.
No tempo determinado por Deus, nasceu Jesus, o Redentor, da virgem Maria. “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” Gl 4.4.
Esse Redentor que recebeu, quando nasceu, o nome de Jesus (Salvador), e que fora gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, era na verdade o próprio Deus, na pessoa do Seu Filho, o Verbo eterno que encarnara, assumindo uma natureza humana. “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. Jo 1.14. Escrevendo ao Filipenses, Paulo disse que Cristo, que sempre existiu como Deus, esvaziou-se a Si mesmo e assumiu uma natureza humana para morrer pelos pecados do Seu povo. “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até a morte, e morte de cruz” Fp 2.5-8.
Na encarnação do Verbo, o Filho de Deus não deixou de ser Deus, mas assumiu uma natureza humana com todas as suas faculdades e fraquezas, exceto em relação ao pecado, pois fora gerado pelo Espírito Santo e o ventre de Maria fora santificado para que Ele nascesse puro, sem a contaminação do pecado de origem. “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano” 1 Pe 2.22.
A encarnação do Verbo de Deus é o que chamamos de Natal, nascimento de Jesus. Esse evento é um dos grandes eventos do plano redentor de Deus, pois, inaugura-se com ele uma nova dispensação, a da Graça. “Porque a lei foi dada por Moisés; a graça e a verdade vieram por Jesus Cristo” Jo 1.17. O nascimento do Salvador, por sua importância no plano redentor, foi marcado por acontecimentos miraculosos: 1) a proclamação foi feita por um anjo de Deus. “E o anjo lhes disse: Não temais porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo; Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador que é Cristo, o Senhor” Lc 2.10,11; 2) Um cântico entoado por um coral de anjos. “E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens” Lc 2.13,14.
Época de festa, de alegria, é a celebração do Natal de Jesus. Não percamos de vista o verdadeiro significado do Natal. Regozijemo-nos e nos alegremos intensamente no Senhor e celebremos o Natal com um profundo sentimento de gratidão a Deus pelo nascimento do seu Filho Jesus Cristo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Reino de Deus em primeiro lugar

Estamos vivendo numa época extremamente difícil para aqueles que professam a fé em Cristo. Essa época já fora predita na Palavra de Deus quando nos diz que nos últimos tempos a Igreja iria enfrentar tempos trabalhosos, pois a geração que vai caracterizar esse tempo está delineada numa das cartas escritas por Paulo a Timóteo: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” 2 Tm 3.1-5. O perfil traçado por Paulo é de uma geração não regenerada, ainda morta em seus delitos e pecados.
Mas o que nos preocupa como pastor é que alguns irmãos que professam o nome de Jesus deixam transparecer em suas atitudes uma ou mais das facetas identificadas por Paulo da geração que caracteriza os últimos tempos, senão vejamos: “homens amantes de si mesmos” e “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus”, ou seja, pessoas crentes que só pensam em si mesmas, não dão atenção ao trabalho do Senhor e o relega a segundo, terceiro ou quarto plano, amam as coisas deste mundo e vivem só em função delas, e desprezam as coisas de Deus.
Queridos irmãos o apóstolo Paulo escrevendo pelo Espírito Santo a Igreja de Filipos disse que aquelas pessoas que só pensam nas coisas deste mundo são inimigas da cruz de Cristo. (Fp 3.18,19).
É preciso que tenhamos consciência de que nada deste mundo (marido, mulher, pais, filhos, irmãos, negócio, emprego, estudo, posição social, bens materiais, amizade, etc) é mais importante do que o Reino dos Céus, do que as coisas de Deus. Não foi a toa que o Salvador disse que deveríamos buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça. (Mt 6.33). O Senhor disse ainda sobre o assunto: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, achá-la-á”. Mt 10.37-39.
A pessoa que se propõe a ser um crente em Cristo deve avaliar os riscos dessa decisão, porque segundo a Bíblia ela deve está disposta a renunciar tudo por amor ao Salvador. Veja o testemunho de um homem bem sucedido na vida, com uma posição social invejável na sociedade israelita: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo. E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo.” Fp 3.7,8.

Simão, o mágico (At 8.9-13) No relato do texto em apreço, nos é apresentada a figura de um homem famoso na cidade de Samaria, onde De...