CRISTO
NA BÍBLIA (Pr. Eudes)
FILEMOM - CRISTO,
O INTERCESSOR
Dentre as
quatro cartas escritas por Paulo e conhecidas como cartas pastorais a de
Filemom é a menor. Paulo a escreveu quando de sua primeira prisão em Roma. O
teor da carta trata de uma intercessão feita pelo apóstolo em favor de um
escravo de Filemom que tinha fugido, mas que fora alcançado pela graça
redentora de Cristo na prisão onde Paulo estava. Certamente que depois de
convertido, Onésimo revelou a Paulo a sua condição de escravo e a quem
pertencia que era justamente a um servo de Deus por quem Paulo tinha um grande
apreço, e que fora alcançado para Cristo através do ministério daquele
apóstolo. Liberto Onésimo antes de Paulo, o apóstolo por questão de consciência
ética recomenda a Onésimo que se apresente diante do seu senhor Filemom e volte
a servi-lo, como era a praxe da época (a escravidão era comum no império romano
e todo potentado tinha escravos que lhe serviam). Só que duas coisas devem ser
observadas em relação a essa questão: Uma, geralmente, o escravo fujão quando
pego era condenado à morte; e a outra é que Onésimo agora era um cristão,
portanto filho de Deus, e irmão em Cristo, inclusive do seu senhor Filemom que
também professava a fé em Cristo. É por isso que Paulo intercede por Onésimo
junto a Filemom, pedindo a ele que por amor a Paulo que o ganhara para Cristo,
Filemom recebesse Onésimo não mais como escravo, mas como irmão caríssimo no Senhor.
“Porque bem pode ser que ele se tenha
separado de ti por algum tempo, para o retivesses para sempre, não já como
servo, antes, mais do que servo, como irmão amado, particularmente de mim
quanto mais de ti, assim na carne como no Senhor” Fm 15,16. Quanto a
Cristologia em Filemom, podemos extrair, por analogia, que assim como Paulo
intercedeu por Onésimo junto a Filemom, sendo ele escravo, inclusive disposto a
pagar o preço do dano causado por ele, assim Cristo intercedeu por nós na cruz,
pagando o preço de nossos pecados reconciliando-nos com Deus. “E tudo isso provém de Deus, que nos
reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da
reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não
lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação” 2
Co 5.18,19. “A vós também, que noutro
tempo éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora,
contudo, vos reconciliou no corpo da sua carne, pela morte, para perante ele,
vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” Cl 1.21,22.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
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